quarta-feira, 15 de junho de 2016

Eu e a mediunidade

Todos somos médiuns em maior ou menor grau. Tá lá nas obras básicas. Também tá lá que mediunidade é dívida, nada de status ou vantagem. Quanto mais ostensiva a mediunidade, mais dívida! Eu tenho uma grande intuição, creio que seja esta a minha mediunidade. E é só isso. Não vejo, não escuto. De vez enquanto sonho com algumas coisas que lá adiante fazem sentido, mas para por aí. Eu sinto a energia dos pontos quando vou a uma terreira, sinto meu corpo todo arrepiar quando escuto uma batucada, sinto a energia das pessoas quando fazem uma prece. Nunca fui ao centro espírita com intenção de ir para o trabalho mediúnico, ou coisa que o valha. Mas eu tenho um dindo que eu amo de paixão e ele sempre me diz que "mediunidade não se coloca na porta do vizinho!". Então resolvi que precisava saber mais sobre tudo isto, para estar preparada. Foi aí que decidi ir para o centro espírita estudar e me preparar para quando fosse chegada a hora de pôr em prática a minha mediunidade estar afiada.
Estou estudando a doutrina há uns bons anos, ainda tem muito pra estudar, muitos livros pra ler e ainda não me sinto preparada para nada, aliás, isto acontece comigo sempre, referente a qualquer coisa que preciso fazer e que requeira preparação. Aconteceu na dança do ventre, no jornalismo, na contabilidade e na mediunidade também, óbvio.
O que eu tenho claro, depois deste tempo de estudo é que, não tenho mediunidade para o trabalho mediúnico. Eu tentei fazer o melhor lá, mas não tinha conexão. Como costumo dizer, o aparelho não esta habilitado. Ao mesmo tempo, fui fazendo outras coisas dentro da casa espírita, coisas que me fazem muito bem e agradam muito mais, como trabalhar na recepção do passe as quartas feiras. Este trabalho me faz um bem enorme, sinto-me sempre revigorada quando acaba. E me sentia completamente mal quando saía do mediúnico. Sério, me sentia uma grande fraude, que estava só reproduzindo animismos na mesa, enquanto pessoas e espíritos precisavam de auxílio e isto me fazia muito mal. Graças a espiritualidade eu consegui falar sobre isto e como me sentia a responsável pelo trabalho e fui dispensada para seguir outros afazeres e estudos.
Muitas pessoas me disseram, olhando na minha cara, que eu tinha uma grande mediunidade, mas eu do meu lado aprendendo não vejo nada disso. A Zeneida, facilitadora do nosso estudo, sempre diz que "ninguém tem um mediumnometro, para medir o grau de mediunidade dos outros", ou seja, a gente tem que se conhecer e através do autoconhecimento saber sobre nós e sobre a mediunidade que carregamos. Eu tenho dois pensamentos o primeiro é que não tenho mediunidade tarefa e o segundo é que, talvez não seja a hora e que se for o caso. no momento certo tudo vai se ajeitar.
De outro lado, com minha forte intuição é um mecanismo forte para me orientar na minha caminhada. Penso que estamos em um momento em que talvez, encarnados estejam precisando muito mais do nosso olhar e do nosso acolhimento do que os desencarnados. Já ajudei pessoas ouvindo suas histórias e até aconselhando sobre algumas coisas, sempre deixando claro que, se fosse EU, faria assim ou assado. Mas recebendo-as bem, tentando ser uma pessoa livre de preconceitos ou julgamentos e auxiliando aquelas pessoas da melhor maneira possível.
Penso que, se nem tudo é culpa dos espíritos, certamente nem todo o nosso propósito de caridade tenha a ver com a mediunidade. No meu entender, atualmente, os encarnados estão bem mais necessitados de amparo do que os desencarnados, além do que, para os desencarnados existem os trabalhos mediúnicos, para encarnados são as portas do centro espírita, é o sorriso no rosto de quem o recepciona, é a nossa boa vontade e interesse em ajudar. Agora resta as diretorias dos centros valorizarem todos os trabalhadores do centro afim de que o centro espírita seja realmente a casa espírita!

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