segunda-feira, 25 de março de 2019

A Casa do Rio Vermelho

Faz dias que não escrevo! Muitas coisas aconteceram e ao mesmo tempo eu sentia falta de assunto pra contar aqui. Então eu terminei hoje de ler o livro da Zélia Gattai e eu amei tanto que fiz muita propaganda pra todo mundo com quem eu conversei. E achei por bem, que deveria contar aqui mais um tiquinho do que li. Bem tiquinho, só pra vocês terem vontade de ler também.
Disse a minha sogra, que tenho certeza que se ela fosse escrever um livro de contos sua narrativa seria semelhante a de Zélia, cheia de pormenores e historinhas dentro da história maior. Acredito que ela contaria muita coisa interessante de sua vida lá no Capão do Leão, sua vinda pra Pelotas, além de várias histórias engraçadas que ela costuma nos contar nos encontros de família. Agucei o interesse dela e no outro dia da nossa conversa ela foi num sebo procurar alguma coisa da Zélia Gattai, encontrou Jardim de Inverno. Estou louca pra saber o que vai achar do livro!
Mas, voltando ao livro... O que mais amei foi poder estar tão próxima do Jorge e da Zélia. Saber de seus passeios e viagens, dos encontros com os amigos, que pra mim eram tão distantes como Pablo Neruda, por exemplo. Saber pelos olhos de Zélia sobre os tempos de ditadura militar no Brasil, coisa agora exaltada pelo atual presidente e seus eleitores. Perceber que eles se exilaram do país, mas nunca perderam a capacidade de amar o Brasil e que por onde passaram fizeram grandes amizades. Aliás, aprendi muito sobre amizade e amor neste livro! Fiquei um pouco mexida ao final quando Zélia conta o último encontro deles com Pablo Neruda e este lhe pediu: "não me pergunte por ninguém, já morreram todos"!
Uma vez ouvi alguém falar, numa entrevista da televisão, não sei se era Ariano Suassuna ou outro autor, que dizia que o preço de viver muito era ver todos aqueles que amamos partirem! Esse final do livro de Zélia é um pouco assim, cheio da saudade daqueles que se foram!
Mas não desistam de ler A casa do Rio Vermelho por este meu comentário, pois o livro todo é de uma leveza sem igual. Aliás, assim que percebo a autora, uma leveza, um sorriso nos lábios, um amor por seu Jorge, uma casa acolhedora para os amigos, seja onde quer que a casa estivesse Rio, São Paulo, Bahia ou Paris! Como costumava dizer o jardineiro deles, Zuca "Dona Zélia é tão interessante..."
É sim, interessante por demais!

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