terça-feira, 30 de março de 2010

Abóbora de pescoço


Esta lembrança é minha, mas também é compartilhada por muitas outras pessoas. A família grande se espraiou um pouco agora que "as crianças" cresceram. Mas, não muito. Ninguém vai para muito longe não. E caso seja necessário ir, por causa do trabalho ou da vida mesmo, não precisa tristeza, pois sempre que der a "caravana Bispo" arregimenta seus comboios e parte para visitar o ente querido que tá noutra cidade. Era assim quando a Adriane estava no Chuí, viagens que renderam boas histórias e alguns estresses; e foi assim também quando o tio Leopoldo e a tia Lorena foram morar no Rincão do Andrade, na colônia de Pelotas.
Meu tio Leopoldo já não está mais aqui entre nós. Hoje ele está no mundo dos espíritos. Com certeza é um daqueles zombeteiros que vive a pregar peças nos outros, pois esta era sua principal característica enquanto estava por aqui. Não havia situação em que ele não contasse uma piada, nem pessoa com quem ele não brincasse. A mãe conta que o tio era um bom jogador de futebol e que foi jogar num time chamado Carvalhada, se não me engano em Porto Alegre. Na verdade não lembro se chegou a ir ou só foi convidado. Era chamado pelos irmãos de "Máninha", e acabou virando para os sobrinhos o tio Máninha (não sei se precisa o acento, mas é que o má é aberto).
É o filho mais velho da minha vó Mália e do vó Dorocildo, o primeiro de nove, que sobreviveram. Minha bisa adorava ele. E ele a ela. E eu a ele. Ele também gostava muito de tomar umas e outras. Primeiro canha, depois passou para o vinho.
Quando minha vó Mila (a bisa) morreu, eu era bem pequena. Acho que já contei como foi, num suspiro, num bocejo na cama do hospital e sua alma se foi. Eu não fui no velória dela, era criança e minha mãe achava que eu não precisava passar por aquilo. Lembro até hoje de como foi que meu pai contou, ele desligou o telefone e disse que a vó Mila tinha falecido. Se eu fechar os olhos posso ver a cena, estávamos na cozinha. Depois meu pai foi colocar meus manos e eu para dormir e nos ajudou a rezar por ela.
Mas este post não é para ser triste não. Apesar da saudade, os personagens desta história são carregados de graça. Lembrei deste fato só para contar que o tio Maninha foi no velório da bisa... e tomou cachaça... e contou piadas. Todos os irmãos diziam: "_Máninha vai pra casa!" E ele respondia em bom tom: "_ Eu vim pra passar a noite, vou passar a noite!". E assim foi aquela noite, a tristeza pela perda de minha bisa não tinha tamanho e todos sentiam muito. Mas também teve muitos risos por conta das piadas do tio Maninha. Era a despedida dela e ele não poderia agir diferente, pois ele era assim e era assim que ela gostava dele. E não dava para não rir perto dele.
Junto com a tia Lorena o tio Máninha teve três filhos, a Márcia, o Gerson e a Andressa, que é "a rapa do tacho". Meus tios tiveram uma grande tristeza. Na verdade toda a família ficou triste. É porque minha prima Márcia se foi muito cedo, com 18 anos, vítima da leucemia. Todos nós ficamos muito arrasados com a perda, principalmente eu e minhas primas que tínhamos quase a mesma idade dela.
Mas este post é pra contar da vez que fomos para a casa do tio Leopoldo lá no Rincão do Andrade. A Márcia ainda estava bem, bonita e feliz. Eles moravam com a madrinha da tia Lorena, a tia "Jorja". Éramos sempre muito bem recebidos por ela, café bem farto com pão caseiro e doces feitos por ela, bastante frutas, leite, enfim... uma comilança sem tamanho.
"Bobagem e-u não planto!", foi a frase que restou da tentativa da tia "Jorja" de fazer meu tio Máninha plantar tempero verde, couve, coisinhas assim. Para ele plantação de fundamento era feijão. Este meu tio! É sempre assunto nas conversas de família.
Desta vez que fomos lá foi uma bagunça. Começava que logo cedinho tínhamos que pegar o ônibus na frente da praça da Santa Casa, na lancheria Indiana. Foi uma galera: a mãe, eu e meus irmãos, minha tia Ieda, minhas primas Lili e Adriane com os filhos dela, a dona Mercedes (sogra da Adriane), a tia Rosa, a minha prima Graciela, a tia Semita, a minha prima Preta (o nome dela é Maria Cristina, mas a gente chama ela de Preta) e meus tios Jocely e Zé, se não me engano e a memória não me traí estão todos aí. A viagem de ida era tranquila, todos arrumadinhos. Agora a volta... bem... na volta a viagem era bem parecida com aquelas de filmes, onde as pessoas estão indo para o interior carregando galinhas e porcos.
Uma coisa muito comum em nossa família é o destrambelhamento na hora de pegar o ônibus de volta. Sim, porque na ida a gente nunca sabe direito o horário, então tem que chegar cedo, sabe que o ônibus não espera e tal. Mas na volta... sabe como é... tem um que tá no banheiro, tem outro num quarto trocando de roupa, outros foram colher frutas, outros ainda estão tomando café e outros já estão indo para a parada do ônibus. Aí, já viu, é aquela correria louca. A gente sempre ia e passava o dia, afinal de contas, era longe e não dava pra passar apenas uma hora. O ônibus geralmente passava pelas cinco da tarde. Naquele dia a tia Jorja tinha dado pra gente umas abóboras de pescoço enorrrmes, além de laranja e flores que a gente sempre colhia nas terras dos vizinhos.
A epopéia da volta começou com a correria de todo aquele povo para pegar o ônibus. Imagine caro leitor, uma penca de crianças, mais cinco mulheres, cada uma carregando uma abóbora de pescoço, correndo pela estrada de chão batido para pegar o buzum.
O transporte coletivo, como sabemos é meio caótico, em finais de semana o número de carros diminui e o intervalo entre um e outro aumenta. Pense então como não foi a nossa viagem. O primeiro ônibus foi tranquilo, porque os que fazem o transporte para a colônia são aqueles de viagem, com bancos estofadinhos, apesar de bem velhinhos. Conseguimos até tirar um cochilo. É pena que as máquinas digitais ainda não existiam, se não poderíamos ter registrado a dona Mercedes dormindo, de boca aberta e abraçada na abóbora.
Já o segundo, que nos levaria do centro para casa... meus amigos... a coisa foi muito engraçada. O ônibus lotado, aquele povo todo mais a nossa caravana, com um monte de crianças e mais as abóboras para lotar o buzum. A dúvida era cruel, ou segurar a abóbora de pescoço... ou segurar para não cair. E lá fomos nós, cada um com sua abóbora, segurando por onde dava, pendurando a abóbora no pescoço, abraçando que nem bebê.
Enquanto não chegava o momento de descer o pessoal se mantinha tranquilo, conversando amenidades e rindo. ao se aproximar da parada que tínhamos que descer... voltava o destrambelhamento, era mãe chamando criança, era criança com medo de ficar no ônibus, era tia sem saber se segurava o filho ou a abóbora. Uma confusão! Para completar o ônibus estava lotado, e a gente ia pedindo licença, mas não tinha como passar e a parada vinha chegando e as pessoas não abriam espaço para gente descer e dona Mercedes estava lá na frente encabeçando a fila com sua abóbora de pescoço firme e forte. E tinha um senhor que estava bem na porta e além da idade não ouvia bem, e a parada se aproximando e o velhinho não saia pra gente passar, o ônibus já estava parando e as crianças gritavam que não queriam ficar e outras que queriam descer, mas o vôzinho não saia. Foi então que a dona Mercedes na ponta da fila deu com a abóbora de pescoço na bunda do velinho. Nesta época não existia o Estatuto do Idoso, se bem que ela também já tinha uma certa idade. Mas foi engraçado, ele pulou rapidinho para longe da porta e abriu caminho para a gente passar, foi só sentir o pescoço da abóbora. hahahahahahahahahaha
Fomos descendo um a um, reclamando do quanto o ônibus estava lotado e como as pessoas não dão licença e que aquele véio não nos deixava descer e a dona Mercedes dava sonoras gargalhadas com sua "proesa". A diversão havia sido fechada com "chave d'ouro", muitas risadas e uma história bem engraçada para contar.
Como diz uma canção antiga... "que tempo bom, que não volta nunca mais"!

PS.: A lancheria ainda existe e assim com a parada de ônibus pra colônia lá.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Moço aonde é a Bom Jesus?

Como disse no post anterior, tem algumas histórias que costumo contar e das quais eu até me apropriei, de uma certa forma, mas que não foram vividas por mim. Esta história que vou contar tem como protagonistas a minha mãe e a ex-mulher do meu tio. Na época elas eram adolescentes, imagino eu. Como destaquei no outro post, minha família materna era bem pobre. Na verdade pobre todos ainda somos, mas nos idos de
60, 70 as coisas eram bem mais difíceis.
Para ajudar nas despesas da casa a vó Mália (minha avó materna) lavava roupa para algumas famílias. Não é necessário lembrar que não existiam tantas lavanderias "peg lev" como existem hoje, máquina de lavar era um luxo grande até para os endinheirados e o sabão em pó deveria ser bem caro. No caso o peg e lev era a minha avó e a minha mãe, a vó lavando e minha mãe pegando e levando. Uma coisa devo esclarecer, minha mãe não conhecia muito bem a cidade, porque ela "nasceu" e cresceu no mato. Lá na Bom Jesus. A cidade não era tão povoada como agora, com um montão de casas e ruas pra todo lado.
Então a coisa era assim, minha mãe ia com a minha tia Gilda (ex-mulher do meu tio Toninho) fazer a entrega da "troxa" de roupa no centro (nem sei se era no centro hahahaha), na casa da dona Ilma. A vó dava o dinheiro da passagem de ida e a dona Ilma dava o dinheiro para o ônibus de volta.
Só que criança e adolescente, sabe como é, né? Sempre tem alguma idéia melhor pra fazer com o dinheiro do ônibus. Ainda mais porque a gente pode muito bem ir a pé.
Lá iam as duas, a mãe e a tia Gilda, levando a trouxa da dona Ilma. Minha genitora, quando criança era louca por banana e, apesar daquela história de que banana é barata, não era bem assim naquela época e pela falta de grana lá na casa da vó e do vô não se via muito. Foi aí que ela teve uma brilhante ideia, pegar o dinheiro do ônibus e comprar tudo de banana e voltar pra casa a pé.
Hoje em dia ela e a tia Gilda contam esta história e dão risada. Mas creio que na hora não foi tão engraçado. Compraram as bananas comeram e foram pela estrada afora, voltando pra casa, carregando uma trouxa de roupas suja.
A tia Gilda sempre frisa que perguntou: "_ Rita, tu sabe voltar pra casa a pé?" e a mãe, é claro que disse: "_sei sim, claro!" Só que a ideia era muito mais genial. Elas não iam pegar o ônibus, mas iam segui-lo até em casa. Pensem gente, seguir o ônibus em seu caminho até a parada na qual deveriam descer.
Resultado... seguiram o ônibus até perde-lo em sua primeira dobrada de esquina... caminharam... caminharam e se deram conta de que estavam perdidas. A noite vinha chegando e elas não faziam nem ideia de por onde andavam. Ficaram apavoradas!
Daí foram pedir orientação para um homem na rua e a pergunta não poderia ser outra se não... "moço aonde fica a Bom Jesus?".
O bom destas histórias é perceber a ingenuidade das crianças na época.
Toda vez que a mãe contava esta história quando eu era criança ficava pensando: tanto trabalho só pra comer banana! É que só agora eu compreendo as dificuldades da época.

terça-feira, 23 de março de 2010

Memória emprestada

Tem lembranças e experiências que conto, que passo para os outros, mas que... não são minhas. Claro que digo quem contou ou escreveu tais lembranças. Tem uma que me causa uma comoção pela generosidade. Como já disse em outros posts a família da minha mãe sempre foi pobre e no passado ainda mais, chegando a passar certas privações e algumas necessidades. Nenhuma destas faltas chegou a fazer com que minha mãe ou meus tios e tias se tornassem adultos ressentidos pelo que passaram. Ao contrário, são todos pessoas generosas.
Minha avó foi criada na colônia de Pelotas, perto de onde é o Restaurante Grupelli, a colônia Maciel, por ali, imagino eu, pelas coisas que ela conta. Meu avô é do Rincão do Andrade. Quando meus avós eram noivos teve a Segunda Guerra Mundial e meu avô foi até a Itália como pracinha. De acordo com algumas fotos e o relato da vó Mália é possível que eu tenha um tio italiano, pois meu avô era muito namorador. Quem sabe fosse pelo nome, Dorocildo, que lembra doce, que surgisse o sucesso dele com a mulherada? Enfim... durante um grande período da infância da minha mãe meu avô foi o "cuidador do mato". Mato este localizado onde hoje é o bairro Dunas. Conforme contam, naquela época aquela região era toda mata, com poucas casas e deserta.
Deste mato existem várias histórias, da mulher de branco, do homem gigante, da mulher que foi obrigada a se mudar, pelo meu avô, depois de desencarnado. Num outro momento eu conto estas. A deste post é uma homenagem a minha tia Ieda, que é toda coração. Tem gente que é assim por natureza. É uma pessoa que é incapaz de ser rude com alguém, mesmo que a situação seja de conflito, não vê maldade nos outros e fazer uma maldade é impossível pra ela.
Minha mãe conta que quando elas eram pequenas, em idade de colégio, faltava muitas coisas, entre elas o caderno e até o lápis. O tapapó que deveriam usar eram divididos, assim como os chinelos, entre os que estudavam de manhã e os que iam a escola à tarde. A troca era feita para garantir que todos fossem a escola. Certa vez, conta minha mãe, que tinha um boi brabo solto no campo e minhas tias Ieda e Rosa estavam caminhando por lá. Não sei ao certo o que faziam, mas isso não importa porque o ato mais importante não se baseia no porquê elas estavam lá. E sim no ato altruísta que se seguiu. A tia Ieda estava de chinelos e a tia Rosa de pés descalços e andavam pelo mato. Foi quando o boi furioso surgiu. Elas deveriam correr para fugir dele, mas a tia Rosa não caminhava por causa das rosetas que cravavam em seus pés. Só que o perigo de ser morta pelo "boi sem coração" era real e presente. A tia Ieda não teve dúvida, talvez não tenha conseguido pensar nos seus próprios pés cravejados de rosetas ao fugir do boi, porque ela só conseguiu pensar que nada era mais importante do que fazer com que sua irmã saísse daquele perigo sã e salva. E se para isso fosse necessário ficar com os pés em chagas, caminhar sobre brasas, bem... isto não importava. (Acha isso melodramático leitor? Talvez porque não tenha visto uma pessoa ser atacada por um boi, ou vaca)Ela tirou os calçados e deu para que a tia Rosa pudesse correr dali.
Para mim é difícil entender o altruísmo de uma criança. Mas eu sou capaz de compreender o desespero que ela sentiu ao ver a irmã ameaçada pelo animal. Pois uma vez lá fora, no sítio dos meus pais a "vacona", como as crianças chamam a vaca que meu pai tem lá, se soltou e quase causou um acidente com as minhas sobrinhas Larissa e Amanda. O desespero foi tão grande que não consigo, até hoje, me lembrar daquele dia sem chorar.
As vezes eu me pego pensando no quanto eu queria ter esta generosidade. Talvez isto só seja possível porque elas tiveram que aprender desde muito cedo a cuidar uns dos outros, a dividir. Por isso cada um se tornou todo coração, cada um a seu jeito, com sua particularidade, mas todos muito mais coração do que qualquer outra coisa. Agradeço demais a oportunidade de conviver com cada um deles e sinto não ter conhecido o vô, sorte que sempre tem as histórias...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Gato da Copa?!

Começo o post dizendo de forma clara que, NÃO GOSTO DE METROSSEXUAL. Tá certo que esta afirmação pode ter duplo sentido... Mas ao que me refiro é aquele homem que não só é preocupado com a saúde e o corpo, mas que começa a aderir a práticas tipo tirar a sobrancelha, deixá-la bem desenhadinha e fina como aquela feita por maquiagem definitiva, depilar pernas, axilas e virilhas, entre outras coisas. Acho que o homem deve se cuidar. Retirar algum excesso da sobrancelha, tirar cutículas e lixar as unhas, estar limpinho, cheirosinho, cuidar do corpo sem perder a masculinidade. Manter o jeito e a cara de homem.
Uma vez alguém me disse que tinha lido numa reportagem que as mulheres estavam ou se atraiam mais por homens com feições femininas. Eu discordo totalmente. O homem não precisa ser grosso que nem dedo destroncado ou como os neandertals e sair por aí arrastando as mulheres pelos cabelos. No entanto, as características do gênero dele devem ser preservadas, entre elas destaco a sobrancelha grossa e o pêlo nas pernas e nas axilas, no mínimo. Tá certo, cortar com a tesoura quando o pêlo debaixo do braço está em tamanho para fazer trança. Isso vale para os pêlos que ficam em local um pouco mais reservado. Caso o cara seja tipo Tony Ramos e acha que ser uma bolinha de pêlo não é legal, a possibilidade de depilar é aceitável. Agora, se ele não for um corredor ou nadador profissional... nada feito!
E todo este post é para dize que eu simplesmente, mesmo não gostando de homem com cara de menina e neste caso entram (sei que pode haver protesto) Cristiano Ronaldo e David Beckham (sendo que este último tem mais cara de homem). O Kaká tem uma carinha de gurizinho, mas gurizinho que vai virar um homão.
Agora... tendo uma lista com Tierry Henry e Eto'o e este merece duas fotos . E as mulheres escolherem como gato da copa o Tévez... eu não acredito, isto é sacanagem da grossa. Que escolhesse o Kaká ou o Cristiano Ronaldo, tá certo... Mas o Tévez?!!!!! Olha que eu tentei pegar a foto em que ele estivesse melhorzinho...
Não é possível!! Gato da copa? O Tevez? Nem com muita boa vontade... Eu também não gosto do Maradona, mas ele apesar da idade e das gordurinhas a mais, contudo isso ainda é mais bonito que o Tevez.

Fotos encontradas no google.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Cecília Meirelles

"Tenho fases, como a Lua; fases de ser sozinha, fases de ser só sua."

Cecília Meireles

sexta-feira, 12 de março de 2010

Não corro nem pra pegar ônibus!

Sempre que digo isto as pessoas ficam me olhando meio assim, desconfiadas, como que pensando, que mulher maluca! Mas eu não corro mesmo, me recuso terminantemente a correr seja por qual motivo for. Tá, se vier rolando uma pedra imensa que nem aquela do filme Indiana Jones acho que aí eu corro, mas vai ser por um instinto de sobrevivência.
Porque me recuso a correr?! Não sei direito, mas lembro que desde criança nunca gostei de brincadeira de pegar. Achava um saco ficar correndo atrás dos outros só para depois fazer com que eles corressem atrás de mim e assim sucessiva e cansativamente. Até que jogava futebol com meu primo, mas o espaço era restrito onde fazíamos o nosso "campo". Pra falar a verdade... nunca fui muito chegada, e ainda não sou, em esportes. Nada de voleibol, coisa que as gurias da minha idade adoravam, handebol ou seja lá qual bol mais possa existir.
Não costumava pular corda e o negócio de pular elástico não dava muito certo comigo, porque minhas pernas sempre foram bem curtas. hahaha Mas correr era de todas as modalidades a mais detestada por mim.
Logo que entrei na adolescência dei uma inflada básica. Coisa assim de ter aumentado uns quilinhos assim na região dos peitos e na dos quadris. Meu pai costumava correr pela manhã, e preocupado comigo resolveu que eu ia correr com ele. Daí já viu né? Juntou duas coisas da qual não me agrado muito, acordar cedo e correr. Jura!? Eu o acompanhei algumas vezes, mas caminhando.
No primeiro grau eu roubava um pouquinho quando o professor de educação física mandava correr em volta da quadra de futebol. Isso porque ele ficava perto. Mas no segundo sim. Eu roubava muito! Quando a Eliete, professora de educação física do CAVG, mandava a gente correr e me dizia que eu tinha que ir porque era gordinha, aahhhh! eu saia correndo... de perto dela. E ao chegar uns metros mais a frente, onde ela não me via mais, começava a caminhar. E isto sempre era assim. Não corro mesmo!
E agora que estou na casa dos inta... bem, agora mesmo é que não corro. Se precisar caminhar, caminho. Vou aonde for preciso desde que caminhando. Numa boa. Nada de correr! Andar de bicicleta também não gosto muito. Mas ainda fico mais feliz do que se tiver que correr meia quadra.
Tá certo, sou gordinha mesmo, admito! Mas prefiro gastar meu tempo e queimar calorias com as aulas de dança e caminhadas.Pressa e correria são duas coisas da qual não gosto e não acelero meu tempo não. Pode me chamar de lerda, não tem problema, mas adotei pra mim a filosofia da tartaruga "devagar e sempre". E é ela quem esta certa, não ganha a corrida contra o coelho, mas vive mais de cem anos.

Florbela Espanca

Amiga
Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.


Que só, de ti, me venha magoa e dor
O que me importa a mim? O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!


Beijá-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascessemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...


Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Lembranças da infância

Eu sempre gostei muito de música e de dançar. Mas nas minhas lembranças de infância sempre aparecem três músicas: Lady Laura do Roberto Carlos, O bom menino, do Palhaço Carequinha e Genghis Khan, uma música que não podia faltar jamais nas festas que minha tia Geni sempre fazia para comemorar os aniversários de família. A muito custo consegui encontrar a versão em português da música que era o sucesso das festas de família e nos fazia dançar freneticamente.

O original, com o grupo que eu imagino seja russo chama-se Moskau.

Que saudade que dá ao ouvir estas músicas e lembrar de mim no meio dos primos e tios dançando em roda de mãos dadas e sem pensar em nada. Os olhos da chorona aqui se enchem de lágrimas e o coração fica apertado. Chego a sentir aquela energia!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Parabéns mulher!

No dia internacional da mulher destacar as conquistas e reivindicar os direitos é o mínimo que podia fazer. Primeiro acho importante destacar a nossa condição humana, nosso desejo de um lugar melhor para nossos filhos e netos. Também é importante destacar que nos preocupamos em em deixar filhos e netos amorosos, felizes, educados e amados para este mundo pelo qual lutamos. É necessário pensar em deixar um mundo melhor para nossos filhos e, como diz minha amiga Nina Rosa, "temos que pensar em deixar filhos melhores para o mundo".
Brindando a todas as mulheres compartilho um poema bem bonitinho da Cora Coralina, poetisa de quem gosto muito.

"NÃO SEI...

Não sei... se a vida é curta...
Não sei...
Não sei...
se a vida é curta
ou longa demais para nós.

Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura...
enquanto durar."

terça-feira, 2 de março de 2010

Testezinho básico para o mês da mulher


Oi!


Fiz o teste para ver qual é o meu jeito de ser mulher. Descobri que sei me cuidar e valorizar o que é realmente importante para mim. Me respeito como sou, com tudo de desafiante e encantador que carrego em mim. Veja mais sobre o meu resultado: http://www.personare.com.br/revista/teste/qual-o-seu-jeito-de-ser-mulher/resultado/3

segunda-feira, 1 de março de 2010

ô seu colibri


O pequenino Beija-flor estava lá, tranquilo em meio as folhagens. Quase não dá pra perceber sua presença. Não pude deixar de lembrar da canção do Pedro Munhoz:
"Música: Seu Colibri
CD: Encantoria
Autor: Pedro Munhoz
Veio um colibri pr’uma visita,
Em meu quintal e o frenesi,
De suas asas fez o sol se refletir
Por entre as cores matinais e escrevi,
Estes meus versos de ocasião.
Na completa emoção do ser,
Pra não ser completamente vão!
Ah, seu colibri, se tu soubesses
Como é bom em tê-lo aqui,
Tão carinhoso com as flores em botão,
Parando o tempo em teu voar parado,
Beijando a flor desta canção.
E entender que o belo é tão simples
Simples é entender o belo então!
Voa colibri, entre as folhagens da varanda,
Livre, pois és cantiga pelo ar,
Na florescência sempre estás,
A carinhar as azaléias ansiosas, ansiosas
Ansiosas no jardim.
Voa colibri, neste universo tão infinito,
No teu bailar que é tão bonito,
Na harmonia do lugar
Que enfeitas, enfeitas,
Enfeitas tudo enfim.
Diz aqui pra mim, pra mim
Quem te ensinou voar, voar
Assim,assim?
Mas diz aqui pra mim, pra mim,
Quem te ensinou.
Diz aqui pra mim quem foi,
Teu primeiro amor?
Teu primeiro beijo e quem foi a flor,
Me diz e quem foi a flor?
Diz aqui pra mim colibri,
Do teu novo amor?
Será a flor-de-lis ou sempre viva
Me diz que se apaixonou?
Seu colibri, casa é sua
Por favor me apareça
Nunca esqueça deste amigo que lhe tem,
Muito respeito e toda admiração,
De coração tenha certeza.
Na completa emoção do ser,
Belo é entender o simples então:
Seja..."