Como eu gostaria de olhar nos teus olhos e dizer que não te amo, que pouco me importa que vivas ou morra, que deixes de existir. Mas é impossível, teu egoísmo, negação tornam a minha compreensão da tua dor muito difícil. Não há como reagir da forma mais brusca, porque existem pessoas muito importantes e a quem amo demais que sofrem com tua indiferença a dor delas.
Se fosse um caso de amor, seria como a Quadrilha do Drummond, mas não é. É um caso de amor de mãe e filho, é um caso de vida e de morte, é um caso no qual as nossas escolhas de nada valem. As pessoas me pedem pra te dar amor, pra ser carinhosa, ter paciência, controlar o impulso passional ou o racional, mas quando vejo a dor nos olhos das outras pessoas, a quem eu também amo e não quero que sofram é quase impossível controlar. Algumas vezes, como agora, meus pensamentos se acotovelam brigando entre si para mostrar a melhor forma de falar, o tom mais adequado a usar, mas não tem controle quando te vejo morrendo dia-a-dia. Quando eu vejo que tu negas, quando tu renegas todos que te amam para conviver e ficar ao lado de gente que te desconhece. Como é possível?
Acho que tô fazendo tudo errado. Acho que sou uma pessoa péssima! Compreendo a rebeldia da juventude, considero-me jovem. Não que isto justifique meus erros, creio que contigo não tenho o direito de errar, não poderia errar. Mas há momentos que minha vontade é dizer tantas coisas, dolorosas e duras pra ver se neste ato desesperado tu acordas deste maldito transe fanático. Só que isto seria apenas desgaste, mágoa e lágrimas pra todos e tua cegueira ganharia mais poder, enquanto eu, seria tratada como uma louca que duvida de Deus.
Aí que angústia desesperada! É tanta coisa ao mesmo tempo! Mas bem dizem que a indiferença é a maior dor! Confesso que tem momentos em que eu tenho vontade de partir pra violência! Mas de nada adianta, nada mudaria!
Sei que este é um momento muito difícil, que tu sofres demais com tudo que está acontecendo, mas tu não estás sozinho. Nós não somos teus inimigos, apenas não acreditamos no mesmo tipo de religião que tu. Ai que agonia absurda é te ver olhando pra nós com cara de incredulidade quando falamos sobre nossa preocupação contigo. Como podes se tão indiferente a dor da tua mãe?
Eu não consigo pensar em nada diferente disso! Eu não consigo compreender tua reação, tuas atitudes. E não compreendendo, me dá vontade de dizer-te: _ vai, vai por aí a procurar teu caminho. Suma das nossas vistas! Tua escolha e nos deixar alheios a tua vida? Então vai. Vai e nós ficaremos aqui, vamos procurar rir pra não chorar.
Mas eu sei muito bem que não te ver não quer dizer não se preocupar. Todos seguiriam tão preocupados quanto agora, se não mais. Creio que nossos sentimentos não te importam, que nossa dor e sofrimento seja considerados por ti como uma afranta a tudo em que acreditas. Ages como se nós torcêssemos para que tudo em que crês dê errado. E não é nada disso. Apenas não professamos a mesma fé, não frequentamos o mesmo templo, mas somos a mesma carne e o mesmo sangue. Somos tua família e queremos a mesma coisa, com a diferença de que, nós pensamos que é preciso tratar, agir conforme os médicos orientam, enquanto que tu tem fé de que nada disso é necessário.
Não quero que penses que não te amo. Só quero que entendas que estás fazendo outras pessoas, a quem amo tanto quanto a ti, sofrerem e eu não acho isto justo! E não posso ficar calada.
PS.: Este é um desabafo real, por isto não reli, perdoem se houver erro.
Contos de todo o tipo, historinhas da vida real, crônicas do cotidiano, contos, sonhos e desejos, todos mudando conforme as fases da lua.
quarta-feira, 14 de março de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
Não, não nos beijamos!
Remexendo em fotos antigas encontrei uma que me levou direto para o pátio da escola. Não, a foto não era do colégio e nem era de nós dois. Mas a foto aconteceu naquele dia em que mais intensamente nos olhamos nos olhos, quando eu descobri que te amava e não pude mais esconder.
Ind'agora se eu fechar meus olhos sinto tuas mãos nos meus ombros segurando-me firme como se eu fosse fugir. Na verdade... havia em mim um misto muito estranho que hora me fazia querer sair correndo e hora me fazia querer nunca mais sair dali. Minhas pernas ficaram bambas por um segundo. Sentia minhas bochechas queimando e a boca seca. A voz não saia, como se algo pastoso as retivesse na garganta. As sensações eram, ao mesmo tempo de extâse e horror. Queria ficar ali sobre a proteção do teu olhar, sentindo o calor das tuas mãos. E tinha também o medo de ter entendido tudo errado.
Tua voz soa, reverbera em meus ouvidos! E é tanta informação, tanta lembrança que me vem ao me ver naquele dia, que chego a agradecer por não sentir o cheiro daquele pátio, do bar do colégio, o perfume do teu corpo! Mas... ainda que a fotografia não tenha cheiro sou capaz de me reportar pr'aquele pátio molhado, com cheiro de chuva e tomado de granizo. As bolinhas de gelo cortavam o ar indo parar nas costas, na cabeça ou nas pernas dos colegas. E nada disso me importava porque eu estava diante de ti, sentindo o calor, a tua energia que me rodeava feito um escudo e que não permitiu que nenhuma daquelas pedras acertassem minha cuca.
Mas nada, nada marcou mais minha lembrança que teus olhos negros pousados nos meus. Aquele olhar profundo, doce, impetuoso e um pouco triste me fazia sentir um sufocamento. A impressão que eu tinha era que capaz de sentir tudo aquilo que te entristecia e angustiava. Eu bem queria poder causar em ti toda a euforia e o amor que causavas em mim. Queria que te sentisses protegido sob o meu olhar, que tu pudesses te ver, te enxergar como eu te enxergava. E aquele momento que pra mim pareceu loooooongo, chegou ao fim com a sirene de entrada pra aula. Teu nariz já havia roçado levemente o meu, pude sentir teu hálito e quase tocar tua boca. Então nos afastamos! Não, não nos beijamos!
Mal sabíamos que nosso próximo encontro só aconteceria mais de 20 anos depois. Mal sabia eu que sentiria tudo de novo ao me deparar com teu olhar que ao mesmo tempo que me ampara me desafia. é como se teus olhos me dissessem: pula.
Ind'agora se eu fechar meus olhos sinto tuas mãos nos meus ombros segurando-me firme como se eu fosse fugir. Na verdade... havia em mim um misto muito estranho que hora me fazia querer sair correndo e hora me fazia querer nunca mais sair dali. Minhas pernas ficaram bambas por um segundo. Sentia minhas bochechas queimando e a boca seca. A voz não saia, como se algo pastoso as retivesse na garganta. As sensações eram, ao mesmo tempo de extâse e horror. Queria ficar ali sobre a proteção do teu olhar, sentindo o calor das tuas mãos. E tinha também o medo de ter entendido tudo errado.
Tua voz soa, reverbera em meus ouvidos! E é tanta informação, tanta lembrança que me vem ao me ver naquele dia, que chego a agradecer por não sentir o cheiro daquele pátio, do bar do colégio, o perfume do teu corpo! Mas... ainda que a fotografia não tenha cheiro sou capaz de me reportar pr'aquele pátio molhado, com cheiro de chuva e tomado de granizo. As bolinhas de gelo cortavam o ar indo parar nas costas, na cabeça ou nas pernas dos colegas. E nada disso me importava porque eu estava diante de ti, sentindo o calor, a tua energia que me rodeava feito um escudo e que não permitiu que nenhuma daquelas pedras acertassem minha cuca.
Mas nada, nada marcou mais minha lembrança que teus olhos negros pousados nos meus. Aquele olhar profundo, doce, impetuoso e um pouco triste me fazia sentir um sufocamento. A impressão que eu tinha era que capaz de sentir tudo aquilo que te entristecia e angustiava. Eu bem queria poder causar em ti toda a euforia e o amor que causavas em mim. Queria que te sentisses protegido sob o meu olhar, que tu pudesses te ver, te enxergar como eu te enxergava. E aquele momento que pra mim pareceu loooooongo, chegou ao fim com a sirene de entrada pra aula. Teu nariz já havia roçado levemente o meu, pude sentir teu hálito e quase tocar tua boca. Então nos afastamos! Não, não nos beijamos!
Mal sabíamos que nosso próximo encontro só aconteceria mais de 20 anos depois. Mal sabia eu que sentiria tudo de novo ao me deparar com teu olhar que ao mesmo tempo que me ampara me desafia. é como se teus olhos me dissessem: pula.
terça-feira, 6 de março de 2012
Aquele dia em que não há palavras pra descrever os sentimentos
Tem dias que as palavras por mais belas e bem colocadas que sejam não conseguem expressar o nosso sentimento. Podemos dizer que é um aperto no peito, uma vontade de chorar, ou uma euforia, borboletas no estômago, seja uma sensação boa ou uma tristezinha escondida, não há palavras que exprimam os sentimentos que levamos dentro.
Hoje meu dia foi assim! Um inexplicável mix de sensações, dentro e fora do meu peito. A cabeça tentando manter o controle e o coração dizendo que ele é quem sabia, realmente, o melhor caminho a seguir. O lado racional diz que é porque a vida me cobra ser adulta, mas lá no fundo, apesar das responsabilidades e da idade, ainda sou criança.
É tão estranho, porque quando eu era criança e me imaginava nos anos dois mil, chegava a pensar que seria uma velha! Seria uma mulher cheia de responsabilidades, com casa, trabalho, filhos... talvez tivesse que fazer como minha mãe fazia para minha avó e ir toda semana na casa dela para ajudar a cuidar da casa. Minhas primas teriam filhos (e têm!), eu teria muitos sobrinhos e os aniversários de família seriam ainda mais animados e com mais gente falando alto e gargalhando.
Mas de toda a minha família eu sou a única da minha geração que não tem filhos. Também nunca fui casada, nem noiva e ainda não moro sozinha. E acreditem, em pleno século 20 uma mulher não ter tido se quer um noivo, causa questionamentos! Tirando a corriqueira pergunta "e o namorado?" que irrita e chateia as pessoas que ainda não encontraram o seu amor, algumas perguntas relacionadas a questão afetiva vão da vontade de ser desaforada a reação mais chocante pra quem pergunta, uma gargalhada espalhafatosa e descontrolada.
Porque estou escrevendo sobre isto? Porque por algum tempo na nossa vida questões sobre o amor, sobre o que faremos no futuro inquietam a nossa mente. Ficamos tristes só em pensar que talvez a gente não realize aqueles sonhos. Mas a vida vai acontecendo, o tempo vai passando e vamos vivendo, vamos fazendo escolhas e tomando decisões conforme as coisas se apresentam na nossa frente. E quando percebemos estamos tomando decisões de adultos, mesmo sem achar que somos.
Eu não sou nem 25% da adulta que minha mãe era com a minha idade, ou meu pai. Não fiz nada do que acreditava que faria. Não casei, não tive filhos, não sou professora. Escolhi ser jornalista por uma comparação que a professora de português fez da ironia que usei num texto com a ironia usada por Machado de Assis. Trabalhei pouco na área, fui morar noutra cidade longe da família mas percebi que não sirvo pra isto.
Porque, o que eu não contava, na minha ingenuidade de criança, é que bebês nasceriam, só que os mais velhos partiriam. Essa saudade dos que se foram dá um nó na garganta, um peso no peito, que não há explicação. E, ainda que a lágrima não role pelo rosto, ela está la pronta para saltar a qualquer momento.
Hoje, quando senti este aperto, e analisando tudo que tem acontecido comigo e com algumas pessoas que eu amo ultimamente foi impossível não sentir esta falta de palavras. Não tinha como explicar o tsunami de emoções no meu peito! Não tenho conseguido abafar o descompasso do coração! Até porque eu queria fazer mais, talvez até me preocupar mais! Foi então, que a saudade transformou meu dia, num dia daqueles em que não há palavras para descrever os sentimentos e as lágrimas jorram, sem explicação.
Hoje foi um dia de saudade! De saudade de um tempo que já passou, de gentes que se foram, de sensações que só tenho na lembrança. Foi aquele dia em que não sabemos explicar em palavras o que sentimos e a única forma de expressão é a lágrima! =´[
Caro amigo, não é preciso dizer nada! Porque neste dia o que mais preciso é de um sorriso e um abraço!
Hoje meu dia foi assim! Um inexplicável mix de sensações, dentro e fora do meu peito. A cabeça tentando manter o controle e o coração dizendo que ele é quem sabia, realmente, o melhor caminho a seguir. O lado racional diz que é porque a vida me cobra ser adulta, mas lá no fundo, apesar das responsabilidades e da idade, ainda sou criança.
É tão estranho, porque quando eu era criança e me imaginava nos anos dois mil, chegava a pensar que seria uma velha! Seria uma mulher cheia de responsabilidades, com casa, trabalho, filhos... talvez tivesse que fazer como minha mãe fazia para minha avó e ir toda semana na casa dela para ajudar a cuidar da casa. Minhas primas teriam filhos (e têm!), eu teria muitos sobrinhos e os aniversários de família seriam ainda mais animados e com mais gente falando alto e gargalhando.
Mas de toda a minha família eu sou a única da minha geração que não tem filhos. Também nunca fui casada, nem noiva e ainda não moro sozinha. E acreditem, em pleno século 20 uma mulher não ter tido se quer um noivo, causa questionamentos! Tirando a corriqueira pergunta "e o namorado?" que irrita e chateia as pessoas que ainda não encontraram o seu amor, algumas perguntas relacionadas a questão afetiva vão da vontade de ser desaforada a reação mais chocante pra quem pergunta, uma gargalhada espalhafatosa e descontrolada.
Porque estou escrevendo sobre isto? Porque por algum tempo na nossa vida questões sobre o amor, sobre o que faremos no futuro inquietam a nossa mente. Ficamos tristes só em pensar que talvez a gente não realize aqueles sonhos. Mas a vida vai acontecendo, o tempo vai passando e vamos vivendo, vamos fazendo escolhas e tomando decisões conforme as coisas se apresentam na nossa frente. E quando percebemos estamos tomando decisões de adultos, mesmo sem achar que somos.
Eu não sou nem 25% da adulta que minha mãe era com a minha idade, ou meu pai. Não fiz nada do que acreditava que faria. Não casei, não tive filhos, não sou professora. Escolhi ser jornalista por uma comparação que a professora de português fez da ironia que usei num texto com a ironia usada por Machado de Assis. Trabalhei pouco na área, fui morar noutra cidade longe da família mas percebi que não sirvo pra isto.
Porque, o que eu não contava, na minha ingenuidade de criança, é que bebês nasceriam, só que os mais velhos partiriam. Essa saudade dos que se foram dá um nó na garganta, um peso no peito, que não há explicação. E, ainda que a lágrima não role pelo rosto, ela está la pronta para saltar a qualquer momento.
Hoje, quando senti este aperto, e analisando tudo que tem acontecido comigo e com algumas pessoas que eu amo ultimamente foi impossível não sentir esta falta de palavras. Não tinha como explicar o tsunami de emoções no meu peito! Não tenho conseguido abafar o descompasso do coração! Até porque eu queria fazer mais, talvez até me preocupar mais! Foi então, que a saudade transformou meu dia, num dia daqueles em que não há palavras para descrever os sentimentos e as lágrimas jorram, sem explicação.
Hoje foi um dia de saudade! De saudade de um tempo que já passou, de gentes que se foram, de sensações que só tenho na lembrança. Foi aquele dia em que não sabemos explicar em palavras o que sentimos e a única forma de expressão é a lágrima! =´[
Caro amigo, não é preciso dizer nada! Porque neste dia o que mais preciso é de um sorriso e um abraço!
sexta-feira, 2 de março de 2012
Apenas uma lágrima!
É difícil viver um período de luto!
Hoje, antes do almoço conversava com minha mãe e lembrei do dia em que minha bisavó faleceu. Lembro da sensação que tive no momento em que escutei meu pai dizer a frase e a sensação avassaladora que me invadiu. Pensei na minha mãe, na minha vó. Pensei no desejo que minha bisavó tinha de morrer depois da sua filha Edite! Lembrei que o pedido atendido.
Minha mãe disse que a vó Mila se foi assim como uma vela que apaga. Ela deu um bocejo e foi-se. Sem dor, sem sofrimento! E lembrando disso nós duas não conseguimos conter as lágrimas de saudade!
A mãe disse que foi muito difícil aceitar a perda da vó Mila. Que ela não entendia como tudo podia continuar igual se ela não estava mais aqui. Como o sol ainda brilhava, como tudo corria normal?
Minha bisa era uma pessoa muito especial! Sua maneira de ser, seu carinho e o exemplo me dão grande orgulho. Lembro dela com uma nitidez muito grande. Todos os dias íamos na casa da vó Mália e quando dobrávamos a esquina podíamos ver a vó Mila encostada ao muro na frente da casa. E durante muito tempo depois de ela ter ido a visão dela apoiando o rosto na mão escorada no muro antecedia a visão do muro branco vazio, solitário...
Mas o luto é importante dizem os psicólogos e eu concordo. Precisamos deste tempo para lembrar e chorar por aquelas pessoas (ou situações) que sempre estarão em nossos corações. Dedicamos nossas lágrimas, algumas orações e pensamentos a estes entes que partiram, ou simplesmente nos despedimos da situação que, mesmo não tendo sido positiva, por exemplo, representa um aprendizado, um crescimento. Nunca estamos preparados para encarar o luto. Nascemos sabendo que um dia iremos embora, deixaremos pessoas queridas e outras nos deixarão, mas nunca estamos preparados. Sempre acharemos que foi cedo demais!
Embora o título deste texto seja "apenas uma lágrima" não sou capaz de cumprir a sentença. Jamais consegui controlar as glândulas lacrimais e quando a emoção bate as lágrimas vem em enxurrada banhando meu rosto. No único auto retrato que fiz na vida, sem talento nenhum, estou chorando! Hoje, agora pouco, a noite, estava com o peito apertado (e não era o sutiã!). Cheguei a pensar... vou derramar apenas uma lágrima, vou deixá-la rolar pela face e saltar da ponta do queixo no meu peito diluindo todo este furacão de sentimentos,assim como uma chuva mansa que ajuda a germinar novas sementes. Quisera tivesse conseguido deixar rolar apenas uma lágrima! Quisera eu que uma única lágrima caísse e tudo se acalmasse!
Eu quis...
Hoje, antes do almoço conversava com minha mãe e lembrei do dia em que minha bisavó faleceu. Lembro da sensação que tive no momento em que escutei meu pai dizer a frase e a sensação avassaladora que me invadiu. Pensei na minha mãe, na minha vó. Pensei no desejo que minha bisavó tinha de morrer depois da sua filha Edite! Lembrei que o pedido atendido.
Minha mãe disse que a vó Mila se foi assim como uma vela que apaga. Ela deu um bocejo e foi-se. Sem dor, sem sofrimento! E lembrando disso nós duas não conseguimos conter as lágrimas de saudade!
A mãe disse que foi muito difícil aceitar a perda da vó Mila. Que ela não entendia como tudo podia continuar igual se ela não estava mais aqui. Como o sol ainda brilhava, como tudo corria normal?
Minha bisa era uma pessoa muito especial! Sua maneira de ser, seu carinho e o exemplo me dão grande orgulho. Lembro dela com uma nitidez muito grande. Todos os dias íamos na casa da vó Mália e quando dobrávamos a esquina podíamos ver a vó Mila encostada ao muro na frente da casa. E durante muito tempo depois de ela ter ido a visão dela apoiando o rosto na mão escorada no muro antecedia a visão do muro branco vazio, solitário...
Mas o luto é importante dizem os psicólogos e eu concordo. Precisamos deste tempo para lembrar e chorar por aquelas pessoas (ou situações) que sempre estarão em nossos corações. Dedicamos nossas lágrimas, algumas orações e pensamentos a estes entes que partiram, ou simplesmente nos despedimos da situação que, mesmo não tendo sido positiva, por exemplo, representa um aprendizado, um crescimento. Nunca estamos preparados para encarar o luto. Nascemos sabendo que um dia iremos embora, deixaremos pessoas queridas e outras nos deixarão, mas nunca estamos preparados. Sempre acharemos que foi cedo demais!
Embora o título deste texto seja "apenas uma lágrima" não sou capaz de cumprir a sentença. Jamais consegui controlar as glândulas lacrimais e quando a emoção bate as lágrimas vem em enxurrada banhando meu rosto. No único auto retrato que fiz na vida, sem talento nenhum, estou chorando! Hoje, agora pouco, a noite, estava com o peito apertado (e não era o sutiã!). Cheguei a pensar... vou derramar apenas uma lágrima, vou deixá-la rolar pela face e saltar da ponta do queixo no meu peito diluindo todo este furacão de sentimentos,assim como uma chuva mansa que ajuda a germinar novas sementes. Quisera tivesse conseguido deixar rolar apenas uma lágrima! Quisera eu que uma única lágrima caísse e tudo se acalmasse!
Eu quis...
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