Com açúcar, com sal, com pimenta, com manjericão, orégano, enfim... acredito que cozinhar é um ato de amor. Um ato singelo, onde o "amador" pode colocar todo o seu amor, seu carinho, mesmo que não curta muito cozinhar, como acontece com a minha mãe. É um carinho, um cuidado.
E cozinhar para quem se ama é um pouco como cozinhar no domingo. A comidinha caseira do dia-a-dia é corrida, sem tanta elaboração no cardápio. Já a de domingo é preguiiiçosa, não tem horário, pode ser curtida passo-a-passo em fogo brando, com experimentações diversas. E vai além do arroz e feijão cotidiano, tem sempre algum petisco, um prato principal do agrado de todos e o gran finale que é aquela sobremesa caprichada, com muito açúcar e muito afeto.
Pra falar a verdade, até o café da tarde que geralmente é um pãozinho com manteiga, no domingo tem um sabor especial. A gente sempre inventa um bolinho de cenoura pra acompanhar o "café preto passadinho na hora", ou um pão de queijo, bolachinhas amanteigadas que derretem na boca.
Como a preparação para o amor. Começa com a organização da "cozinhação", abre-se as janelas para o vapor sair e junto com ele aquele cheiro bom de comida no fogo. Separa-se os ingredientes, mede-se o tempo para que, quando o convidado especial chegue esteja tudo adiantado e a gente possa conversar um pouquinho, tomar um vinho e fazer umas poses perto do caldeirão, digo, da panela. Todos os temperos são importantes, mas o capricho e o carinho na mistura dos ingredientes são essenciais.
Não pode existir medo de errar, nem de alterar a receita, tampouco de substituir ingredientes, devemos seguir os instintos, exatamente como no amor.
No final, é só saborear os pratos e ouvir os elogios. Ah! E não esqueça, o melhor elogio é o prato vazio e deixe pra lá aquela história de que o melhor tempero é a fome. No próximo post coloco umas receitas de prato principal e sobremesa.
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