Estava num restaurantezinho discreto, simples e completamente desconhecido por mim. Na verdade era algo dúbio o que eu sentia, porque parecia um lugar que já tinha ido, mas era totalmente estranho pra mim ao mesmo tempo. Gostava da sensação de bem estar que me invadia.
Não sei se era a música, o cheiro bom que vinha dos pratos preparados na cozinha ou se era o delicado perfume dos temperos e ervas cuidadosamente semeadas em vasos que perfumavam e decoravam o lugar. O perfume do alecrim dava a sensação de pertencer aquele lugar.
Quantas lembranças me vinham na mente... então olhei e te vi na mesa ao lado, conversando com amigos, pedindo a conta. E a gente combinou de se encontrar e não conseguiu! Agora estávamos ali, quase frente-a-frente. Senti a garganta secar e as mãos suarem. Disse a minha mãe:
_Tá vendo aquela mesa ali? Então aquele cara é o fulano. Vou falar com ele, já volto.
Levantei e fui te encontrar. Pensei que poderia surgir algum medo, senti minha perna bamba e o coração disparado. Quando vi teu sorriso e os braços abertos foi como se tivéssemos nos visto no dia anterior, como se nunca tivéssemos nos afastado. O papo fluiu, as risadas surgiram e foi tudo tão natural!
Algum medo pode surgir, pensei eu, envolta naquela aura tão harmoniosa e feliz. Mas não queria pensar em nada, não dava tempo de pensar no medo, porque a felicidade era muita e ocupava todos os meus pensamentos e sentimentos.
E mesmo que um novo encontro não aconteça a lembrança do brilho dos teus olhos ficará comigo.
Um comentário:
bonito, Dani! o Wally Salomnao diz essa coisa q eu tento lembrar sempre: "o medo afasta a alegria e inclui a melancolia".
Postar um comentário