segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Poesia de Machado de Assis

Hoje eu descobri que o Machado de Assis também escreveu poesias. Não fazia idéia, mas gostei das que li e, como gosto das histórias machadianas, fiquei fã da poesia também. Transcrevo abaixo uma das que encontrei aqui neste sítio.
"AS ROSAS

A Caetano Filgueiras


Rosas que desabrochais,
Como os primeiros amores,
Aos suaves resplendores
Matinais;

Em vão ostentais, em vão,
A vossa graça suprema;
De pouco vale; é o diadema
Da ilusão.

Em vão encheis de aroma o ar da tarde;
Em vão abris o seio úmido e fresco
Do sol nascente aos beijos amorosos;
Em vão ornais a fronte à meiga virgem;
Em vão, como penhor de puro afeto,
Como um elo das almas,

Passais do seio amante ao seio amante;
Lá bate a hora infausta
Em que é força morrer; as folhas lindas
Perdem o viço da manhã primeira,
As graças e o perfume.
Rosas, que sois então? — Restos perdidos,
Folhas mortas que o tempo esquece, e espalha
Brisa do inverno ou mão indiferente.

Tal é o vosso destino,
Ó filhas da natureza;
Em que vos pese à beleza,
Pereceis;
Mas, não... Se a mão de um poeta
Vos cultiva agora, ó rosas,
Mais vivas, mais jubilosas,
Floresceis."

Um comentário:

Nina disse...

eu gosto do machado... minha irma ficava impressionada que eu gostasse dele numa época que so liamos porque eramos obrigados pela escola :)