Com açúcar, com sal, com pimenta, com manjericão, orégano, enfim... acredito que cozinhar é um ato de amor. Um ato singelo, onde o "amador" pode colocar todo o seu amor, seu carinho, mesmo que não curta muito cozinhar, como acontece com a minha mãe. É um carinho, um cuidado.
E cozinhar para quem se ama é um pouco como cozinhar no domingo. A comidinha caseira do dia-a-dia é corrida, sem tanta elaboração no cardápio. Já a de domingo é preguiiiçosa, não tem horário, pode ser curtida passo-a-passo em fogo brando, com experimentações diversas. E vai além do arroz e feijão cotidiano, tem sempre algum petisco, um prato principal do agrado de todos e o gran finale que é aquela sobremesa caprichada, com muito açúcar e muito afeto.
Pra falar a verdade, até o café da tarde que geralmente é um pãozinho com manteiga, no domingo tem um sabor especial. A gente sempre inventa um bolinho de cenoura pra acompanhar o "café preto passadinho na hora", ou um pão de queijo, bolachinhas amanteigadas que derretem na boca.
Como a preparação para o amor. Começa com a organização da "cozinhação", abre-se as janelas para o vapor sair e junto com ele aquele cheiro bom de comida no fogo. Separa-se os ingredientes, mede-se o tempo para que, quando o convidado especial chegue esteja tudo adiantado e a gente possa conversar um pouquinho, tomar um vinho e fazer umas poses perto do caldeirão, digo, da panela. Todos os temperos são importantes, mas o capricho e o carinho na mistura dos ingredientes são essenciais.
Não pode existir medo de errar, nem de alterar a receita, tampouco de substituir ingredientes, devemos seguir os instintos, exatamente como no amor.
No final, é só saborear os pratos e ouvir os elogios. Ah! E não esqueça, o melhor elogio é o prato vazio e deixe pra lá aquela história de que o melhor tempero é a fome. No próximo post coloco umas receitas de prato principal e sobremesa.
Contos de todo o tipo, historinhas da vida real, crônicas do cotidiano, contos, sonhos e desejos, todos mudando conforme as fases da lua.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Que língua falo eu?
Minha mãe costuma dizer que devo ser mais serena, deixar a agressividade contida no meu tom de voz de lado, excluí-la da minha vida. Talvez por conter esta "violência" na locução das palavras é que me sinto mais a vontade para exprimir meus sentimentos através da escrita. Sei que quando escrevo utilizo bem a ironia, que é realmente um recurso do qual faça bastante uso; e até mesmo alguma doçura e coração.
Mas tem gente que não me entende. Enquanto minha mãe e eu pensamos de forma muito parecida, embora a gente discorde em algumas coisas, a maioria das pessoas com quem o meu convívio é ralo não entende o que eu digo. As pessoas são capazes de brincar comigo e jamais reconhecer quando eu faço uma brincadeira.
Depois de um afastamento forçado entre um amigo e eu, forçado por ele, vamos deixar claro, nós nos reencontramos. Confesso que sou bem implicante, fato em que somos parecidos pois ele também o é, mesmo depois de várias semanas sem falar comigo. Após este reencontro, senti que poderia escrever pra ele um depoimento, dizendo como gosto dele, mas não diretamente. Pensei em utilizar um pouco de ironia e humor no que escrevi. Só que ele entendeu tudo como uma crítica pessoal.
Resultado de tudo isso, não sei que língua eu falo. Deve ser algum dialeto ou algum idioma morto há milhares de anos, daqueles que pouquíssimos arqueólogos conhecem e que só o conhecem por ser parte do trabalho. Pode ser por isso que eles se vão sem dizer tchau. Vai saber!
Mas tem gente que não me entende. Enquanto minha mãe e eu pensamos de forma muito parecida, embora a gente discorde em algumas coisas, a maioria das pessoas com quem o meu convívio é ralo não entende o que eu digo. As pessoas são capazes de brincar comigo e jamais reconhecer quando eu faço uma brincadeira.
Depois de um afastamento forçado entre um amigo e eu, forçado por ele, vamos deixar claro, nós nos reencontramos. Confesso que sou bem implicante, fato em que somos parecidos pois ele também o é, mesmo depois de várias semanas sem falar comigo. Após este reencontro, senti que poderia escrever pra ele um depoimento, dizendo como gosto dele, mas não diretamente. Pensei em utilizar um pouco de ironia e humor no que escrevi. Só que ele entendeu tudo como uma crítica pessoal.
Resultado de tudo isso, não sei que língua eu falo. Deve ser algum dialeto ou algum idioma morto há milhares de anos, daqueles que pouquíssimos arqueólogos conhecem e que só o conhecem por ser parte do trabalho. Pode ser por isso que eles se vão sem dizer tchau. Vai saber!
Dia das bruxas
Embora venha da cultura americana, a qual não aprecio muito, gosto da Wicca. Toda a ideologia das bruxas, que vem da união das pessoas com a natureza e do respeito pelas coisas da Grande Deusa mexem muito comigo. Gosto e acredito que tudo é energia, que tem magia e uma razão de ser. Principalmente em relação a própria natureza as plantas, aos animais, aos quatro elementos. Creio que quem cresce sendo educado dentro desta filosofia dá muito mais valor a tudo que o cerca, consegue enxergar o outro como realmente parte de si, merecedor de amor.
A magia não está apenas em realizar rituais, está em cada momento do nosso dia-a-dia, desde o momento em que abrimos a janela do quarto para a luz e a energia do sol entrar. Portanto, aproveite estas maravilhas que a grande mãe nos dá de graça.
A magia não está apenas em realizar rituais, está em cada momento do nosso dia-a-dia, desde o momento em que abrimos a janela do quarto para a luz e a energia do sol entrar. Portanto, aproveite estas maravilhas que a grande mãe nos dá de graça.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Eles vão sem dizer adeus
Eu já tinha começado este post, falando de como é estranho acabar um relacionamento sem que as partes realmente o acabem. Comigo as coisas são assim, os homens vão embora sem dar tchau, alguns reaparecem tempos depois com um novo corte de cabelo, casados e até com filhos e comportam-se como aqueles amigos que foram no passado. Não tenho o que reclamar destes, ou deste, acho que foi apenas um. Ele sumiu sem dar notícias, mas quando voltou foi tão amigo como nunca teria sido se não tivessemos aquele passado em comum.
Durante muito tempo estes sumiços me causavam dor. Na verdade alguns ainda causam, mais pela espectativa que eu mesma criei sobre aqueles relacionamentos que existiam apenas na minha cabeça.
Mas isto vem de longe, desde meus primeiros passos no mundo dos amores. No primário eu tive um "namorado", exatamento como aqueles que tu deves ter tido, se nasceste no século passado, ou seja, pessoas que nasceram antes da década de 90. Eu estava na segunda série, portanto com sete anos. Eu tinha três colegas que diziam gostar de mim, o Cristiano e dois Leonardos. Eles cantavam pra mim na hora do recreio, conversavam comigo na sala de aula, até que resolveram que eu tinha que decidir com quem ia "namorar". Argumentei que não podia namorar, que meus pais não deixavam e nós éramos crianças. Não adiantou. Então eu resolvi que gostava do Cristiano. Como símbolo do nosso compromisso eu dei a ele um anel, que tinha um pé. Não sei quanto tempo este pseudo namoro durou, porque quando somos crianças o tempo parece imeenso e agora me parece que devem ter sido poucos dias. Mas enfim, ele me devolveu o anel, acabou o nosso relacionamento porque estava gostando de uma prima e iria namorar com ela. Foi o primeiro namoro que tive e ele acabou comigo. Na verdade, lembro que quando ele me devolveu o anel eu nem fazia idéia de que aquele anel estava com ele, não recordava que éramos namorados "com compromisso".
Hoje, fecho os olhos e tento lembrar dele, loirinho de olhos azuis, completamente diferentes dos homens que namorei e pelo tipo físico por quem me sinto atraída. Mas ele foi super honesto comigo, disse que ia namorar outra, devolveu o anel que tinha lhe dado e o qual a prima queria ficar.
Depois disso, durante um longo tempo, até a adolescência ocupava meu tempo livre com ídolos como o Dominó, os Menudos e o New Kids on The Block. Tinha muitos amigos no colégio, mas meu coração era ocupado pelo Nil do Dominó e não sobrava espaço pra mais ninguém. Se bem que... tinha um cantinho que era do Alexandre Godinho, mas eu nunca admiti isso pra ele, nem pra ninguém. Quando comecei a dividir minha atenção entre as estrelas e os guris reais, na adolescência, me apaixonava cada semana por um menino diferente. Minha mãe ficava doida comigo falando sobre o fulano. Aquilo durava alguns dias, de repente eu chegava triste, chorava trancada no quarto e no dia seguinte estava completamente seduzida por outro fulaninho.
Quando comecei mesmo a namorar ou a ficar, como queiram, geralmente era eu quem terminava. Ou porque o cara era um galinha e estava ficndo com outra ou porque eu já estava noutra.
Foi na idade adulta que eles começaram a ir embora sem dar tchau. Algo tipo vou: "vou ali comprar cigarros e já volto!", mas nunca mais voltavam. E a ferida ficava aberta, sendo remexida todo dia pelas lembranças e pelos planos e fantasias que eu havia tido sozinha. Com o meu primeiro namorado de verdade foi difícil, ele não foi "ali comprar cigarros". As coisas foram acontecendo de forma estranha, morávamos quilômetros de distância um do outro e eu, na sua ausência, resolvi que o melhor era acabar. Depois disso, foram alguma sucessões de sumiços e coisas mal resolvidas ou inacabadas.
Durante muito tempo estes sumiços me causavam dor. Na verdade alguns ainda causam, mais pela espectativa que eu mesma criei sobre aqueles relacionamentos que existiam apenas na minha cabeça.
Mas isto vem de longe, desde meus primeiros passos no mundo dos amores. No primário eu tive um "namorado", exatamento como aqueles que tu deves ter tido, se nasceste no século passado, ou seja, pessoas que nasceram antes da década de 90. Eu estava na segunda série, portanto com sete anos. Eu tinha três colegas que diziam gostar de mim, o Cristiano e dois Leonardos. Eles cantavam pra mim na hora do recreio, conversavam comigo na sala de aula, até que resolveram que eu tinha que decidir com quem ia "namorar". Argumentei que não podia namorar, que meus pais não deixavam e nós éramos crianças. Não adiantou. Então eu resolvi que gostava do Cristiano. Como símbolo do nosso compromisso eu dei a ele um anel, que tinha um pé. Não sei quanto tempo este pseudo namoro durou, porque quando somos crianças o tempo parece imeenso e agora me parece que devem ter sido poucos dias. Mas enfim, ele me devolveu o anel, acabou o nosso relacionamento porque estava gostando de uma prima e iria namorar com ela. Foi o primeiro namoro que tive e ele acabou comigo. Na verdade, lembro que quando ele me devolveu o anel eu nem fazia idéia de que aquele anel estava com ele, não recordava que éramos namorados "com compromisso".
Hoje, fecho os olhos e tento lembrar dele, loirinho de olhos azuis, completamente diferentes dos homens que namorei e pelo tipo físico por quem me sinto atraída. Mas ele foi super honesto comigo, disse que ia namorar outra, devolveu o anel que tinha lhe dado e o qual a prima queria ficar.
Depois disso, durante um longo tempo, até a adolescência ocupava meu tempo livre com ídolos como o Dominó, os Menudos e o New Kids on The Block. Tinha muitos amigos no colégio, mas meu coração era ocupado pelo Nil do Dominó e não sobrava espaço pra mais ninguém. Se bem que... tinha um cantinho que era do Alexandre Godinho, mas eu nunca admiti isso pra ele, nem pra ninguém. Quando comecei a dividir minha atenção entre as estrelas e os guris reais, na adolescência, me apaixonava cada semana por um menino diferente. Minha mãe ficava doida comigo falando sobre o fulano. Aquilo durava alguns dias, de repente eu chegava triste, chorava trancada no quarto e no dia seguinte estava completamente seduzida por outro fulaninho.
Quando comecei mesmo a namorar ou a ficar, como queiram, geralmente era eu quem terminava. Ou porque o cara era um galinha e estava ficndo com outra ou porque eu já estava noutra.
Foi na idade adulta que eles começaram a ir embora sem dar tchau. Algo tipo vou: "vou ali comprar cigarros e já volto!", mas nunca mais voltavam. E a ferida ficava aberta, sendo remexida todo dia pelas lembranças e pelos planos e fantasias que eu havia tido sozinha. Com o meu primeiro namorado de verdade foi difícil, ele não foi "ali comprar cigarros". As coisas foram acontecendo de forma estranha, morávamos quilômetros de distância um do outro e eu, na sua ausência, resolvi que o melhor era acabar. Depois disso, foram alguma sucessões de sumiços e coisas mal resolvidas ou inacabadas.
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