segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Ferro, osso e garrafas para vender

Só sabe dos sofrimentos de não ter o que comer aquele que passou necessidade na vida. E só sabe das alegrias e das sutilezas estes mesmos que na diversidade tiveram grandeza para saborear cada momento, apesar das mazelas. A família da minha mãe viveu momentos de grande pobreza quando ela era criança. Contudo e apesar de tantas necessidades cada um dos tios conta histórias engraçadas de crianças arteiras tentando superar os momentos de fome.
Já contei aqui que eles moravam no mato que ficava ali onde hoje é o bairro Dunas. Antes disso, viviam na tal vila Prieto. Quando conseguiram a casa no mato, com a condição de cuidar o mato, a moradia era precária. Era como a música do Vinícius de Moraes, "não tinha teto, não tinha nada". Minha vó conta que a casa não tinha janelas e nem portas, mas tão logo puderam se mudaram pra lá. E foi no mato que aconteceram as mais diversas histórias, foi onde se criaram minha mãe e meus tios, foi onde meu avô assombrou a vizinha fofoqueira e onde minha mãe e minhas tias tomavam banho nas valetas. Valetas limpas, não estas cheias de lodo que temos hoje em dia. hahaha Cada vez que minha mãe dizia que tomavam banho de valeta eu ficava imaginando elas pretas daquele lodo fedorento! Que nojo!, eu dizia e ela falava que as valetas não era como aquelas da minha infância. Para se resguardar de qualquer doença que pudesse vir daquela água insalubre elas faziam um vidro de chá de macela. Criança realmente sabe viver!
Nos momentos de aperto meu tio Toninho, por alguns conhecido como "Virola" fazia pequenos trabalhos, recolhia doações, se virava pra levar alguma coisa pra casa, dinheiro ou comida. Mas aquele tempo era de grande escassez e não era como hoje com bolsa família, com várias entidades que ajudam, todo mundo vivia com pouco e uns com menos que pouco. Na verdade com quase nada! Então meus tios juntavam garrafas, ferro e até osso pra vender. Algumas vezes aprontavam das suas, visto que o comprador dos ossos era gente boa e guardava o material comprado no pátio protegido por uma cerca de arame que tinha um buraco. Daí que eles vendiam os ossos, depois a tia Rosa, que era a menorzinha na época, passava pelo buraco na cerca, pegava os ossos e voltavam a vender os ossos pro mesmo comprador que dizia: "mas eu acho que conheço estes ossos!". E eles diziam que não, que eram ossos novos, diferentes dos anteriores, recebiam o dinheiro e se danavam correndo pra longe dali. Deixavam passar um tempo e voltavam a vender aqueles velhos ossos de novo, pro mesmo comprador de sempre.
Apesar desta travessura todos eles muito cedo começaram a trabalhar. Os guris na construção civil, pedreiros, pintores. As gurias foram trabalhar em casas de família. Cresceram felizes, apesar de ter tido que trabalhar duro, e por unanimidade todos dizem que se pudessem voltar ao passado queriam tudo igual de novo. E estas histórias me enternecem muito!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Buscando o gás

Outro dia vi uma cena que me levou direto pros dias da minha infância. Vi uma senhora levando um botijão de gás para dentro de casa, empurrando-o com a mão. Lembrei da época em que não tinha telentrega de gás e quando acabava o bujão tínhamos que levar o vazio até a venda mais próxima e depois trazer o cheio.
A gente tinha sorte, pois na esquina da nossa casa o seu Ernesto vendia gás. Então eram poucos metros empurrando o botijão. Minha mãe levava aquele trambolho até com certa elegância, empurrava com o pé e ele rolava pra frente, bem retinho pra longe, quando se aproximava outro empurrão e logo chegávamos na venda. Na volta era igual, o botijão mais pesado vinha rolando pela rua e nós atrás.
Tinha gente que tinha um ferro que prendia em ambos os lados do bujão e vinham arrastando ele. Também rolando, mas sem o perigo do dito cujo se desvincilhar e cair na valeta ou invadir o meio da rua. Lá em casa a gente não tinha, então quando eu ia buscar o gás pra mãe acabava protagonizando algumas cenas dignas de comédia pastelão. Sim, claro que eu empurrava o botijão com o pé. Óbvio que sem elegância nenhuma. Certamente que ele não ia retinho que nem quando a mãe empurrava. Ele ia lá e cá quase num zigzag invadindo o meio da rua e muitas vezes até atravessando a "estrada" de um lado pro outro e eu corria atrás dele desesperada pra evitar que caísse na valeta lá do outro lado. Daí tinha que segurar o bujão com a mão, porque não tinha perna suficiente pra fazer isto com o pé. Empurrava o botijão mais uma vez pro lado certo da rua e ele parava bem na beirinha da valeta, ficando por um triz fora dela. Lá ia eu correndo de novo!
O trajeto de poucos metros, que eu fazia com folga quando esperava o ônibus na frente da minha casa e saía caminhando enquanto ele vinha da outra pontada rua, parecia interminável quando eu o fazia com o botijão do gás. E a mãe contava que quando era pequena e morava no mato tinha que buscar água numas bambonas maiores que o botijão. E que meus tios até caminhavam em cima do barril da água que nem aqueles acrobatas do circo! E eu ficava pensando em quanto tombo não ia cair se tentasse uma proeza daquelas! Então chegava na venda do seu Ernesto e comprava o gás e tinha que voltar com o bujão ainda mais pesado, cheio pra casa. E lá ia eu, aquele toco de gente, que ainda sou, empurrando aquele trambolho pela rua de forma totalmente desajeitada. Nunca entendi porque que ele ia conforme queria e não reto que nem ele ia quando a mãe empurrava! Quando chegava de volta em casa estava com a roupa e as pernas toda cinza daquela tinta, gordura, sujeira do botijão. As mãos coloridas daquilo, toda escabelada e esbaforida! Certamente com a cara vermelha do esforço.
Então a mãe ligava o gás no botijão encaixando a válvula presa na mangueira, apertava bem pra não vazar o gás. Porque vazamento de gás é um perigo! E pra ter certeza de que não estava saindo gás, fazia uma espuma com a esponja de lavar louça e colocava na volta da válvula, se fizesse mais espuma tava vazando. E eu morria de medo de ter que fazer aquilo quando crescesse! Ainda bem que agora tem a telentrega e o moço chega lá com o botijão cheio, instala tudo e pronto.
As vezes passava o caminhão do gás com aquela musiquinha, mas isto já foi nos anos 90, quando começaram a dizer que nas vendas não tinha lugar adequado pra armazenar os botijões cheios e que havia risco de explosões e incêndios. Mas o gás nunca acaba na hora que o caminhão passa né? Ele sempre dá de terminar no meio do cozimento do arroz meio dia, ou quando a gente tá assando o pão de noite! Aí a gente não podia chamar o caminhão do gás, porque ele passava na hora que queria e não quando a gente precisava. Quando acontecia do gás acabar e o seu Ernesto não vendia mais gás a gente tinha que ir com o pai até o posto de gasolina comprar. Daí sim era uma beleza, porque a gente não precisava empurrar o botijão e pra completar fazia um passeio. Mas mesmo quando o caminhão entrega o gás era o pai ou a mãe que ligavam o bujão. Só agora é que o entregar faz tudo pra gente. Que sorte! Algumas dicas de segurança são importantes, por isso coloquei a foto ao lado.  Ah! Também tinha a musiquinha! "Se tem o lacre azul, do cachorrinho, pode confiar, é liquigás"! hahahaha Vai o vídeo se alguém quiser relembrar!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Descriminalização do aborto

Eu já disse algumas vezes, já escrevi inclusive, sobre o que penso sobre o aborto. Primeiro ponto, da situação em que me encontro, dentro da religião que professo e sigo, dentro da minha forma de pensar, hoje, não faria um aborto. Segundo ponto, creio que prevenir uma gravidez seja mais fácil do que o trauma e as consequências de interromper uma gestação. No entanto, penso assim por ter tido esclarecimentos sobre planejamento familiar. Também tem a possibilidade de ter o bebê e dar pra adoção, visto que existem muitos casais que querem cumprir o papel de pai e mãe. Como eu disse, é o meu pensamento.
Outras mulheres não pensam ou mesmo sabem ou estão preparadas para optar por algum dos pontos acima. Isto varia de pessoa para pessoa. Mas a questão da descriminalização do aborto não é uma questão moral ou religiosa, é sim uma questão de saúde pública. Neste momento de campanha política poucos são os candidatos que se colocam a favor deste tema, sendo os que sei serem a favor são Eduardo Jorge e Luciana Genro. E este ponto é importante, tendo três candidatas a presidência, apenas uma se coloca a favor do aborto legalizado. Quero esclarecer porque digo que a opção pela legalização do aborto não é uma questão moral ou religiosa. É porque antes de mais nada nascemos com o livre arbítrio, um direito inalienável de escolher o que nos parece melhor nesta caminhada. Sou espírita, sei que cada gestação é a oportunidade de um espírito reencarnar, mas sei também que cada um destes espíritos (mãe e filho) tem o direito de escolha. E cabe somente a eles mesmos julgar o que creem ser o melhor. Não podemos interferir e obrigar uma mulher dar a luz um filho fruto de uma violência como o estupro. Não podemos dizer que apenas a mulher é responsável por uma gravidez.
É uma questão polêmica que será discutida e debatida por vários viés. Mas o mais importante, muitas vezes é posto de lado, sendo exaltados a questão moral e religiosa. O fato é que a proibição do aborto não impede que clínicas clandestinas de alto nível e de fundo de quintal sejam abertas e atuem interrompendo gestações e matando mulheres. Só nos últimos 15 dias soubemos de dois casos de mulheres que morreram durante o procedimento e seus corpos foram desovados. A imprensa, infelizmente reza pela cartilha do sensacionalismo e muitas vezes ao invés de ajudar no esclarecimento causa mais preconceito. Quando uma mulher desaparece após o procedimento de aborto ela não aparece como vítima de um procedimento mal sucedido, mas sim o crime de aborto é que é destacado. É neste momento que a imprensa deveria cumprir seu papel de informar e entrevistar médicos falando que a descriminalização do aborto é sim um caso de saúde pública, visto que procedimentos como este aparecem nos prontos socorros do SUS em grande número. Isto quando a mulher sobrevive as precárias condições das clínicas clandestinas e não vai parar no IML.
A legalização do aborto não vai aumentar o número de abortos realizados, apenas vai contabilizar o número correto. Apenas vai evitar que mulheres pobres e sem condições sejam vítimas de gente inescrupulosa que joga corpos no terreno baldio como se ninguém se importasse com aquela vida.
Eu sei, eu também acho que é mais fácil evitar a gravidez e é justamente por isto que digo que legalizar não vai aumentar o número de procedimentos feitos. Nenhuma mulher vai engravidar propositalmente SÓ para fazer um aborto, que é um procedimento traumático física e psicologicamente. Ou alguma vez passou pela tua cabeça que uma mulher decide assim... do nada... super de boa... tipo... hoje vou fazer um aborto só pra ver qualé que é?
Acredito que, mesmo uma mulher que nunca tenha pensado ser mãe numa situação como esta vai pensar muito a respeito. É uma decisão difícil e optar por botar todas as economias ou pedir um empréstimo  (porque aborto ilegal é caro!) neste procedimento deve ser a parte mais fácil da decisão. Porque existe culpa, existe medo dos riscos, existe o quanto uma decisão desta deve fazer com que a mulher se sinta sozinha. E existe toda uma sociedade que vai julgá-la e culpá-la pela decisão de não ter um filho fazendo o aborto, ou pela decisão contrária.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A bibliotecária de Auschwitz

"A  bibliotecária de Auschwitz" de autoria de Antonio G. Iturbe é um romance baseado na história real de Edita Adlerova uma menina russa prisioneira do campo de  concentração e extermínio Auschwitz-Birkenau. A jovem estava com os pais e participava do perigoso esquema de educação montado por Alfred Hirsch no pavilhão 31. Dita, como era conhecida, era a bibliotecária ao qual o título se refere e é através dela, das suas lembranças e vivências que ficamos conhecendo o drama de ser uma criança presa num campo alemão durante a segunda guerra mundial.
O livro ganha a gente nas primeiras citações, nas primeiras palavras da abertura. E dá um destaque grande para algo que devemos todos atentar "livros são perigosos porque nos fazem pensar". Tanto que mesmo dominando quase tudo ao seu redor os alemães não permitiam livros ou qualquer forma de ensino para as crianças prisioneiras em Auschwitz. Ajudar pessoas a pensar e adquirir conhecimento foi o trabalho de Hirsch, tido como louco por tal ousadia.
Adorei esta frase do livro logo que li lembrei imediatamente de Paulo Freire: " Não importa quantos colégios os nazistas fechem, respondia. Cada vez que alguém se detiver num canto para contar algo e  algumas crianças se sentarem ao redor para escutar, ali terá sido fundada uma escola". Creio que os amigos professores e educadores apreciarão a leitura. Eu estou apenas no começo, mas já estou apaixonada por Hirsch e Dita! Tem um dito, do qual desconheço a autoria, que diz "Livros não mudam o mundo, livros mudam pessoas. Pessoas mudam o mundo!"

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O amor verdadeiro e as difíceis escolhas

Como noveleira assumida que sou estou gostando "very much" da novela Império de Agnaldo Silva. A trama esta muito bem construída, diferente do que vinha sendo colocado neste horário nos folhetins anteriores. O autor está tocando em pontos muito importantes e que necessitam ser colocados em debate na nossa sociedade. Entre os principais está a questão LGBT representada brilhantemente pelos atores Paulo Betti, José Mayer, Kleber Toledo e Ailton Graça. Cada um com um tom abrangendo a diversidade que existe neste grupo. Ailton Graça, aquele "negão de tirar o chapéu" está primoroso na sua interpretação da cabeleireira Xana e dando de forma brilhante toda a dramaticidade que a personagem carrega.
Nos últimos capítulos a novela toca num ponto polêmico e crucial "o preço que se paga por ser quem a gente é". Não são todas as pessoas que botam sua cara a tapa assumindo suas escolhas de forma corajosa tal como fez Xana. E certamente, vendo os crimes de ódio contra gays no nosso país, podemos imaginar o quanto um gay trans, negro deve ter sofrido na sua caminhada. O quanto deve ter sofrido de preconceito, maus tratos e injustiças, pois quando se pré-julga sem o mínimo de conhecimento já se está injustiçando. Nos capítulos destas últimas semanas Xana enfrenta o difícil momento de decidir se cumpre a promessa de criar o filho de uma amiga que morreu ou se o entrega para o Estado. A culpa, a dúvida, o medo, mas acima de tudo o amor faz com que ele decida não cumprir a promessa no intuito de preservar Luciano de toda sorte de maldades e preconceitos se fosse criado por ele.
A personagem abre um leque de dor que nos emociona profundamente. Mostra as cartas e as marcas sofridas quando diz que é melhor para o guri ser criado num orfanato ao invés de viver com ele, pois na escola sofrerá bullying por ser adotado por um trans, a sociedade irá julgar (e condenar) o tipo de relação que existe entre ela e o garoto. Toda sorte de ideias e argumentos, certamente bem conhecidos de Xana, poderão ser usados pela comunidade. A personagem diz claramente o que as pessoas dirão, coisas aliás que algumas vezes escutamos, não só da boca de fundamentalistas religiosos como Malafaia ou Feliciano. Absurdos como a possibilidade de um gay influenciar outras pessoas a serem gays, insinuações de que por ser homoafetivo cria a criança para abusar dela. Tanto uma, quanto outra são afirmações horríveis das quais quer preservar Luciano.
É óbvio que sabemos que muito melhor seria que o guri fosse criado por Xana com uma estrutura de família, com afeto, com carinho e amizade na comunidade onde cresceu junto com a mãe. Não há dúvidas que a bondade se expande do coração dela que acolhe e cuida dos amigos e hóspedes da sua pensão como membros da família. Para muitos desavisados, que talvez desconheçam o amor verdadeiro, o ato dela parecerá puro egoísmo de quem não pretende mudar seu modo de vida para criar um filho que não é seu. Mas com certeza esta é a mais mentirosa de todas as coisas a que podem acusá-la. E é a mais bem interpretada por Ailton Graça, que mostra com suas lágrimas e com a expressão do seu olhar o quanto o dilema mexe com seu coração. Deixar que aquele garoto cresça sozinho sem o afeto de um lar, pra quem sofreu preconceito a vida inteira e não quer que outros passem pelo mesmo, é a melhor opção. Embora eu não concorde, pois para mim o amor transcende e supera tudo, compreendo perfeitamente a decisão dela.
Numa sociedade que entende o homicídio de um jovem gay com requintes de crueldade como o resultado de uma "briga" de casal o medo de Xana não é infundado. Tem quem pense que a culpa "do aumento" dos gays hoje em dia seja das novelas, que estão colocando o grupo em evidência. Como se ser gay fosse moda. Quem em sã consciência assumiria homossexualidade numa sociedade preconceituosa que mata pessoas que assumem a sua condição? Aliás, neste ponto Agnaldo também mete o dedo na ferida quando coloca o Robertão (personagem asqueroso) que não se importa de tirar a roupa por dinheiro diante de um homem que gosta de homens, mas se diz espada quando este lhe propõe sexo. Ele acha normal sair para jantar com aquele gay num restaurante bem chique e da moda, gosta da noite e destila seu preconceito quando declara que se Theo "não fosse boiola até seria amigo dele". Tirar proveito de uma pessoa nesta condição tudo bem, ser amigo não. Para mim é como a situação do cara que assumiu ter matado João Donati fazer sexo com gay sendo ativo, tudo bem. "Agora dar a bunda... ah! isto é coisa de viado!" Pensamento este de muitos machões por aí!
Aguardo momentos muito mais emocionantes como o momento em que Claudio (José Mayer) assumirá sua bissexualidade aos filhos, outro dilema muito bem tratado na trama. Certamente voltarei ao tema novela das oito, pois estou no aguardo das cenas dos próximos capítulos.

PS.: Fiquei na dúvida em relação a diversidade de Xana, coloquei trans porque entendo como trans, não só aqueles que optam por fazer cirurgia como trans, mas por serem de um gênero e identificarem-se com o outro. Como travesti, muitas vezes optam por hormônios e implante de próteses, e não me parece ser este o caso da personagem, acabei escrevendo Xana como trans. Mas se alguém souber com certeza eu posso corrigir.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Segunda-feira

Segunda feira é o dia da preguiça, das reclamações "ih! hoje começa tudo de novo!". E uma segunda feira que nem a de hoje em Pelotas deixa a gente com aquela vontade de fazer nada e ficar em casa tomando um cházinho e olhando as gotas de chuva na janela. Daí pra dar uma animada fui procurar poesias e frases sobre a segunda e achei umas bem bacanas! 

Do Mario Quintana este velhinho que eu amo de paixão! 
"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..."

Da Clarice Lispector!
"Segunda-feira é mais difícil porque é sempre a tentativa do começo de vida nova. Façamos cada domingo de noite um reveillon modesto, pois se meia noite de domingo não é começo de Ano Novo é começo de semana nova, o que significa fazer planos e fabricar sonhos."


Do Raulzito (Raul Seixas)
"Desabafo de Segunda-feira
É impossível para o espelho da alma refletir na imaginação alguma coisa que não esteja diante dele. É impossível que o lago tranqüilo mostre em sua. profundeza a imagem de qualquer montanha ou o retrato de qualquer árvore ou nuvem que não exista perto do lago. É impossível que a luz projete na terra a sombra de um objeto que não exista. Nada pode ser visto, ouvido ou de outro modo sentido, sem ter essência real. O resto é excesso. Na luta contra o mal o excesso é bom; quem é moderado em anunciar a verdade está apresentando apenas uma meia-verdade. Esconde a outra metade com receio da cólera do povo. Não vou me surpreender se os "pensadores" disserem de mim: "É um homem de excessos que se volta para o lado mais desagradável da vida e não apresenta nada mais que desgraças e lamentações."

Se não entende, cumpadre, na casa da ignorância não há espelho no qual se possa ver a alma.

A vida, mestre, é uma escuridão que termina na explosão da luz do dia. Sempre!"


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Onze de setembro

Não fosse pelo aniversário de algumas amigas nem teria lembrado que hoje era 11 de setembro. Aquela data, que depois de 2001 virou o dia em que muitos lembram dos aviões chocando-se contra as torres gêmeas nos Estados Unidos e lembram também o que faziam naquela fatídica manhã em que muitos morreram. Eu não sou fã dos "isteites", não mesmo. Mas também não me agrada nada saber que tanta gente morreu por intolerância de ambos os lados, afinal Tio Sam não é nada santo. Vários anos depois do acidente com o World Trade Center escrevi textos contestando a bondade e magnificência dos EUA, sua pose de vítima inocente. E tanto tempo depois sigo questionando sua autoridade sob tantos países e povos. O triste é saber que ou eles interferem de forma brutal ou ignoram os problemas em outros países.
 Vou reproduzir um dos textos que escrevi logo após o acontecido. Espero que gostem.

"Quem são as verdadeiras vítimas?
É impressionante a solidariedade do mundo com os Estados Unidos em relação aos atentados de 11 de setembro, quando foram destruídas as torres gêmeas do World Trade Center (WTC). No entanto, a mim particularmente, não comovem as palavras do "Mr. president" George W. Busch. Os mortos, é claro, sejam eles americanos ou não, que trabalhavam no WTC no momento dos atentados merecem todo o respeito. Mas há uma pergunta que não quer calar, quando irá começar as homenagens, os minutos de silêncio pelos mortos em Hiroshima e Nagasaki, no Vietnã, na Segunda Guerra Mundial, na Guerra do Golfo só para citar alguns exemplos de países vítimas da ira dos E.U.A? Quando o mundo será solidário aos mortos direta e indiretamente pelos americanos?

O país, que também não poupou seus inimigos e seus próprios antepassados, afinal dizimaram os índios que habitavam seu território, foi responsável por várias guerras, testou armas nucleares com alto poder de destruição, teve participação direta e indireta na morte de várias pessoas em diversos países. Não bastando esse histórico, que não traz apenas ajuda ao terceiro mundo, mas também guerras "Mr. Busch" apoiado pelo "Mr. Tony Blair" - primeiro ministro inglês - quer bombardear o Iraque, de Saddam Hussein. De acordo com os argumentos de Bush, o Iraque possui armas nucleares e químicas e está pronto para atacar sua "santa terrinha". Em outros tempos já haveria iraquianos mortos, mas os países que fazem parte da Organização das Nações Unidas (ONU) não apoiam um ataque americano ao Iraque.

O 11 de setembro, marcado nos calendários do mundo todo, mostrou que os Estados Unidos não é inatingível ou acima do bem e do mal. O país foi atingido e mostra que o tio Sam não é o xerife do mundo, embora "eles" pensem isso, e, o mais importante, não tem direito de fazer o que bem querem com quem quer que seja sem sofrer as consequências. O anticristo anunciado nas profecias de Nostradamus, com certeza não é Saddam ou Bin Laden. Ele se assemelha sim ao cínico George Bush, que está tentando provocar uma guerra - se não por causa do petróleo - e possui tantas ou mais armas químicas que o Iraque. Além do armamento bélico o país possui um "jeitinho" de fazer com que o mundo todo, mesmo os países explorados por ele, fiquem não só solidários como também com "peninha" dos coitados.
Ora! "Coitadinhos"! Quem foi que durante a guerra fria comercializou armas? E quem é que sempre vendeu armamento para os países do Oriente Médio, para que estes guerreassem entre si? Qual país financiou o grupo de Bin Laden - Al Qaeda - fornecendo-lhes armas e dinheiro para que "defendessem" suas fronteiras da ex-União Soviética? Pobre tio Sam! Atingido bem no meio da sua arrogância! Seus símbolos de inteligência, segurança e finanças foram destruídos ou abalados fazendo várias vítimas inocentes (o que adoram frisar) estão mortas e outras tantas foram feridas.

Ontem, 11 de setembro, o mundo inteiro realizou homenagens a elas. Mas, por acaso, no Oriente Médio e em regiões atingidas pela ira dos Estados Unidos não há vítimas inocentes? Ah! Sim, claro, são de outra nacionalidade, crença, país. Por isso não são vítimas? Deixam de ser inocentes? Quem sabe até se não são os culpados de tudo, das desgraças que caíram sobre eles mesmos e sobre os outros? Vai saber?! Estando contra  os Estados Unidos são os maus."

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Não sei a resposta

Há dias que sinto-me um pouco estranha, talvez a mudança na idade. Eu não me sinto velha, nem nunca me senti. Observo meus sobrinhos crescendo, os filhos dos amigos, mas olhando de mim pra mim sigo me sentindo a mesma de sempre. Não é a mesma da adolescência, claro que não, até poderia, pois acho que minha adolescência foi o período mais choroso da minha vida. Chorava por tudo! E tenho me sentido um pouco assim nestes dias. Mas não é a mesma coisa. É uma melancolia que não consigo identificar de onde veio, apenas aquele imenso mar por traz dos meus olhos querendo fluir. Não é preciso palavra rude, se bem que estas antecipam as ondas e o esforço para contê-las é tanto que sinto dor de cabeça. Fico envergonhada porque me sinto boba e injusta me sentindo assim. Racionalmente sei que não há motivos. Mas racionalmente, também, algumas coisas não me saem da cabeça e como sempre acontece, toda vez que um assunto martela na tua mente dúzias de artigos e posts falam justamente deste tema.
E aí, a gente que parece ter tudo tão bem pensado e organizado precisa rever os conceitos, observar a si próprio e quem sabe até se convencer de que as escolhas que fez até agora eram as melhores e não sabe mesmo o que escolher de agora em diante. Eu não sei mesmo a resposta pra esta pergunta! Vai ver me mantive em algum ponto da minha adolescência.Eu já contei aqui que nunca fiz planos pra minha vida, eu nunca soube o que aconteceria, no que trabalharia, o que buscaria. Nunca fiz planos de casar e ter filhos, por exemplo. E o que mais lembro de meus pais aconselharem é: "estuda, seja independente!" Foi o que eu fiz. Estudei. E foi muito bom! E eu gosto tanto que penso em seguir estudando muitas coisas. Além disso, não tenho plano pra mais nada!
E estes sentimentos contraditórios, diversos e opostos talvez sejam um indicio de que, quem sabe, neste momento eu deva planejar algo. A minha amiga Jacque diz que"temos sempre que ter um plano B". O que se faz quando não se tem nem o A? Não faço a mínima ideia! Acho que tô um pouco assustada por ter de fazer uma cirurgia, coisa que jamais imaginei. Também tem este negócio da maternidade. É, eu bem que tento deixar quieto, não pensar, não buscar uma resposta pra pergunta da minha médica "se quero ter filhos?". Eu mesma não sei a resposta, muito poucas vezes eu pensei a respeito. Primeiro, bem provável, porque era jovem e a ideia de tempo se esgotando não existia. Segundo por que, embora não soubesse se queria ou não ter filhos, sabia exatamente as circunstâncias na qual não queria ter um filho. Não queria ter um filho por acidente ou a revelia do pai, porque não acho justo que um filho não conviva com seu pai e me consideraria muito egoísta ao negar isto a meu filho. Como também acho muito doido um filho ser renegado pelo pai, seja lá os motivos que ele tenha, pra mim nenhum motivo é justo. Terceiro, tive muito poucas relações duradouras que pudessem levar a pensar em filhos, família, enfim. É possível que não pensasse nisto nunca, se a doutora não tivesse feito a pergunta. Talvez esteja me sentindo um pouco pressionada e como não sei a resposta me sinta assim! Eu realmente não sei e minhas tentativas de expressar isto através da escrita não tem me dado muita luz, mas ajudam a desabafar um pouco. Pode ser que outras pessoas estejam na mesma situação, não digo que seja uma encruzilhada, porque embora eu pense nas coisas, pra mim não existe nenhuma obrigação de dar uma resposta pra esta pergunta. Ao mesmo tempo que não consigo esquecer de vez.
Como espírita, algumas vezes eu penso se não programei ser mãe e agora estou deixando isto. Tô usando do meu livre arbítrio, eu sei, com todo o direito, mas também penso naquele que esperava esta minha ajuda. Ao mesmo tempo penso que, se fosse mesmo pra ser, já teria acontecido. Porque eu bem me cuido e previno, mas acontecem "acidentes". Então tento escutar o que meu coração diz, tento serenar minha mente e esquecer outras preocupações, mas não consigo. Então penso no que a cantora Alcione disse uma vez numa entrevista sobre isto, ela disse que "foi mãe dos filhos que a vida lhe deu". E eu acho que fui um pouco, sou um pouco, bem pouco, óbvio. Mas a verdade é que a pergunta me inquieta, como talvez inquiete muitas mulheres. E vem acompanhada de tantas outras, como as que já mencionei e mais aquela "até que ponto eu quereria mesmo isto e até que ponto isto faz parte da "tradição" de que mulher só se completa depois de ser mãe?". As perguntas não cessam. E eu não sei as respostas.

domingo, 7 de setembro de 2014

Brasil coração do mundo Pátria do Evangelho

Uma obra que conta a história do país pelo lado da espiritualidade dando destaque a importância da missão do Brasil na divulgação da Doutrina Espírita e para a evolução do planeta. Assinado pelo espírito Humberto de Campos e psicografado por Chico Xavier o livro relata os principais momentos da história do país. Quando comecei a leitura fiquei um pouco perdida em relação a nomes e cargos porque a obra fala da escolha dos principais desbravadores, dos governadores e dos líderes que atuariam para elevar o Brasil. Desvenda curiosidades como a escolha do primeiro nome "Terra de Vera Cruz", nome favorito da espiritualidade, mas que mais tarde veio a ser mudado.
O livro também revela encarnações anteriores dos líderes, como Mem de Sá, Dom Pedro, Dom João IV e dona Maria.
No entanto o que mais me agradou no livro foi a desmitificação da história de que o Brasil era um país de degradados da Europa, principalmente por que detalha porque foram escolhidos os índios, os negros e os portugueses para povoar esta terra e cultivar o evangelho de Jesus.
É aconselhável que tenhamos próximo um livro de história para podermos nos guiar nas datas, nos principais dirigentes e líderes políticos da época. Creio que os livros do Laurentino Gomes podem ser ótimos auxiliares de leitura. Porque cada um dos livros dele trata de um período específico enquanto "Brasil, coração do mundo, Pátria do Evangelho" trata de todos eles no mesmo volume. Pretendo logo lê-los e então reler o livro do Humberto de Campos. Acho que vale a leitura!

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Trinta e sete

Então, ontem completei 37 anos de vida. 37 nesta existência. A primeira coisa que me vem a mente neste momento é a gratidão. Eu não tenho palavras  para expressar o quanto sou grata por tudo que vivi. Tive momentos difíceis, principalmente em momentos cruciais em que a mudança, o crescimento dependiam de uma transformação interna e que nada tinham a ver com os números da idade. Mas nestes momentos sempre tive alguém com uma palavra correta, um conselho, um abraço, um sorriso ou um "engole esse choro!" que me fizeram muito bem.
Algumas pessoas partiram e outras tantas chegaram! É aquele famoso vai e vem da estação da vida que nos faz aprender a amar. Eu podia dizer muitas coisas sobre estas pessoas, o quanto as amo ainda, apesar das distâncias; e o quanto sou grata por eles me amarem, mas me faltam palavras.
São 37 anos de muita alegria e de muita gratidão a Deus, a minha família, aos meus queridos amigos. E este é o único momento em que fico sem palavras. A única coisa que minha emoção me permite pensar é muito obrigada de todo o coração!!!!

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Trinta e uns...

Como disse num post anterior todo dia temos novos desafios. Para passar por alguns deles precisamos nos superar e para outros apenas precisamos nos aceitar tal qual somos. Já faz algum tempo que passei a gostar de mim como eu sou, parei de pintar o cabelo, por exemplo. Não que com o cabelo pintado tentasse fugir do que eu era, mas cansei de ter de pintar toda hora pra continuar com aquela cor e manter-me bonita, muitas vezes para olhos externos. Fui deixando a tinta sair aos poucos e ia cortando o cabelo até que um dia só restou meu próprio cabelo, minha cor "original de fábrica". Não penso em pintar novamente, nem se virem os brancos, aliás achei um hoje de manhã! Eu posso mudar de ideia é verdade, pois como fã do Raulzito tento ser uma "metamorfose ambulante". Mas também tenho convicções minhas, opiniões, defesas que mudam e outras que não mudam.
No desafio sem maquiagem muita gente criticou porque não queria aparecer "feia" no face ou outra rede social. As pessoas não queriam aparecer com marcas de expressão, sinais da idade ou do sol, ou mostrar as olheiras. Eu não fui desafiada a sair com minha cara sardenta e meus cílios claros sem rímel. Mas fui desafiada a publicar uma foto do meu sovaco "cabeludo". E eu não só postei a foto do sovaco como minha carucha sem maquiagem e amassada de quem recém acordou. E tô nem aí se alguém achou feio, porque a grande verdade é que quem me ama e a quem eu amo já me viu inúmeras vezes com esta cara ou em condições piores. E estas pessoas seguiram me amando porque me vêem muito além da superfície da minha pele com pó de arroz.
É óbvio que para estas pessoas eu me arrumo toda e tento dar minha melhor versão, a mais bonita e bem apanhada, afinal me amam e merecem meu melhor! Acontece que no dia-a-dia não dá tempo nem existe paciência possível para viver "montada" como uma gueixa.
Volto a dizer que a escolha de maquiar-se deve ser uma única e exclusiva da mulher, se ela gosta ou não e não de um padrão de beleza que quer que sejamos bonitas e bem comportadas, aquele conceito machista. Respeito quem se opõe a limpar a cara, seja por uma causa social, seja para contestar o machismo, seja pro que seja. Mas lendo 'Memórias de uma gueixa" limpo a cara com mais vontade e me sentindo com mais motivos para tal.Não creio que uma mulher possa cogitar a ideia de ser escrava por toda sua infância e parte da adolescência, para ao final desta escravidão, ser uma gueixa de sucesso. Esta escravidão cobra desta mulher inclusive o valor que a casa pagou por ela quando a comprou, mais seus gastos com alimentação, com roupas, com o treinamento para gueixa e possíveis despesas médicas. Não é atoa que elas precisem maquiar-se de forma que seu rosto pareça uma máscara! Afinal como esconder tanto sofrimento se não sob uma boa camada de maquiagem? Desde muito cedo elas precisam aprender a ser bonitas, a sorrir, a mostrar seu charme e elegância para entreter os homens com dança ou música. Como isto pôde ser considerado um futuro bonito e promissor?  Eu sei é uma cultura completamente diferente da nossa, mas me choca! E não é diferente das escravas sexuais do tráfego humano atual. Não sei como funciona atualmente isto, como são formadas as gueixas, mas o que conta o livro é uma vida muito difícil e glamourosa apenas após algum tempo como gueixa já bem sucedida. Quando as despesas já foram pagas!

Penso que muitos casos como o relatado no livro devem ter acontecido por lá e acontecem aqui no Brasil, para uma vida não menos sofrida e nenhum pouco glamourosa. Quantas vezes não nos chocamos ao saber que os pais vendem as filhas por não terem o que comer e como ocorrem casos de exploração sexual, inclusive de menores, com o conhecimento de autoridades algumas vezes. É um bom motivo para limpar a cara e mostrar minhas marquinhas de trinta e uns. Mas é o meu motivo! Eu não tenho nenhuma intenção de parecer chique, elegante e charmosa até porque não sou nenhum pouco. Sou aquela pessoa que vai caminhar com camiseta velha, o cabelo meio desgrenhado, sem nenhuma bijuteria e observa as outras mulheres que passam e pensa: "como elas conseguem estar tão chiques, sem sequer suar?" E eu lá com aquela cachoeira de baixo dos braços! É sou do tipo que parece mendiga quando tá em casa! hahaha E mesmo que tente não fica elegante de calça jeans e camiseta branca, que nem a Julia Roberts ou a Gisele Bünchen devem ser. Mas, justamente isto me permite não ter vergonha de perder a pose e me jogar numa piscina de roupa e tudo numa festa com os amigos ou rolar na grama e jogar bola com as crianças. Embora eu não tenha filho, tenho muitos sobrinhos, e vira e mexe ando com as roupas meladas ou sujas. E digo pra vocês isto não tem preço!
Então, nestes meus trinta e uns tenho dias de perua nos quais me maquio, me trabalho toda na biju e uso com muito amor meus lenços. Tenho dias de tô nem aí, que são a maioria em que enfio uma roupa confortável, meus lenços, que não podem faltar e tá pronto. E outras do tipo vestida pra matar, mas estes são tão raros que nem lembro quando foi a última vez. E tem os dias em que tento, com todo meu ser, estar elegante e chique, e estes são os dias de festas de 15 anos, formaturas, casamentos ou coisas do tipo, mas confesso que nem com muito esforço consigo, pois geralmente levo um par de havaianas na bolsa e no final da festa tô sambando de chinelo de dedos bem feliz.
Desculpem alguns amigos mais chiques, mas eu sou uma pessoa muito simples, alguns dirão até "chinela", outros "bagaceira", mas eu sou assim mesmo, fazer o quê? Não posso lutar contra a natureza. Acho que mesmo com o treinamento para ser gueixa não ia ter dado certo! Sério, só minha gaitada seria motivo para expulsão de alguma casa de chá. Ainda bem que nasci no Brasil!