quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Tempo

Tenho tantas histórias e estórias pra colocar aqui e o tempo passa tão rápido! Tem períodos que meu tempo pra escrever é enorme e consigo postar textos gigantes (pessoa prolixa!) quase todo o dia e em outros períodos não consigo alcançar a meta de um texto por semana. Lá no Imprensa Nanica não vou há meses! Mas são tantas coisas acontecendo na política, na sociedade, no mundo que tem dias que me sinto sufocada, atropelada. E neste atropelo não consigo formular uma ideia a respeito das coisas apenas lamento.
Também tem uma coisa quando eu resolvi mudar, digo tentar mudar, optei por não usar certas palavras, não propagar as coisas de que não gosto. Não me tornei alienada não. Assisto jornal, mas às vezes não consigo ler os jornais locais, leio notícias na internet, ou seja sigo me informando. Mas como eu escutei uma vez da amiga Zeneida deixo "entrar por um ouvido e sair por outro" (ela não disse com estas palavras). Prefiro não ficar falando do que não deu certo e do que tá ruim. Não vivo felizinha, embora ande pela rua com um sorriso bobo, alvo de deboche d'algumas amigas. Sei que temos muito o que mudar e melhorar, mas realmente me conscientizei que falar incansavelmente sobre um problema não o torna melhor ou soluciona.
Confesso que é beeeem difícil pra mim. Falando parece fácil, barbadinha como dizia o Igor, mas não é não. Mas uma coisa posso dizer sem medo, a vida fica mais leve quando largamos toda esta carga negativa. Quando paramos de ajuntar pensamentos e sentimentos negativos, preocupações e angústias. Conseguimos viver pequenos momentos de prazer e satisfação e, até é possível, andar com um sorriso no canto da boca contagiando outras pessoas.
Por isto, ao invés de reclamar da falta do tempo... com o qual eu fiz as pazes porque "tudo tem seu tempo certo de acontecer" e este é um mantra que devo estar usando há pelo menos uns quatro anos... vou falar das coisas legais que acontecem quando o tempo tá curto.
É quando o tempo é curto a gente aproveita, valoriza, vive intensamente aquilo, a coisa, a situação. Eu aprendi isto quando morei fora. Foram poucos meses, mas o aprendizado foi enorme. Neste período de visitas com tempo contado me fizeram aprender que agora é o tempo certo pra tudo. A sensação de chegar na rodoviária num final de semana ou feriado e já comprar a passagem de volta é terrível, mas ajuda a gente a perceber que pequenas discussões que a gente tem, que muitas vezes se repetem, podem ser deixadas pra lá, porque temos tanta coisa pra contar do tempo que a gente estava separado e discutir aquela bobagem, aí sim, é perda de tempo.
Por estar longe dos meus sobrinhos aquele tempo juntinho deles pequenos (e lá se vão 10 anos!) era precioso! Não podia deixar de brincar com eles, estar com eles, rir com eles, se não de que forma poderia contar as histórias e as expressões que eles inventavam naquela época?
Conheci tanta rodoviária! Gente, não sei, mas tenho número de pelo menos sete rodoviárias no meu celular. Ia pegando os números pra saber horários de ônibus e como sempre precisava saber os horários guardei os números. Às vezes calculava mal os horários de chegada e precisava ficar uma hora esperando o próximo ônibus, quando não tinha que bater na porta da Ana Paula pedindo abrigo porque ônibus só no outro dia de manhã. E este imprevisto era ótimo, pelo menos pra mim, que reencontrava minha amiga querida, sabia das novidades, comia uma comidinha quentinha e sempre ria muito na companhia dela. Na vinda de Campinas bati na porta dela apenas com a roupa do corpo, porque por causa de um atraso quase perco o ônibus dentro da rodoviária. Foi uma correria danada! Meu irmão não conseguia estacionamento, eu tinha que trocar a passagem comprada na internet, a minha sobrinha e a cunhada com minha mala e a gente se desencontrou. A saída do ônibus já estava atrasada e eu ligando pra eles e nada. Resultado... vim embora sem mala, depois de termos tentado que eles me entregassem a mala em alguma parada do ônibus pelo trajeto.
Então eu chego em Porto Alegre e o último bus já tinha saído. Tinha tido uma enchente em São Lourenço do Sul e parte da estrada estava fechada e o percurso até Pelotas era mais longo, enfim... Mais uma vez a Anucha me salva de passar a noite na rodoviária! E aquela noite foi muito legal!
Foram algumas horinhas que fiquei lá, mas foram horinhas inesquecíveis.
O tempo pode nos atropelar e quem sabe até dizer que "não vamos conseguir fazer tudo que queremos". E pode também nos ensinar a andar devagar apreciando as coisas e os momentos. É a gente quem escolhe!

Quadrinhos Bichinhos de Jardim


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