Tenho tantas histórias e estórias pra colocar aqui e o tempo passa tão rápido! Tem períodos que meu tempo pra escrever é enorme e consigo postar textos gigantes (pessoa prolixa!) quase todo o dia e em outros períodos não consigo alcançar a meta de um texto por semana. Lá no Imprensa Nanica não vou há meses! Mas são tantas coisas acontecendo na política, na sociedade, no mundo que tem dias que me sinto sufocada, atropelada. E neste atropelo não consigo formular uma ideia a respeito das coisas apenas lamento.
Também tem uma coisa quando eu resolvi mudar, digo tentar mudar, optei por não usar certas palavras, não propagar as coisas de que não gosto. Não me tornei alienada não. Assisto jornal, mas às vezes não consigo ler os jornais locais, leio notícias na internet, ou seja sigo me informando. Mas como eu escutei uma vez da amiga Zeneida deixo "entrar por um ouvido e sair por outro" (ela não disse com estas palavras). Prefiro não ficar falando do que não deu certo e do que tá ruim. Não vivo felizinha, embora ande pela rua com um sorriso bobo, alvo de deboche d'algumas amigas. Sei que temos muito o que mudar e melhorar, mas realmente me conscientizei que falar incansavelmente sobre um problema não o torna melhor ou soluciona.
Confesso que é beeeem difícil pra mim. Falando parece fácil, barbadinha como dizia o Igor, mas não é não. Mas uma coisa posso dizer sem medo, a vida fica mais leve quando largamos toda esta carga negativa. Quando paramos de ajuntar pensamentos e sentimentos negativos, preocupações e angústias. Conseguimos viver pequenos momentos de prazer e satisfação e, até é possível, andar com um sorriso no canto da boca contagiando outras pessoas.
Por isto, ao invés de reclamar da falta do tempo... com o qual eu fiz as pazes porque "tudo tem seu tempo certo de acontecer" e este é um mantra que devo estar usando há pelo menos uns quatro anos... vou falar das coisas legais que acontecem quando o tempo tá curto.
É quando o tempo é curto a gente aproveita, valoriza, vive intensamente aquilo, a coisa, a situação. Eu aprendi isto quando morei fora. Foram poucos meses, mas o aprendizado foi enorme. Neste período de visitas com tempo contado me fizeram aprender que agora é o tempo certo pra tudo. A sensação de chegar na rodoviária num final de semana ou feriado e já comprar a passagem de volta é terrível, mas ajuda a gente a perceber que pequenas discussões que a gente tem, que muitas vezes se repetem, podem ser deixadas pra lá, porque temos tanta coisa pra contar do tempo que a gente estava separado e discutir aquela bobagem, aí sim, é perda de tempo.
Por estar longe dos meus sobrinhos aquele tempo juntinho deles pequenos (e lá se vão 10 anos!) era precioso! Não podia deixar de brincar com eles, estar com eles, rir com eles, se não de que forma poderia contar as histórias e as expressões que eles inventavam naquela época?
Conheci tanta rodoviária! Gente, não sei, mas tenho número de pelo menos sete rodoviárias no meu celular. Ia pegando os números pra saber horários de ônibus e como sempre precisava saber os horários guardei os números. Às vezes calculava mal os horários de chegada e precisava ficar uma hora esperando o próximo ônibus, quando não tinha que bater na porta da Ana Paula pedindo abrigo porque ônibus só no outro dia de manhã. E este imprevisto era ótimo, pelo menos pra mim, que reencontrava minha amiga querida, sabia das novidades, comia uma comidinha quentinha e sempre ria muito na companhia dela. Na vinda de Campinas bati na porta dela apenas com a roupa do corpo, porque por causa de um atraso quase perco o ônibus dentro da rodoviária. Foi uma correria danada! Meu irmão não conseguia estacionamento, eu tinha que trocar a passagem comprada na internet, a minha sobrinha e a cunhada com minha mala e a gente se desencontrou. A saída do ônibus já estava atrasada e eu ligando pra eles e nada. Resultado... vim embora sem mala, depois de termos tentado que eles me entregassem a mala em alguma parada do ônibus pelo trajeto.
Então eu chego em Porto Alegre e o último bus já tinha saído. Tinha tido uma enchente em São Lourenço do Sul e parte da estrada estava fechada e o percurso até Pelotas era mais longo, enfim... Mais uma vez a Anucha me salva de passar a noite na rodoviária! E aquela noite foi muito legal!
Foram algumas horinhas que fiquei lá, mas foram horinhas inesquecíveis.
O tempo pode nos atropelar e quem sabe até dizer que "não vamos conseguir fazer tudo que queremos". E pode também nos ensinar a andar devagar apreciando as coisas e os momentos. É a gente quem escolhe!
Quadrinhos Bichinhos de Jardim
Contos de todo o tipo, historinhas da vida real, crônicas do cotidiano, contos, sonhos e desejos, todos mudando conforme as fases da lua.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Desejar não é o mesmo que planejar
Algumas pessoas acham estranho uma mulher não planejar para sua vida casar e ter filhos. Mais estranho eu acho é que as pessoas creiam ser comum ou correto, ou normal, ou sei lá, que alguém planeje algo que depende, invariavelmente de outras pessoas. Sim, não posso planejar, simplesmente me casar com 25 anos, sendo que para tal é necessário que outra pessoa também o queira. Também não posso planejar ser mãe aos 26, pelo mesmo motivo. Sim, eu posso partir para uma produção independente, mas no caso precisaria de um parceiro eventual, ou de um doador. Em ambas situações não é possível realizar MEU PLANO sem que outra pessoa participe. E daí já acho que se outra pessoa está envolvida não pode ser MEU PLANO, deve ser NOSSO.
Uma coisa é desejar, é ter vontade de um dia casar e ter filhos. Outra bem diferente é planejar as coisas criando expectativas que talvez nunca venham a se realizar. Quando alguém me pergunta sobre casamento e filhos, geralmente destacando meu jeito com as crianças ou meu extinto materno latente, fico pensando na Susanita, amiga da Mafalda que já tem em mente com quem (profissão e status social) irá casar, quantos filhos terá e a profissão deles.
Tenho que rir porque pra mim a Susanita nada mais é que uma doida. Engraçadíssima! Mas conservadora e completamente maluca que na infância planejou sua vida de dondoca. Aliás, não planejou só a sua vida, mas também a dos filhos. E sofre com certas situações que podem vir a acontecer (ou não).
Veja bem, não tenho nada contra pessoas que desejam casar, ter filhos, cachorro, casinha branca com cerquinha. Apenas eu não tenho nenhuma lembrança de ter tido, algum dia na vida, estes desejos. Pra mim estas coisas não são metas ou planos. Acho que podem acontecer ou não.
É claro que numa sociedade ainda muito machista como a nossa o pensamento de que mulher é para ser do lar é muito presente. Para muitas mulheres (e vejam bem não concordo ou descordo) o casamento é a garantia de uma vida tranquila financeiramente, mesmo que tenha que se submeter a alguns caprichos machistas. Mas na minha casa, justamente para não necessitar sujeitar-se a outra pessoa, fui estimulada a estudar, ter uma profissão e buscar ser uma mulher independente e livre, para escolher o que bem quisesse para minha vida. Fui estimulada a buscar independência não só pela minha mãe, mas também pelo meu pai. É claro que as motivações deles são diferentes.
Eu gosto de criança e sem falsa modéstia sei que seria uma boa mãe, ou pelo menos tentaria ser a melhor possível. No entanto, sempre pensei no quão importante é para uma criança ter a presença do pai e da mãe na sua vida. E por isto a produção independente nunca me pareceu uma ideia muito plausível. Mas não tô falando de uma situação em que a mulher engravida, mesmo que sem se prevenir, sem querer. Caso acontecesse comigo assumiria certamente. Mas como sempre tive muito medo de que isto ocorresse tomava as precauções. E nas vezes em que tive uma dúvida, mesmo que remota, usei a pílula do dia seguinte. Fui na farmácia comprei e tomei. Depois de saber que é um método abortivo fiquei com certo receio. Mas agora já foi. Talvez um dia eu venha engravidar, mas não tenho ideia se ocorrerá ou não. Não fiz nenhum planejamento a curto ou a longo prazo para isto. E acredito do fundo do meu coração de que se for pra ser, será no tempo certo. Neste momento não me sinto preparada, embora pareça e algumas pessoas achem que estou.
Quanto a casar com todo o ritual, a pompa e a circunstância, nunca fez meu gênero. Existe possibilidade de um não-casamento como lançou a ideia a Niara. Ou morar junto, ou namorar para sempre. Também não sei nem tenho ideia. Como espírita sei que devo ter planejado tudinho lá na erraticidade e como fui abençoada pelo dom do esquecimento deixo que as coisas aconteçam no momento que devem acontecer.
Desculpem o desabafo. Faz bastante tempo que rumino estas questões todas na minha cabeça e no meu coração e comigo pelo menos as coisas só ficam realmente claras quando as coloco no papel e definitivamente pra fora. Agora sim está tudo cristalino! ;)
Uma coisa é desejar, é ter vontade de um dia casar e ter filhos. Outra bem diferente é planejar as coisas criando expectativas que talvez nunca venham a se realizar. Quando alguém me pergunta sobre casamento e filhos, geralmente destacando meu jeito com as crianças ou meu extinto materno latente, fico pensando na Susanita, amiga da Mafalda que já tem em mente com quem (profissão e status social) irá casar, quantos filhos terá e a profissão deles.
Tenho que rir porque pra mim a Susanita nada mais é que uma doida. Engraçadíssima! Mas conservadora e completamente maluca que na infância planejou sua vida de dondoca. Aliás, não planejou só a sua vida, mas também a dos filhos. E sofre com certas situações que podem vir a acontecer (ou não).
Veja bem, não tenho nada contra pessoas que desejam casar, ter filhos, cachorro, casinha branca com cerquinha. Apenas eu não tenho nenhuma lembrança de ter tido, algum dia na vida, estes desejos. Pra mim estas coisas não são metas ou planos. Acho que podem acontecer ou não.
É claro que numa sociedade ainda muito machista como a nossa o pensamento de que mulher é para ser do lar é muito presente. Para muitas mulheres (e vejam bem não concordo ou descordo) o casamento é a garantia de uma vida tranquila financeiramente, mesmo que tenha que se submeter a alguns caprichos machistas. Mas na minha casa, justamente para não necessitar sujeitar-se a outra pessoa, fui estimulada a estudar, ter uma profissão e buscar ser uma mulher independente e livre, para escolher o que bem quisesse para minha vida. Fui estimulada a buscar independência não só pela minha mãe, mas também pelo meu pai. É claro que as motivações deles são diferentes.
Eu gosto de criança e sem falsa modéstia sei que seria uma boa mãe, ou pelo menos tentaria ser a melhor possível. No entanto, sempre pensei no quão importante é para uma criança ter a presença do pai e da mãe na sua vida. E por isto a produção independente nunca me pareceu uma ideia muito plausível. Mas não tô falando de uma situação em que a mulher engravida, mesmo que sem se prevenir, sem querer. Caso acontecesse comigo assumiria certamente. Mas como sempre tive muito medo de que isto ocorresse tomava as precauções. E nas vezes em que tive uma dúvida, mesmo que remota, usei a pílula do dia seguinte. Fui na farmácia comprei e tomei. Depois de saber que é um método abortivo fiquei com certo receio. Mas agora já foi. Talvez um dia eu venha engravidar, mas não tenho ideia se ocorrerá ou não. Não fiz nenhum planejamento a curto ou a longo prazo para isto. E acredito do fundo do meu coração de que se for pra ser, será no tempo certo. Neste momento não me sinto preparada, embora pareça e algumas pessoas achem que estou.
Quanto a casar com todo o ritual, a pompa e a circunstância, nunca fez meu gênero. Existe possibilidade de um não-casamento como lançou a ideia a Niara. Ou morar junto, ou namorar para sempre. Também não sei nem tenho ideia. Como espírita sei que devo ter planejado tudinho lá na erraticidade e como fui abençoada pelo dom do esquecimento deixo que as coisas aconteçam no momento que devem acontecer.
Desculpem o desabafo. Faz bastante tempo que rumino estas questões todas na minha cabeça e no meu coração e comigo pelo menos as coisas só ficam realmente claras quando as coloco no papel e definitivamente pra fora. Agora sim está tudo cristalino! ;)
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