quarta-feira, 14 de março de 2012

Vai por aí a procurar enquanto nós iremos procurar rir pra não chorar

Como eu gostaria de olhar nos teus olhos e dizer que não te amo, que pouco me importa que vivas ou morra, que deixes de existir. Mas é impossível, teu egoísmo, negação tornam a minha compreensão da tua dor muito difícil. Não há como reagir da forma mais brusca, porque existem pessoas muito importantes e a quem amo demais que sofrem com tua indiferença a dor delas.
Se fosse um caso de amor, seria como a Quadrilha do Drummond, mas não é. É um caso de amor de mãe e filho, é um caso de vida e de morte, é um caso no qual as nossas escolhas de nada valem. As pessoas me pedem pra te dar amor, pra ser carinhosa, ter paciência, controlar o impulso passional ou o racional, mas quando vejo a dor nos olhos das outras pessoas, a quem eu também amo e não quero que sofram é quase impossível controlar. Algumas vezes, como agora, meus pensamentos se acotovelam brigando entre si para mostrar a melhor forma de falar, o tom mais adequado a usar, mas não tem controle quando te vejo morrendo dia-a-dia. Quando eu vejo que tu negas, quando tu renegas todos que te amam para conviver e ficar ao lado de gente que te desconhece. Como é possível?

Acho que tô fazendo tudo errado. Acho que sou uma pessoa péssima! Compreendo a rebeldia da juventude, considero-me jovem. Não que isto justifique meus erros, creio que contigo não tenho o direito de errar, não poderia errar. Mas há momentos que minha vontade é dizer tantas coisas, dolorosas e duras pra ver  se neste ato desesperado tu acordas deste maldito transe fanático. Só que isto seria apenas desgaste, mágoa e lágrimas pra todos e tua cegueira ganharia mais poder, enquanto eu, seria tratada como uma louca que duvida de Deus.

Aí que angústia desesperada! É tanta coisa ao mesmo tempo! Mas bem dizem que a indiferença é a maior dor! Confesso que tem momentos em que eu tenho vontade de partir pra violência! Mas de nada adianta, nada mudaria!
Sei que este é um momento muito difícil,  que tu sofres demais com tudo que está acontecendo, mas tu não estás sozinho. Nós não somos teus inimigos, apenas não acreditamos no mesmo tipo de religião que tu. Ai que agonia absurda é te ver olhando pra nós com cara de incredulidade quando falamos sobre nossa preocupação contigo. Como podes se tão indiferente a dor da tua mãe?
Eu não consigo pensar em nada diferente disso! Eu não consigo compreender tua reação, tuas atitudes. E não compreendendo, me dá vontade de dizer-te: _ vai, vai por aí a procurar teu caminho. Suma das nossas vistas! Tua escolha e nos deixar alheios a tua vida? Então vai. Vai e nós ficaremos aqui, vamos procurar rir pra não chorar.

Mas eu sei muito bem que não te ver não quer dizer não se preocupar. Todos seguiriam tão preocupados quanto agora, se não mais. Creio que nossos sentimentos não te importam, que nossa dor e sofrimento seja considerados por ti como uma afranta a tudo em que acreditas. Ages como se nós torcêssemos para que tudo em que crês dê errado. E não é nada disso. Apenas não professamos a mesma fé, não frequentamos o mesmo templo, mas somos a mesma carne e o mesmo sangue. Somos tua família  e queremos a mesma coisa, com a diferença de que, nós pensamos que é preciso tratar, agir conforme os médicos orientam, enquanto que tu tem fé de que nada disso é necessário.
Não quero que penses que não te amo. Só quero que entendas que estás fazendo outras pessoas, a quem amo tanto quanto a ti, sofrerem e eu não acho isto justo! E não posso ficar calada.

PS.: Este é um desabafo real, por isto não reli, perdoem se houver erro.

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