segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ele não estava tão afim

Ano passado eu me envolvi num relacionamento com uma pessoa a quem conhecia há algum tempo. Não nos conhecíamos tão bem, mas estudamos no mesmo colégio durante nossa adolescência e tínhamos alguns amigos em comum. Tempos depois o reencontrei e já estávamos na faculdade. Nos afastamos por uns anos e, no ano passado, os nossos caminhos haviam voltado a se cruzar. As coisas começaram devagar, com o pedido de um beijo. Logo após o beijo ficamos uns meses sem nos ver até que num belo dia tudo fazia sentido. Calma! Eu explico. Haviam me dito que apareceria alguém, a quem eu não conhecia muito bem, mas já conhecia a bastante tempo, que seria algo que eu deveria aproveitar enquanto durasse, pois não seria um relacionamento longo. Mas mesmo assim, após umas horas de conversa eu veria que tínhamos muito em comum. Dito isto fiquei imaginando todas as pessoas que conhecia há muito tempo, mas não tinha intimidade. Até encontrá-lo no corredor do prédio onde trabalho. Daquele dia em diante ficamos próximos. Saíamos, passávamos os finais de semana juntos, enfim, namorávamos. Embora esta palavra fosse um tabu para ele, que recusava-se a namorar, comigo.
Como já havia sido alertada de que a coisa seria por aí, levei tudo de forma tranquila, nunca costumo cobrar compromisso num relacionamento. Apenas deixo que as coisas aconteçam, se ambos querem ficar juntos o nome que se dá a isso é o que menos importa. O que mais me incomodava nesse relacionamento eram as DRs sobre o fato de não estarmos namorando e o quanto isto incomodava a ele, pois ele não queria namorar. E me irritava, porque eu nunca pedi que a gente namorasse, nem que me apresentasse a família dele, ou que me levasse ao cinema. Queria ficar junto dele, isto me fazia feliz, o resto era coisa que não rolava na minha mente. Mas rolava na dele.
Então, de uma forma muito adulta e bem resolvida, ele não me procurou mais. Não ligou, não apareceu. Fez como em algumas novelas em que o cara vai ali, comprar cigarros e volta 20 anos depois, com a mesma cara, de pau.
Dei alguns dias e então procurei. Perguntei o que estava acontecendo, mas não tive resposta. Quando estava desencanada de tudo, já havia sofrido com o abandono e me recuperado, qual não é a minha surpresa? Ele resolveu ligar para saber como eu estava. Diante da minha frieza e distanciamento, me contou que havia se apaixonado, que não queria ter feito aquilo, e tal e coisa. Oquei, pensei eu. Embora não quisesse mais saber qual o motivo do seu sumiço. Pedi meus livros que havia emprestado e só. Não precisa nem encontrar comigo, apenas deixe-os na portaria do prédio onde trabalho, assim não haverá constrangimentos, expliquei. Demoraram alguns meses e nada de meus livros serem devolvidos. Voltei a procurá-lo pedindo por eles. Foi neste momento que me senti ultrajada. Além de me ligar com um tom de, estou escondido ligando pra ti, me disse que eu precisava tomar cuidado com as mensagens ou torpedos que mandasse pra ele, pois agora estava namorando. Isto me feriu! Não pelo fato de estar namorando, mas por achar que eu faria alguma coisa que fosse atrapalhar o romance. Neste dia acabou não só a amizade que tinha por ele, mas também o carinho e a admiração. Pedi apenas que devolvesse meus livros o quanto antes e afirmei sem exitação que não se preocupasse, pois jamais iria procurá-lo novamente.
Algum tempo atrás ele me mandou um email, coisa do tipo conhecido simpático querendo fazer uma amizade. Mas não quero reatar este laço. Fiz um julgamento errado do sentimento de amizade que existia entre a gente, e se algo que parecia ser tão legal para nós os dois acabou da forma como acabou, é melhor que fiquemos cada um na sua. Respondi educadamente o email, sem réplicas e réplicas, como costuma acontecer com os amigos de verdade. Foi bom enquanto durou, é pena que tenha ficado este final chato para uma historinha que parecia bem bonitinha.

Um comentário:

Nina disse...

Oi bonitinha,se resolver escrever a cartinha me avisa, vou adorar conhecer a pequena Leli:)