sexta-feira, 26 de julho de 2013

Nos nossos caminhos

Eu cumprimento  tanta gente no caminho que faço de casa até o trabalho que quando não encontro alguma delas sinto meu dia incompleto. São pessoas que não conheço, gente comum que tá indo para o trabalho também, ou outras que vem, outras tantas que estão no seu trabalho, já desempenhando seus afazeres. Sempre tive o costume de começar a cumprimentar as pessoas que vejo duas ou três vezes no mesmo caminho.
Com estes frios grandes que tem feito não tenho encontrado um senhor que se exercita em frente ao prédio onde mora. Não sei o nome dele, mas posso dizer com toda a certeza de que, das primeiras vezes que o vi até agora seu caminhar esta mais firme.  Sua idade pra mim é uma grande incógnita, mas sei que ele se recupera de algum tipo de doença que sofreu, um avc ou talvez um infarto (não sei). Das primeiras vezes que eu o encontrei na vinda pro trabalho ele seu caminhar era cambaleante e inseguro, precisava agarrar-se na grade, como uma criança que está iniciando a caminhar, sob o olhar vigilante da esposa. Agora, meses depois, com muita persistência ele já anda com mais firmeza, sem segurar-se na grade, usando como apoio uma bengala.
Uns dias atrás ele perguntou se eu tinha percebido a sua melhora. E arrematou dizendo que quando estiver caminhando como eu ficará feliz. Não duvido nadinha que logo-logo chegará este dia.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

"Tenho sede"

Vou sentir saudade do xodó que a sanfona do Dominguinhos fazia aos meus ouvidos.  Sou o tipo de pessoa que vê coisas sempre com um viés muito meu. Por exemplo, o livro "O pequeno príncipe" na minha visão tem vários toques que se afinam a doutrina espírita. As músicas do Dominguinhos pra mim são românticas demais. Curto o balanço gostoso da sanfona dele. Daqui um tempo, com certeza ela estará tocando em dueto com o Gonzagão. Que Dominguinhos tenha muita luz!

"Tenho Sede (Dominguinhos)
Traga-me um copo d'água, tenho sede
E essa sede pode me matar
Minha garganta pede um pouco d'água
E os meus olhos pedem o teu olhar

A planta pede chuva quando quer brotar
O céu logo escurece quando vai chover
Meu coração só pede o teu amor
Se não me deres posso até morrer"

Foto google imagens.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

De amor e do que eu não sei dele

Embora algumas pessoas busquem conselhos amorosos e sobre relacionamentos comigo (e eu não entendo direito porque, afinal não tenho relacionamentos, quanto mais que possam servir de exemplo) tenho claro que não entendo muito, pra não dizer nada, destas coisas. Apenas analiso as pessoas em questão e dou minha opinião pessoal e sincera (por isso se alguma vez te dei conselhos e te sentisse magoada, desculpe, não foi a intenção). Meu relacionamento mais longo foi de um ano e onze meses, mas estávamos há quilômetros de distância nos vendo a cada quatro meses. Depois disso outros encontros vieram, mas nada muito longo, com detalhe que os mais longos sempre foram a certa distância.

Percebi, aconselhando e analisando amig@s e, principalmente a mim mesma, que geralmente tanto quanto o outro nós, que dizemos estar com tudo claro em nossa mente, na verdade estamos tão perdidos ou mais que o outro. Compreendi que quando alguém começa um relacionamento dizendo que não quer nada sério é melhor deixarmos para lá, porque geralmente quando concordamos que também não queremos "nada sério" acabamos nos apaixonando e querendo o que antes não queríamos. E algumas vezes culpamos o outro, embora ele tenha sido claro desde o primeiro momento.
 Entendi que quando não abrimos um espaço para conhecer o outro e deixá-lo entrar na nossa vida (veja bem, deixar entrar e não TORNAR-SE A NOSSA VIDA) acabamos atraindo para perto da gente pessoas confusas, enroladas em outros relacionamentos ou que não tem interesse em ter um. Por isso eles vem e somem com a mesma rapidez e facilidade. E a gente muitas vezes sofre um monte sem entender afinal o que fizemos de errado.

Na minha opinião o primeiro erro é tentar enganar a si mesmo. Quer namorar? Então admita pra si mesma primeiro que o quer. O auto engano é muito ruim. Namorar é muito bom! Por que envergonhar-se de querer algo bom? Além disso, quando temos claro e admitimos isto não caímos na cilada do "não quero nada sério, gata". Porque muitas vezes a gente quer, mas não quer perder a chance de ter um tempinho com o cara e acreditamos que talvez ele possa mudar de ideia, daí nos envolvemos e nos apaixonamos. E sofremos quando ele vai embora ou some.

Outra coisa que fazemos com facilidade é nos iludirmos. Muitas vezes não conhecemos as pessoas, mas damos asas a imaginação acreditando que elas são como na nossa mente. Só a convivência nos faz conhecer alguém de verdade. Então, quando encontrar alguém interessante, não imagine, converse para saber como ele realmente é.

Também não sei direito como se abre um espaço para outro na nossa rotina, não sei bem como fazer isto, admito. Mas creio que levar e deixar as coisas acontecerem devagar é um bom começo. Eu sei que quando se é arrebatado pela paixão existe (não sei porque) uma urgência que as coisas aconteçam logo, rápido, já. Não sei explicar porque, mas acho que a ansiedade não é legal e atrapalha bastante.

Não existe manual de instrução nem receita que te ajude a fazer as coisas bem certinhas para no final dar certo (e o que é dar certo?), aliás eu não gosto muito de algumas colunas que trazem textos como se a pessoa fosse grande expert no assunto. O que serve pra mim nem sempre servirá para os outros. Aliás, na maioria das vezes não vai servir mesmo. E este relato serve principalmente para que eu compreenda meus erros mais comuns, todos relatados acima, e o entendimento de por onde posso começar a mudar. Acredito que qualquer tempo, ou todo tempo que tu tens de relacionamento é bom, deu certo. Afinal de contas o que é dar certo? Casar, ter filhos, ficar juntos até ficarmos velhinhos? Mas e os bons momentos que se viveu, os lugares que conhecemos, as conversas que tivemos, a amizade que construímos não serve para ser guardada como lembrança de um relacionamento que terminou, mas que deu certo porque fomos felizes?

Parece uma utopia, eu sei. Uma viagem na maionese. E eu alertei que não sei muito do amor. Então... me perdoem. Porque pra mim o relacionamento só não dá certo quando deixamos a mágoa e o rancor destruir os momentos felizes e alegres que tivemos. Sim, quando gostamos e levamos o fora sofremos, ficamos tristes e magoadas. Com o passar do tempo (o senhor da razão) percebemos que pode ter sido melhor assim. Recuperamos nossas boas memórias e as velhas mágoas vão parar na lata do lixo. Foi um relacionamento que deu certo, só não teve foram felizes para sempre (e tem muita gente que contesta isto, porque como saber o que significa ser feliz pra sempre?). O relacionamento que não deu certo é aquele em que se fez o contrário, ficamos tão magoadas que jogamos no lixo as boas lembranças e ficamos só com as mágoas, os rancores e a ideia de vingança. Não foi dessa vez, será da próxima. Não guarde a mágoa, lembre do que disse o poetinha Vinícius de Moraes "que não seja imortal, posto que é chama/Mas que seja infinito enquanto dure".

Dizem que a gente não deve desistir, mas dar um tempo na caçada é legal. Aproveitar este tempo para o autoconhecimento é o melhor caminho. De amor não sei nada, só sei que amar faz bem. Foi o que Jesus nos pediu e o que muitos outros (como Gandhi, Madre Tereza, Chico Xavier) mais do que nos dizer, nos mostraram ser o caminho. Vamos amando o exercício leva ao aprendizado.