Toda vez que penso nisso, fico com medo de chegar a conclusão de que realmente sou maluca. É que a maioria dos personagens de desenho animado que as outras crianças tinham medo ou não gostavam eram justamente os que eu gostava. Eu já cheguei a falar sobre isto n'outro post há um tempo atrás. No "Sítio do Pica-pau Amarelo" meu personagem favorito era a Cuca. Meus amigos dizem que sentiam medo dela, eu adorava, me identificava a beça. Principalmente, quando ela, se olhando no espelho, dizia com a maior auto confiança do mundo, "lindona, lindona!". Depois dela amava o Saci, ádorava suas traquinagens, o gorro vermelho e seu rodopio. Nunca fui muito de gente assim... muito-muito boazinha. Também gostava da Tia Anastácia, pode ser que em relação a esta as explicações venham de outras encarnações esquecidas providencialmente.
Minha heroina era a Mulher Maravilha. Meu sonho era sair na frente da minha casa e num "giro simples" me transformar da mulher comum, trabalhadora na super heroina linda e forte. Confesso que algumas vezes tentei, mas não tive muito êxito. Acho que a árvore que tínhamos na frente de casa não era o mesmo tipo daquela aonde ela se transformava. Hoje em dia não sei não se gostaria de andar com um tomara que caía com as estrelas dos EUA.
O meu herói favorito ficava verde de raiva. Na verdade, de todos os super heróis o incrível Hulk era o que mais me parecia semelhante a nós, gente. Outro dia minha amiga Jannah disse que sentia medo dele.
Além de gostar dos personagens "estranhos" e "diferentes" eu não gostava daqueles que a maioria das crianças gostava como o Popai e a Olívia Palito. A doida aqui não gostava! Também não gostava e ainda não gosto, da Xuxa. Na Caverna do Dragão tinha pavor daquela Uni. Tanto ela quanto o gurizinho me irritavam demais!!!
E por aí vai...
Será que Freud explica? Tenho lá minhas dúvidas quanto a isso, só tenho certeza de que nunca quis ser igual as outras pessoas. Na minha adolescência customizava roupas, usava camisas e camisetas do meu pai, com muitos acessórios, claro! Enquanto minhas amigas queriam namorar e beijar na boca eu estava pensando em estudar e adquirir a tal independência que minha mãe tanto falava. Eu queria mesmo ser artista, dançar pela vida afora, dar muitas piruetas. Mas nunca quis ser paquita, pelo contrário, achava muito bobas. Enquanto as gurias queriam ser louras eu comecei a pintar meu cabelo de vermelho. Quando todas achavam que as bruxas eram más e queriam ser fadas... Eu queria mais era uma boa bruxa, voar na minha vassoura (apesar de ter medo de altura), fazer poções mágicas e magias, cultivar ervas no meu quintal e dançar pra lua cheia.
Esta sou eu, uma luna em fases, uma imprensa nanica, uma apaixonada pela natureza, uma maluca beleza, com dias de fúria. Fiz terapia sim, me encontrei e me entendi. Algumas vezes a conexão falha e parece que as coisas não funcionam, mas é só respirar fundo e tomar um café que logo-logo o provedor coloca tudo no caminho.
Enfim, comecei falando nas personagens e viajei legal na maionese. Quem me conhece sabe que sou assim, um assunto puxa o outro e a prosa entra madrugada adentro. Caso algum psicólogo queira fazer um diagnóstico.. é só mandá-lo por email. Ah! E por favor, se for caso de internação, não digam nada pra minha família. Valeu!
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