quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Buscar a si

Há muito tempo eu fiz terapia. Meu querido psicólogo chama-se Afonso Langone, uma criatura adorável, que me ajudou demais. Quando entrei pra faculdade com recém feitos 17 anos fui tomada por uma grande confusão de sentimentos e medos. Não era adulta, não era criança e descobri, naquelas salas com tanta gente diferente de mim, que eu não sabia quem eu era ou o que queria ser. Ou melhor, quem queria ser! Langone me colocou em mim mesma, me ajudou a me enxergar direito, com olhos de amor e cuidado.
Não sei dizer o que me fez sair do prumo naquela época. Só sei que foi um momento de muitas lágrimas, muitas, demais, do nada! Normalmente eu choro! Assistindo filme, novela, série ou comercial de margarina. Mas naquele período foi algo que não tem como explicar, chorava simplesmente. Não havia um motivo, só lágrimas!
Agora eu sinto essa energia, esse choro vertendo sem um motivo aparente. A diferença é que agora eu sei de onde vem essa necessidade de por pra fora o choro entalado. É bem provável que o momento do país somado a minha história pessoal tenha feito com que eu chegasse no limite de tentar superar sozinha as dores e buscasse ajuda. Lá atrás, quando Langone me resgatou eu não consegui me dar conta de que precisava de ajuda. Sorte que meu pai e minha mãe perceberam.
Semana passada, após uma reação extremíssima que tive percebi que sozinha não conseguiria sair disso! Procurei ajuda! Meu primeiro psicólogo era espírita. Isso não influenciou no meu tratamento clínico mas foi importante para que ele me percebesse nesse lado. Talvez se ele fosse de outra crença ou sem religião, não percebesse o quanto esse conflito me afetava nesta área, ou talvez esta área fosse quem me afetasse e por isso eu não tava entendendo nada de mim e, em consequência, não conseguia me relacionar com quase ninguém!
A religiosidade foi um dos requisitos na minha escolha. Na primeira sessão já consegui sentir um grande alívio só de falar de tudo que me cercava, do que motivou minha desestrutura e o quanto viver minha religião me atrapalhava e me ajudava ao mesmo tempo em relação a isso. Saí do consultório tão mais leve que no outro dia as pessoas já começaram a me achar mais magra. É verdade! Essa primeira conversa já me tirou um peso que eu não sabia mais como carregar.
Em muitos momentos da vida tive dificuldade em lidar com meus próprios sentimentos. Mas não era sufocante a ponto de só chorar porque era a única forma que conseguia alívio na alma. É importante reconhecer que não conseguimos dar conta de tudo sozinhos, que algumas vezes precisaremos sim de ajuda profissional, além da ajuda da família e amigos. Porque há casos em que por mais bem que o outro nos queira seu conselho machuca igual.
Não tenham vergonha de buscar um psicólogo ou um terapeuta. Todos nós necessitamos em algum momento que alguém nos diga "tu tens todo direito de sentir isso", agora vamos entender o que te leva a isso e como podemos transformar isso para que tu fiques bem.  Tua vida, teus sentimentos, tua história são importantes sim. E, apesar de algumas situações serem difíceis e ruins, a gente pode e deve buscar auxílio para superar. Busque e ame a si mesmo! Lembra que a pessoa mais importante na tua vida ÉS TU! Tu é o personagem principal da tua história, todos os outros são coadjuvantes!

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