sexta-feira, 14 de junho de 2013

Uma palavrinhas sobre sapatos...

Sapatos são a paixão de muitas mulheres. Mas são também um problema quando apertam e machucam. Quando entra uma pedrinha então... por menor que seja causa um mal estar tremendo. Uma época eu amava comprar sapatos, sempre com salto alto pra "crescer" uns centímetros. Daí passei um período de auto reconhecimento, de aceitação e aposentei os saltos trocando-os  por confortáveis sapatos baixos e macios. Além de passar a comprar só o que realmente preciso. Nesta época e na adolescência apareceu a primeira metáfora sobre sapatos. Minha mãe sempre me falava um verso que dizia "chorava porque não tinha sapatos, até encontrar um homem que não tinha pés". O sapato e o pé apertado vão formando inúmeras metáforas (a partir daí) que traduzem muitas vezes alguns pensamentos meus que, de outra forma não teria como exprimir. Este verso no caso demonstra o quanto a preocupação com o material é supérflua diante de um problema real. Larguei a compulsão pelos sapatos.

O Raulzito, meu ídolo querido traduz para seu pai, através do exemplo do "sapato 36" que não lhe cabe mais, o quanto já cresceu na vida e que tem capacidade de fazer suas próprias escolhas, sabendo o que é melhor para si. Durante muito tempo (e algumas vezes hoje em dia) esta música me representou. Até que me dei conta, assim como Raul que "eu já sou crescidinha, que vou escolher meu sapato e andar do jeito que eu gosto". Larguei o sapato de salto que me apertava, desequilibrava e me piorou o joanete. 

Esta semana uma querida amiga recebeu, de uma amiga sua, umas palavras que a lembraram dela. Palavras estas sobre sapatos. Uma metáfora sobre sapatos e situações da vida em geral. Claro que as palavras cabem bem para os casos de relacionamentos amorosos, mas eu a compreendo de uma maneira mais ampla. Devemos aprender com "os sapatos" que passaram pelos nossos pés. Alguns foram de grande serventia e aprendizado, como o caso das minhas botinhas ortopédicas, que embora não tenham me curado, me ajudaram a caminhar sem cair por algum tempo. Mas deixaram de servir e precisei passá-las adiante. 
Não nego que quando li as palavras da amiga da Gabi pra ela, lembrei de muitas pessoas que acabam calçando o mesmo sapato várias e várias vezes mesmo sabendo que eles não servem mais. E depois disso eu olhei para a minha sapateira interna e revisei quantos pares de sapato eu insisto em guardar e usar mesmo sabendo que causam dores, "bolhas e às vezes até sangram". Larguei o apego e limpei a sapateira doando para quem servir os sapatos que não posso mais usar. 
Aqui as palavrinhas sobre sapatos dedicadas pela Sá (tri intima e nem conheço) para a Gabrielle Colvara. Desculpa o abuso Gabi, mas estas palavrinhas são uma metáfora que me abriu os olhos por isto tô compartilhando. Me serviram com uma luva! ;) 

"Insistir em algo que nunca dá certo é como calçar um sapato que não serve mais, machuca, causa bolhas, às vezes até sangra. Aí você percebe que o melhor é ficar descalço. Deixar totalmente livre o coração enquanto vive. Deixar livre os pés, enquanto cresce. Porque quando a gente vai crescendo, o número muda. E o que você insistia em por, não lhe serve mais. Às vezes na vida, você tem que esquecer o que você quer, para começar a entender o que você realmente merece." 

Ouça a música do Raulzito tá?

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