segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tia avó... eu????

Acho que estou ficando velha! Não pelo título de tia avó que já tenho deve fazer uns... dez anos talvez. Não sinto-me fisicamente velha, pelo contrário, sinto-me bem neste quesito. No entanto, percebo que minhas angústias e preocupações vão, diferentemente dos tempos de adolescência, muito pr'além do meu umbigo! Sei também que algumas pessoas me olham e, percebendo-me dura em relação as coisas e situações da vida, imaginam que eu pouco me importo com determinados assuntos aos quais sou consciente de que não me dizem respeito. Realmente não dizem, mas não quer dizer que não me importe!
Minha mãe diz (acho que todas as mães dizem isto!) que só saberemos do que os pais sentem, dos motivos das preocupações, somente quando formos pais. Como vocês sabem... eu não sou mãe. Na verdade não pari ninguém, mas tenho filhos de coração. Com quem me preocupo e me irrito muito ao ver que estão fazendo coisas que lhes fará mal. Aprendo muito observando as pessoas e o mundo, erro meu, pois por conta disso acabo me esquivando de cometer meus próprios erros presa no medo de errar. Parece bem complicado, e é. Até porque, contrariando a todos que me dizem segue teu coração, acabo metendo a cabeça e fazendo as coisas mais complicadas do que são. É justo por, preferir aprender com o erro dos outros que fico pensando... como ajudar alguém quando estamos percebendo que este está pronto para cometer um grande erro? Principalmente, como fazê-lo se a pessoa não quer ouvir ou saber a respeito de opiniões contrárias?
Pego-me pensando, mas não faço ideia da resposta. Provavelmente como muitas vezes estiveram minha mãe e meu pai diante DOS MEUS ERROS iminentes. Fazer o que não é?
Serei tia avó, mais uma vez, sendo que já o sou por 4 vezes. Destas quatro, conheço muito pouco as crianças e praticamente não convivi com esta minha irmã e sobrinhos. Este novo sobrinho neto ou sobrinha neta com certeza será diferente, pois virá através de minha sobrinha, que muito carreguei no colo e que disputou minha atenção com unhas e dentes com um ex-namorado. Ciúme do amor, que nunca poderia ser igual entre eles. Além de tia avó, é, estou repetindo pra ver se acostumo com a ideia, fui convidada para ser madrinha.
Embora aparentemente tudo esteja resolvido, sinto que as preocupações fervilham na sua mente. E as borbulhas de inquietação espalham-se feito lava quente pelas mentes e corações de várias pessoas que estão a volta. Como não se preocupar com uma gravidez na adolescência?
É impossível não pensar em todas as soluções e praticamente incontrolável a vontade de fazer tudo, acertar a meu próprio modo a vida alheia. Não posso! Não só porque não tenho direito de me meter na vida dos outros, mas porque cada um tem seu caminho a trilhar. É por isto que as pessoas olhando minhas atitudes crêem que EU NÃO ME IMPORTO, mas eu simplesmente sei que não tem o que eu possa fazer.
Estou bem preocupada, é verdade! Meu coração está apertado e meus olhos a pontos de explodir em lágrimas. Se alguém me pegar chorando vou dizer que é a emoção de ser tia avó, mas na verdade... é bem mais que isto.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Solidão desejada

Dizem que as duas coisas mais importantes da vida, ou duas delas, a gente faz sozinha, que é nascer e morrer. Embora no nascimento tenha a mãe do lado de fora, o obstetra ou parteira e o pai fumando no corredor o esforço por sair, abrir os olhos e ver a luz é de quem está nascendo. É uma ação solitária, mas que é acompanhada por vários olhos e pensamentos que tornam este ato individual em uma emoção coletiva. O encontro do bebêzinho com a luz, o ar que enche os pulmões, o pulsar do coração, o choro é só o recém nascido que pode sentir em seu corpo, todo o restante da família que está fora é uma espécie de platéia aguardando o momento de festejar, de sorrir ou chorar de emoção.
A morte também é uma ação solitária. É o nosso encontro com nossos medos, é a revisão do nosso passado, de atitudes, de escolhas, do bem ou do mal que fizemos. É encarar o que fomos na terra, é um bocejo que nos leva para a vida eterna ou uma dor lancinante, insuportável contra a qual lutamos com todas as forças mas não podemos vencer. A morte é a hora da verdade, é o momento em que talvez pensemos "afinal o que fiz da minha vida, porque não disse a quem amava do meu amor?". Mas não há tempo! Penso que ao contrário do que possa parecer a morte não é o nascimento ao contrário. É o nascimento noutro lugar. Também há emoção e choro. Pode haver arrependimentos.
O que torna diferente do nascimento é que não haverá tempo para dizer o que se quer, para os pedidos de perdão, para desculpar mágoas e desfazer más impressões. Com certeza a luta tanto numa como noutra situação, em ambas se busca viver, se buscar o sopro da vida, a luz. No entanto, a morte traz a tristeza da despedida daqueles que nos precedem. É natural que quem tenha buscado durante a existência a solidão afastando parentes e amigos encontre a morte muito mais só.
O que penso é, que embora sejam momentos em que somos os únicos que  podemos encarar o que vem, tanto numa quanto noutra situação, saber que teremos aqui alguém que irá nos abraçar na chegada ou que segurará nossa mão na partida torna-nos fortes e seguros para vir ou ir.
Ontem uma solidão profunda que pode ter sido desejada ou ter acontecido sem que a pessoa tenha tido consciência de que as coisas poderiam ser diferentes teve fim. Um fim triste! Algo de que todos nós familiares prevíamos de alguma forma. Uma partida sem despedida, um encontro com um corpo já inerte, sem chance de pedidos de perdão, sem sorriso amoroso. Sem alguém a quem dar a mão.
Eu sei que... embora não dê ou tenha dado  a minha mãe preocupações comuns, coisas que os pais tem em relação ao filhos, sei que minha mãe teme que meu fim seja como este, um encontro totalmente solitário com a morte. Sem um filho à cabeceira, sem um irmão que me dê a mão no momento de partir, sem um olhar doce ou a palavra de um amigo que diga "tudo ficará bem, até logo".
O que posso dizer? Nenhuma solidão é desejada! Por mais que as atitudes sejam rudes e as palavras amargas tenho plena certeza e consciência de que ninguém escolhe estar tão só quanto ela esteve. Ter momentos consigo mesmo é importante demais para que possamos nos conhecer intimamente. Mas estar só não é ser só. Estar só é um instante. São momentos nos quais existe a certeza de que lá fora estão me aguardando. É a certeza, assim como no nascimento que ao olhar a luz em seguida enxergaremos o sorriso de nossa mãe que nos aconchegará no seu peito. É saber que no corredor está o pai e que mais tarde passaremos de colo-em-colo das tias. Estar só é por algum tempo.
A história da despedida de ontem parece ter caminhado conforme a escolha da minha tia. Quem olha de fora ou conhecia o seu gênio há de pensar ou dizer que as coisas aconteceram conforme a escolha dela. Ela teve a solidão desejada por ela. Mas com todas as divergências e controvérsias que possamos ter em relação a ela, a pouca convivência, o quase desconhecimento e a falta de afinidade como argumentos há um que não se pode refutar. Somos todos gente e como tal é sabido que esta buca por solidão, não por estar só alguns momentos, mas ficar sozinha o tempo todo, fechar-se em si é um pedido de ajuda silencioso. É impossível saber o que se passou com ela no tempo em que esteve reclusa em sua fortaleza. Agora talvez não venhamos a saber o que a tornou tão dura, o que a fez cobrar-se ou infringir a pena de ser só. Neste momento só se pode rezar... só se pode pedir perdão por não ter insistido, por ter cumprido o desejo que suas atitudes demonstraram.
A morte todos nós encararemos sozinhos. Alguns com tranquilidade e resignação, outros lutarão porque querem viver mais, ainda pode ter quem tenha revolta por ela ter vindo lhe buscar, outros ainda que chamam por ela. Cada um a seu modo terá um momento de solidão com ela, um cara-a-cara inevitável. No entanto, o momento de escolher ter alguém para segurar a mão é agora. Nossas escolhas e atitudes são o que determinam este momento. Eu espero verdade tenho a certeza, viu mãe, assim como foi no meu nascimento haverá algumas pessoas rezando por mim, já que vou morrer bem velhinha, lá por volta dos noventa anos (ou mais, já que a Larissa disse que irá dançar comigo a valsa dos meus 115 anos), com mais sobrinhos netos que já tenho. E além disso... sei que do lado de lá, mais uma vez, como num outro nascimento será teu rosto que irei encontrar, junto com o pai,  as tias, a vó e bisavó numa algazarra das grandes.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Desabafo

Posso desabafar aqui? Claro, o blog é meu, né? Então...
Sou meio que conselheira sentimental de amigos, adoro ouvir as histórias dos amores, dos encontros, desencontros, dos estudos, do trabalho. Gosto de saber da vida do outro, não me incomodo que as pessoas me falem dos problemas de relacionamento, do que estão passando, de dificuldades. Sei o quanto falar, principalmente para as mulheres faz bem. Os homens não são muito de falar, preferem recolher-se. Mas... cada um a seu jeito encontra uma forma de expor seus sentimentos. E eu gosto de ouvir. Claro, também dou opiniões a respeito, afinal, penso que se estamos dividindo um problema com outra pessoa é porque nos importa o que ela pensa a respeito, é porque queremos sua opinião, seu conselho, sua visão de fora.

Meus amigos contam todo o tipo de problema. É. A coisa vai de brigas em casa, ansiedade com o futuro incerto até a vez que brocharam por estar muito bêbados. Não me incomodo com a diversidade de temas, pelo contrário. O que me incomoda é a monotonia, é a mesma tecla, o mesmo "Ôh! Vida! Ôh! Azar"!
É tão chato esta coisa de pessimismo, de vitimização! A pessoa pode não acreditar em destino ou pré-destinação, mas uma coisa é inegável, não importa a crença, como diz o ditado "só se colhe o que se planta"! Não é a discussão do problema ou a "solidarização" (vamos dizer assim) que tornam a conversa chata e pesada, mas a monopolização e a inércia. Vou exemplificar! Conheço mulheres e homens que reclamam dos seus relacionamentos, dizem que é difícil, que o outro não entende, que não leva a sério, que não quer nada com nada. Só que, eles só reclamam! Não tomam uma atitude para mudar, ficam sempre na mesma tecla! Se pondo no lugar de pobres coitados, incompreendidos pelo mundo. O fato é que esquecem que estão ali por uma escolha deles mesmos e só uma nova escolha mudará a situação. Daí estas mesmas pessoas falam compartilham os problemas e na hora que o amigo vai dizer, "olha não é por aí, melhor agir assim, quem sabe tu faz deste jeito". Ficam bravos! Faz favor né?!
Vejam bem, não é a não divisão. E não considero uma coisa ruim alguém lutar pelo relacionamento, principalmente se ela tem certeza que ama o outro. Neste caso acho que tem que ir pra batalha mesmo! Agora, diz que não dá, não tem solução, não há jeito e continua ali por comodismo... vai querer que eu diga o quê? E se não quer ouvir o que eu penso, não me pergunta! É a velha e boa história do: NÃO QUER SABER, NÃO PERGUNTA!
Respeito o jeito de ser, de pensar, mas... se não pretende mudar, não venha encher meus ouvidos. Porque existem duas escolhas seguir na mesma se lamentando da sorte e afastando quem a cerco ou muda. Mais uma vez a decisão está em suas mãos.
Não pensem mal de mim, escrevo pra mim também, desta forma revejo conceitos, ideias e atitudes. E não pensem que não aconselho que meus amigos escrevam, façam um diário. No entanto... Agora chega! Já disse o que estava me incomodando. Agradeço a atenção dos queridos amigos que leram... ou não. Besitos

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amor maduro

Tem um casal de velhinhos que moram no meu condomínio que eu acho muito lindinho! Eles são harmoniosos, ambos magrinhos, os cabelos prateados, simpáticos. Todo o final de tarde vejo os dois sentados em frente ao bloco  do seu apartamento tomando chimarrão e conversando. A sensação que tenho ao vê-los é de que aquilo que existe entre eles, é o verdadeiro amor. É  sereno, alegre. Não é possível, apenas lhes observando, saber se não há implicâncias ou briguinhas. Aliás, coisas comuns entre casais.
Mas isto não importa! Olho-os e fico pensando: "eles devem estar há muito tempo juntos"! Claro que não consigo evitar um outro pensamento, que vem de assalto e o qual por vezes até me faz ruborizar, pero no és possible impedi-lo de se acercar de mim. E mesmo sem querer admitir, acaba me perguntando terei eu, um dia, quem sabe, um amor maduro, assim?

Geralmente a senhorinha está com  um vestido branco de bolinhas preta. Ele costuma sentar-se em cadeiras de praia, de bermudas e sem camisa. Notei que ele está utilizando uma bengala para manter o equilíbrio e ela vai ao lado dele observar o jardim. Tão meigo!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Constatações

Durante minha adolescência passei por um período em que achava mais interessante estar com as mães das minhas amigas do que com a tchurma! Acho que nunca tive paciência para crises existenciais e inconformismo adolescente, mesmo sendo uma. Com isto aprendi muito ouvindo as experiências, vendo exemplos. Observando determinados comportamentos pude fazer, sem dúvidas, escolhas que considero mais acertadas. Mas isto não importa, pois este post não é sobre mim, pelo menos não diretamente.

A verdade é que com 33 anos, solteira, sem filhos e sem ter casado pelo menos uma vez, as pessoas querem saber o que foi que aconteceu comigo. Por um longo tempo me incomodou muito a pergunta: "e o namorado?", "não vai casar, ter filhos?". Me sentia pressionada a fazer as coisas como as pessoas acreditavam ser O NORMAL. Foi daí que me dei conta de que EU NÃO SOU NORMAL! Não sou louca, não rasgo dinheiro e nem como cocô, mas não faço parte da massa que prefere estar infeliz tomando as decisões que o "mundo" considera normal. Escolho as coisas de acordo com meu coração, o que é melhor PARA MIM. É claro que tomar esta atitude incomoda as pessoas e elas vão pensar que tu tem algum problema. Se és mulher e não tem namorado pergunta é: "será lésbica?". Se tem muitos namorados é puta. E por aí vai o desvario. Porque as pessoas não conseguem não se incomodar com o que desconhecem?
Mas, aprendi que não tenho que me preocupar ou me incomodar com o que as pessoas pensam, porque eu não estou nem aí para o que elas pensam. Li uma vez n'algum lugar algo do tipo "o que os outros pensam de ti não te diz respeito!"  Portanto... filosofia da vaca*.
O bom de rever as coisas passadas, mesmo aquelas que incomodam ou são feridas (ainda não cicatrizadas), é que conseguimos ter consciência de que o que somos hoje é o resultado das escolhas que fizemos no passado. Como sabemos que nada é permanente ou imutável, se alguma coisa do que somos hoje não é o que queríamos podemos mudar, sempre podemos mudar! O passado não né? Óbvio!

Pode parecer arrogância (não é amigos, não é) mas a verdade é que estou satisfeita com as escolhas que fiz. Tem algumas coisas que quero pra mim hoje, acho que estou preparada. As coisas virão a seu tempo.
Peço desculpas se o texto parece uma viagem e por alguns momentos as ideias se misturam e não tem como entender. O objetivo é que eu consiga me ver através das minhas próprias palavras. São apenas constatações! Porque algumas pessoas reclamam e se vitimizam porque fazem isto ou aquilo e os outros não entendem ou não são o que os outros pensam. Então resolvi olhar pra mim e ver se não estou fazendo O MESMO.

*Filosofia da vaca = cagando e andando! =D

PS.: Reli o texto e percebi que... o post é sobre mim sim.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"O amor transcende a distância"

A noite foi longa! Saber de tua partida, ver tudo sendo colocado no porta malas apertou meu coração! Os olhos não continham as lágrimas, como um rio que transborda. Tentei o controle emocional, coisa que algumas vezes era descontado na comida.
Lembrei daquele dia, quando pequenina, ouvi tua voz pelo telefone pedindo que eu viesse te encontrar. Nunca contei pra ninguém, acho, mas foi naquele momento que dei-me conta de que não podia continuar morando longe e sozinha. Tudo me fazia falta!
Durante o tempo que morei em Ijuí o CD Luzeiros do Cristiano Quevedo me acalentava a alma, os sonhos e os pensamentos. Em especial havia uma música me fazia chorar e ao mesmo tempo ter a certeza de que o amor... ah! "o amor transcende a distância". Agora, vendo a partida da minha filhota do coração não consigo pensar noutra canção que reflita o que sinto... e lá vem ela novamente! Cristiano Quevedo, nosso ídolo, e sua canção que representa por melodia e poesia o sentimento que tenho e a força dele transpondo qualquer distância.