Tem coisas que eu acho que só acontecem comigo. Passar na rua e ser abordada ou seguida por alguém por exemplo. Não são muitas as pessoas que comentam este tipo de história, mas comigo acontece sempre. Conheci meu amigo Miguel assim, eu estava na fila do banco e ele mais na frente. Depois de ser atendido ele saiu e ficou numa loja em frente observando a mim e fingindo olhar uma vitrina. Quando eu saí do banco ele foi atrás de mim.
Logo na primeira quadra eu vi que aquele moço, com uma gravata vermelha estava me seguindo, mas deixei pra lá. Até que chegou perto do prédio onde eu trabalhava. Virei para trás e dei-lhe um susto perguntando se ele estava me seguindo. Foi engraçado. O Miguel ficou bem desconcertado, disse que não estava me seguindo e que morava li por perto e se foi.
De noite nos encontramos na faculdade. O mais engraçado foi que eu o vi no exato momento em que contava pra minha amiga Ana Paula que havia sido seguida. Ele veio falar comigo e aí acabamos ficando amigos.
Ontem me aconteceu algo parecido. Passei por um cara na rua. Eu a pé, ele de bicicleta. Apenas olhei e segui, ele não me despertou nenhum interesse. Mas o cara voltou, chama-se Fernando. Não falamos nada de importante, ele queria o número do meu telefone ou msn e eu não quis dar. Daí, para acabar o assunto peguei o número do celular dele. Fato é que o interessante é que eu estava pensando em algumas coisas que não foram resolvidas na minha vida e entre estas coisas estão algumas relacionadas a amor, a namoros e casos que não foram sequer acabados. Situações pelas quais passei e que vez por outra ainda doem um pouquinho. então, no meio daquele monte de cantadas velhas e ultrapassadas ele diz: "pensa bem, caso teu namorado ou marido pise na bola, não que eu queira isso, mas pensa, que se ele não quiser, tem quem queira!"
Este não é meu ditado popular preferido, tenho dois que me acompanham há muito tempo, mas este me fez pensar. Pensar nos momentos que perdi o sono e que fiquei tentando achar uma explicação para as coisas inexplicáveis que aconteciam, nos sumiços inesperados, nos telefonemas de retorno após meses sem uma palavra. Nestes casos eu nunca sei o que fazer ou como agir.
Acabo fazendo como sempre, sou apenas uma passante.
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