quarta-feira, 12 de junho de 2013

Declaração de amor

É estranho como conseguimos lembrar de coisas que parecem tão distantes com a força e a nitidez daquelas que aconteceram ontem. Muitas vezes as recordações vem aos borbotões sem que, aparentemente, nada as tenham trazida. Noutras vezes observar uma fotografia faz com que surjam toda a atmosfera presente naquele momento vivido. Meu tio ontem me mostrou a fotografia dos meus primos, ambos já vivendo na espiritualidade. Quando o Laudemir partiu, precocemente para nós que aqui ficamos, eu tinha apenas três anos e alguns meses e tenho lembranças muito vívidas dos momentos que passei com ele. Lembro, inclusive de um sonho que tive ao saber que ele tinha morrido afogado numa outra cidade próxima daqui de Pelotas. Intriga-me o fato de eu lembrar destas coisas. Foram muitos momentos felizes e ele sempre me deu muito amor. Observar sua fotografia, o rosto jovem, os cabelos cacheados um pouco grandes e a seriedade do seu olhar dá uma saudade! Vontade de abraçar sabe? Aquele abraço profundo em que a troca de energia, amor e carinho é tão grande que nos sentimos protegidos, aliviados dos cansaços, saudáveis e amados.

Talvez ele já esteja aqui, entre nós. Afinal já se passaram 33 anos... Mas a saudade que tenho não é melancólica, não tem tristeza. É só saudade! Entende? É lembrar daqueles momentos com um sorriso na cara e o pensamento de "ainda bem que vivemos isto" e tem a gratidão de ter tido o prazer de conviver, mesmo que pouco, com alguém capaz de amar a gente só por amar.

E meus tios tiveram força para seguir mesmo com toda a dor, que veio aumentar mais com a partida do Miguel, alguns anos mais tarde. Com este sim convivi muito tempo. Um primo querido que pensava que era meu irmão mais velho e queria mandar em mim. Nunca vou esquecer quando ele disse que não gostava do meu cabelo curto porque eu parecia uma mulher. Das proteções que damos aqueles que amamos... E o mais engraçado que quando ele me disse isto eu já estava com 18 ou 19 anos, trabalhando no escritório e cursando faculdade. Eu já era mulher pra mim, mas acho que nunca cheguei a ser pra ele, pra quem eu continuava criança.
Olhando pra trás percebo que também já faz muito tempo que ele partiu, deixando saudade.

Eu tenho muita sorte porque tenho e tive próximo de mim sempre muitos primos. Amigos primeiros da vida inteira, com quem brincava na infância, com quem briguei muitas vezes, com quem comecei a sair, com quem há cumplicidade e carinho mútuo apesar da distância e de quem sempre sabemos algum secreto ou história engraçada e da qual o primo tem vergonha. Posso dizer, já que hoje é dia dos namorados, que ajudei a formar dois casais que amo muito, a Graciela e o Jeferson e a Camila e o Alessandro. Fui "cupido" destes dois amores lindos que deram dois frutos mais lindos ainda o Nicolas (da Negra e do Jeferson) e o Camilinho (da Camila e do Alessandro).
E é tanta gente de quem falar que tenho medo de esquecer alguém, tanta gente pra quem declarar meu amor. O Nei, a Cris, a Ana, a Maribel e a Grazi, o Preto (de quem eu não sabia o nome até meus sete ou oito anos, agora eu sei é Flávio), o Vinícius, a Nara, a Preta, a Lilica, a Adriane, o Duda, o Andi, a Márcia (que também se foi cedo),  a Fabiana, a Vivi, a Gilda (quanto aprontamos!). Tem todos os filhos do Chicão, tem os primos dos primos com quem a gente acampava todos os verões da infância, tem os filhos dos primos segundos, tem os primos dos irmãos por parte de pai. É minha família é grande, tanto por parte de pai quanto por parte de mãe. Tem problemas como todas tem, desentendimentos, rusgas, mas tem uma coisa que supera tudo isto e o nome desta coisa é AMOR. É o que une toda esta gente e faz as festas animadas, os encontros em qualquer lugar engraçados (inclusive nos velórios dos familiares queridos). Agradeço muito por ter toda esta gente na minha árvore genealógica, no meu face, no meu orkut, nas redes sociais, nas virtuais e principalmente no coração. Hoje declaro, descaradamente, meu amor aos primos, primas, sobrinhos, irmãos, pais, vó, tios e tias. P'raqueles que estão aqui ao alcance da minha vista e p'aqueles outros que estão na espiritualidade. Amo vocês!

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