quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Eles vão sem dizer adeus

Eu já tinha começado este post, falando de como é estranho acabar um relacionamento sem que as partes realmente o acabem. Comigo as coisas são assim, os homens vão embora sem dar tchau, alguns reaparecem tempos depois com um novo corte de cabelo, casados e até com filhos e comportam-se como aqueles amigos que foram no passado. Não tenho o que reclamar destes, ou deste, acho que foi apenas um. Ele sumiu sem dar notícias, mas quando voltou foi tão amigo como nunca teria sido se não tivessemos aquele passado em comum.
Durante muito tempo estes sumiços me causavam dor. Na verdade alguns ainda causam, mais pela espectativa que eu mesma criei sobre aqueles relacionamentos que existiam apenas na minha cabeça.
Mas isto vem de longe, desde meus primeiros passos no mundo dos amores. No primário eu tive um "namorado", exatamento como aqueles que tu deves ter tido, se nasceste no século passado, ou seja, pessoas que nasceram antes da década de 90. Eu estava na segunda série, portanto com sete anos. Eu tinha três colegas que diziam gostar de mim, o Cristiano e dois Leonardos. Eles cantavam pra mim na hora do recreio, conversavam comigo na sala de aula, até que resolveram que eu tinha que decidir com quem ia "namorar". Argumentei que não podia namorar, que meus pais não deixavam e nós éramos crianças. Não adiantou. Então eu resolvi que gostava do Cristiano. Como símbolo do nosso compromisso eu dei a ele um anel, que tinha um pé. Não sei quanto tempo este pseudo namoro durou, porque quando somos crianças o tempo parece imeenso e agora me parece que devem ter sido poucos dias. Mas enfim, ele me devolveu o anel, acabou o nosso relacionamento porque estava gostando de uma prima e iria namorar com ela. Foi o primeiro namoro que tive e ele acabou comigo. Na verdade, lembro que quando ele me devolveu o anel eu nem fazia idéia de que aquele anel estava com ele, não recordava que éramos namorados "com compromisso".
Hoje, fecho os olhos e tento lembrar dele, loirinho de olhos azuis, completamente diferentes dos homens que namorei e pelo tipo físico por quem me sinto atraída. Mas ele foi super honesto comigo, disse que ia namorar outra, devolveu o anel que tinha lhe dado e o qual a prima queria ficar.
Depois disso, durante um longo tempo, até a adolescência ocupava meu tempo livre com ídolos como o Dominó, os Menudos e o New Kids on The Block. Tinha muitos amigos no colégio, mas meu coração era ocupado pelo Nil do Dominó e não sobrava espaço pra mais ninguém. Se bem que... tinha um cantinho que era do Alexandre Godinho, mas eu nunca admiti isso pra ele, nem pra ninguém. Quando comecei a dividir minha atenção entre as estrelas e os guris reais, na adolescência, me apaixonava cada semana por um menino diferente. Minha mãe ficava doida comigo falando sobre o fulano. Aquilo durava alguns dias, de repente eu chegava triste, chorava trancada no quarto e no dia seguinte estava completamente seduzida por outro fulaninho.
Quando comecei mesmo a namorar ou a ficar, como queiram, geralmente era eu quem terminava. Ou porque o cara era um galinha e estava ficndo com outra ou porque eu já estava noutra.
Foi na idade adulta que eles começaram a ir embora sem dar tchau. Algo tipo vou: "vou ali comprar cigarros e já volto!", mas nunca mais voltavam. E a ferida ficava aberta, sendo remexida todo dia pelas lembranças e pelos planos e fantasias que eu havia tido sozinha. Com o meu primeiro namorado de verdade foi difícil, ele não foi "ali comprar cigarros". As coisas foram acontecendo de forma estranha, morávamos quilômetros de distância um do outro e eu, na sua ausência, resolvi que o melhor era acabar. Depois disso, foram alguma sucessões de sumiços e coisas mal resolvidas ou inacabadas.

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