Sou uma espiritualista! É, vou no centro espírita, estudo a doutrina, trabalho no passe, mas creio e faço coisas que não constam na Doutrina codificada por Kardec. Acredito em ervas e suas energias seja através de banhos ou chás! Não vejo problemas em utilizar uma imagem ou um amuleto para concentrar o pensamento e ligar-se com o altíssimo. Sei que Deus está nos lugares mais variados da natureza e que seus elementais estão lá para nos auxiliar no que necessitarmos. Nada disso é condenado pela codificação, mas também não é aceita pela federação espírita.
Tenho um pé em cada barca, penso eu algumas vezes! Então começo a ler as obras básicas e livros que falam do surgimento da umbanda e um véu se descortina! Sempre fui no terreiro, sou batizada lá! Sou afilhada de Itagiba e sinto muita alegria quando estou lá ouvindo os pontos e observando as giras! Compreendo quando alguém diz que devemos andar de pés descalços na grama, tomar um banho de mar e um banho de ervas, sinto toda minha energia renovada quando entro numa cachoeira! Porque será que pensei que estava com um pé em cada barca?!
Sei que é porque minhas lembranças de infância sobre religiosidade me levam pra um centro umbandista, mas comecei a descobrir o espiritismo num centro espírita e a partir daí procurei mais sobre a umbanda e mais sobre a doutrina espírita. Minha espiritualização tem fundamento nas duas!
No passe que trabalho faço minhas preces para que aqueles que vem em busca de auxílio recebam o que vieram buscar, dou um pouco da minha energia animalizada e o maior "trabalho" fica a cargo da espiritualidade. No centro de umbanda as pessoas podem conversar com o espírito que dá o passe através do médium e desta forma recebe orientações para resolver os problemas que enfrenta.
Sempre gostei de conversar com os guias, ouvir seus conselhos e orientações. Quase nunca perguntava coisas sobre meus problemas, deixava que a intuição me guiasse ou que o guia me dissesse as coisas sem que eu perguntasse, afinal, sempre acreditei (acredito) que tem gente com problemas mais graves para ocupá-los.
Desta forma sempre recebi a orientação de que precisava como "leia mais livros espíritas", "use menos roupas escuras e beba mais água", "estude, prepare-se, tá na hora de trabalhar" ou "fica tranquila nesta idade o coração dói mesmo, mas logo passa"!
Aí que em Campinas fui conhecer seu Zé Pilintra! Um ser de luz que te olha nos olhos e transmite uma grande doçura e um pouco de malandragem! Um ser cheio de alegria e de riso fácil! Começou perguntando se eu estava bem ao que respondi que sim! Ele falou que eu sempre ia no centro e não perguntava ou pedia nada e eu respondi que tinha mais a agradecer e que eles tinham pessoas com mais dificuldades pra ajudar do que eu. Então ele me contou que não existe isso de meu problema e menos grave ou tem menos importância! "Cada um tá na sua caminhada e tem um aprendizado e as dificuldades são importantes para o crescimento não pelo tamanho que elas tem, mas pela forma que cada um passa por elas!" Algumas vezes o problema é pequeno e ainda assim podemos pedir auxílio para passarmos por ele com mais sabedoria!
Seu Zé me mostrou a mim mesma de uma forma que eu nunca tinha me visto! E cá pra nós precisava me ver assim! Tinha me perdido um pouco de mim! Agora me reencontrei! Retornou a mim uma paz e uma alegria das quais estava com saudade! Uma felicidade que me permitia rir e cantar na rua sem vergonha! Por isso, se me ver na rua sorrindo que nem boba é a minha meditação sorridente, que aprendi em "comer, rezar, amar", a gente sorri com o fígado e com a cara!
E as dúvidas que tenho sobre as barcas estão pouco a pouco se elucidando e creio que logo saberei em qual barca preciso ficar! Sou lhe muito grata seu Zé! Saravá!
Foto do google imagens
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