terça-feira, 16 de junho de 2020

Covid 19 e adultos mimados na quarentena

Comecei a escrever sobre amor, sobre Santo Antonio, mas observando tudo que vem ocorrendo nos últimos meses resolvi mudar o tema. Considero extremamente pertinente falar sobre e de amor, principalmente nestes tempos de pandemia, de distanciamento social, onde até aqueles seres "antissociais" ou o hermitão tá sentindo falta de um abraço. E tem outras pessoas que só estão sentindo falta de expor a figura no shopping. Cada um com as suas prioridades não é mesmo?
Eu, particularmente, não concordo com o saracoteio desnecessário por shoppings e lojas. Na verdade considero desnecessário o passeio no shopping, mas tem quem goste, assim como tem gente que passeia na feira e no supermercado. Em qualquer um destes locais eu só vou quando necessário! Passear eu gosto mesmo é na praia, num parque, num restaurante com comida boa, num barzinho com música ao vivo, por uma cidade ou bairro que eu não conheço. Desde março não tô saindo e passeando. E compras "físicas"  só as necessárias. Sempre que possível uso a tele-entrega. 
Eu penso muito na minha avó que tem 97 anos. Sim, pra ela qualquer gripe pode ser fatal. Mas não quero ser eu a responsável por levar pra casa uma doença como esta. Mas muitas pessoas não estão se importando, parece-me que é pelo fato de não ter morrido aqui, tanta gente quanto aconteceu na Itália e na China. Isso é tão chocante quanto as pessoas ficarem em filas de madrugada esperando o shopping abrir. 
Nós entramos em "quarentena" logo soube-se da pandemia. Foi exatamente isto que não permitiu que os casos se espalhassem indiscriminadamente. E, mesmo assim em alguns lugares o número de contágios e mortos foi grande e assustador. O triste é que estas pessoas que acreditam nas fake news desmentem descaradamente os dados e os números oficiais do próprio governo, no caso do nosso estado. 
A rigidez em manter comércio fechado e medidas de proteção a população mais vulnerável  por parte do governador do Estado é refutada diariamente pelos empresários que reclamam seus "lucros perdidos" e querem voltar ao trabalho.  Também tem aquelas pessoas que exigem seu direito de ir e vir, sem a menor responsabilidade sobre suas atitudes, afinal, se contaminar a si mesmo ou a outro a culpa será de qualquer um, menos dela!
Estas atitudes demonstram claramente que essas pessoas não tem nenhuma consideração pelos outros, assim como não assumem a responsabilidade pelos seus atos. Porque o seu direito de ir e vir é mais válido que o direito do outro de não ser contaminado?
Não bastasse estas argumentações furadas e baratas para furar o distanciamento social, tem aqueles que reclamam que estão em casa enquanto os outros estão bem lindos e fagueiros burlequeando pelas ruas. Estes parecem os irmão mais velhos reclamando dos irmão do meio que fazem o que bem querem, que quebram as regras e desobedecem os pais, quando eles não tem coragem de fazer o mesmo. Eu sei como é, sou filha mais velha, era pra ser o exemplo, e como boa virginiana sigo as regras bem bonitinha pra não me incomodar. Ao passo que meu irmão do meio sempre fez o que achou melhor pra sua vida! Confesso que invejo a coragem de assumir o risco que ele tem. Eu vivi um tempo que nem esse povo reclamando que ele fazia as coisas conforme queria, que quebrava as regras e tava tudo bem e eu não fazia e ainda por cima sentia culpa. Mas né, vai que um dia, não lembro bem se uma preta velha ou um caboclo me desenhou aquilo que eu não entendia! Ninguém pode decidir por mim e quando eu abdico de decidir, pra não entrar em conflito com o outro, eu estou decidindo abrir mão da decisão e permitindo ou seguindo a escolha de outro. Não é possível agradar todo mundo! Inclusive, quando entramos nesta linha a primeira  pessoa a ser desagradada é a gente mesmo!
É triste sim imaginar que este povo sem noção que tá participando de festa, se aglomerando no shopping pode estar contaminando pessoas que optaram por não fazer o mesmo. Mas, bom senso por parte de quem tem é o melhor remédio neste momento. Argumentar com este povo não adianta! Desde a última eleição e estas pessoas não vão dar o braço a torcer, nem admitir seus erros, nem se responsabilizar pelas suas atitudes. O melhor nesse momento é fazer o que acha correto pra si e pros seus entes queridos. E deixar que estas pessoas fora de si façam o que bem entendem. Quando a coisa chega no ponto de festas e aglomerações denuncie pra um órgão responsável. Mas não seja o irmão mais velho recalcado reclamando que os outros estão fazendo algo que tu gostaria de fazer e não tá fazendo por medo ou culpa. Isso não vai mudar a atitude dos sem noção, infelizmente! Estes adultos em quarentena são mimados e são egoístas . E tão qual criança birrenta não vai parar pra ouvir teus argumentos importantes e pertinentes.
Eu sei, dá raiva, dá vontade de dar uma paulada na cabeça pra ver se o pensamento flui, mas... a gente se estressa, fica mal e eles seguem desembestados, ou abestados, acho até que esta é mais adequada. Cuide de si e dos seus! Se puder fique em casa, higienize as compras, mantenha os ambientes arejados, use máscara, lave bem as mãos e não carregue mágoas no coração! Pratique o distanciamento social, mas não se distancie muito. Não suba no pedestal do dono da verdade. Caso a saudade aperte muuuuito, seja sensato, tome as medidas de precaução e visite seu ente querido. Esse vírus possivelmente estará conosco por mais algum tempo e vamos precisar aprender a conviver com ele.