Eu tinha tanto medo de amar, não de amar, porque eu amava, mas de demonstrar, dizer, viver aquilo tudo porque era desconhecido e o desconhecido dá medo. E se eu tivesse que mudar muita coisa na minha vida, e se eu tivesse que mudar muita coisa em mim, descobrindo que eu não era aquela pessoa tão legal, tão bem resolvida, tão "perfeita" como minha mãe achava? Mas que mentira, minha mãe nem acha que sou perfeita e fala dos meus defeitos na minha cara. Tá, mas e se meus defeitos não fossem só aqueles de que ela falava, e se fossem maiores ou mais graves do que a minha mãe dizia? Será que eu conseguiria conviver comigo descobrindo tanto mais coisas a meu respeito? Porque minha mãe conhece cada defeito meu, sabe quando estou bem e quando estou triste, quando estou brava e quando estou cansada. Ela me conhece há tempo demais e apesar de conhecer meu íntimo, me ama imensamente. E ama, não como se eu não tivesse defeitos, mas me ama na esperança, na solidariedade e na certeza de que posso corrigir cada um deles. Ela enxerga em mim alguém melhor. Alguém que eu às vezes não enxergo. Mas com o amor que tem por mim ela vê.
Então tem a questão do amor próprio. Não podemos amar ninguém se não nos amarmos.
Eu ainda não perdi totalmente o receio de demonstrar o amor que sinto, vejam bem, não é mais medo! Consigo me arriscar um pouco. Tive um encontro feliz que me levou a mudar bastante coisa na minha vida. Começou por minha mudança pro meu apartamento. Passa por ceder em algumas coisas, reconhecer limitações, enfim...
Não sei o quanto o outro me ama, apenas sei o que eu sinto. Algumas vezes isto basta, outras, como ainda tenho aqueles terríveis defeitos, não é suficiente. E isto ocorre geralmente naquela época do mês em que os hormônios me atacam e a TPM fica a mil. O corpo inchado, pernas pesadas e a irritação fazem parecer que nada tá certo. Então eu me dou conta e tendo controlar. Às vezes saem algumas reclamações e cobranças, noutras me sinto carente e choro muito. Por tudo... por qualquer coisa! Aí eu ganho alguns abraços apertados e tudo vai voltando ao "normal" novamente.
E eu me encho de coragem e penso, "de que vale a vida se não for pra amar as pessoas?" Amar não é difícil, a gente tem dentro esta capacidade mágica. O difícil é não nos deixarmos levar pelo que idealizamos como amor. É esta idealização que nos faz descrer das coisas. Vamos perder o medo de amar! Vamos nos desarmar e AMAR!
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