Tem dias que as palavras por mais belas e bem colocadas que sejam não conseguem expressar o nosso sentimento. Podemos dizer que é um aperto no peito, uma vontade de chorar, ou uma euforia, borboletas no estômago, seja uma sensação boa ou uma tristezinha escondida, não há palavras que exprimam os sentimentos que levamos dentro.
Hoje meu dia foi assim! Um inexplicável mix de sensações, dentro e fora do meu peito. A cabeça tentando manter o controle e o coração dizendo que ele é quem sabia, realmente, o melhor caminho a seguir. O lado racional diz que é porque a vida me cobra ser adulta, mas lá no fundo, apesar das responsabilidades e da idade, ainda sou criança.
É tão estranho, porque quando eu era criança e me imaginava nos anos dois mil, chegava a pensar que seria uma velha! Seria uma mulher cheia de responsabilidades, com casa, trabalho, filhos... talvez tivesse que fazer como minha mãe fazia para minha avó e ir toda semana na casa dela para ajudar a cuidar da casa. Minhas primas teriam filhos (e têm!), eu teria muitos sobrinhos e os aniversários de família seriam ainda mais animados e com mais gente falando alto e gargalhando.
Mas de toda a minha família eu sou a única da minha geração que não tem filhos. Também nunca fui casada, nem noiva e ainda não moro sozinha. E acreditem, em pleno século 20 uma mulher não ter tido se quer um noivo, causa questionamentos! Tirando a corriqueira pergunta "e o namorado?" que irrita e chateia as pessoas que ainda não encontraram o seu amor, algumas perguntas relacionadas a questão afetiva vão da vontade de ser desaforada a reação mais chocante pra quem pergunta, uma gargalhada espalhafatosa e descontrolada.
Porque estou escrevendo sobre isto? Porque por algum tempo na nossa vida questões sobre o amor, sobre o que faremos no futuro inquietam a nossa mente. Ficamos tristes só em pensar que talvez a gente não realize aqueles sonhos. Mas a vida vai acontecendo, o tempo vai passando e vamos vivendo, vamos fazendo escolhas e tomando decisões conforme as coisas se apresentam na nossa frente. E quando percebemos estamos tomando decisões de adultos, mesmo sem achar que somos.
Eu não sou nem 25% da adulta que minha mãe era com a minha idade, ou meu pai. Não fiz nada do que acreditava que faria. Não casei, não tive filhos, não sou professora. Escolhi ser jornalista por uma comparação que a professora de português fez da ironia que usei num texto com a ironia usada por Machado de Assis. Trabalhei pouco na área, fui morar noutra cidade longe da família mas percebi que não sirvo pra isto.
Porque, o que eu não contava, na minha ingenuidade de criança, é que bebês nasceriam, só que os mais velhos partiriam. Essa saudade dos que se foram dá um nó na garganta, um peso no peito, que não há explicação. E, ainda que a lágrima não role pelo rosto, ela está la pronta para saltar a qualquer momento.
Hoje, quando senti este aperto, e analisando tudo que tem acontecido comigo e com algumas pessoas que eu amo ultimamente foi impossível não sentir esta falta de palavras. Não tinha como explicar o tsunami de emoções no meu peito! Não tenho conseguido abafar o descompasso do coração! Até porque eu queria fazer mais, talvez até me preocupar mais! Foi então, que a saudade transformou meu dia, num dia daqueles em que não há palavras para descrever os sentimentos e as lágrimas jorram, sem explicação.
Hoje foi um dia de saudade! De saudade de um tempo que já passou, de gentes que se foram, de sensações que só tenho na lembrança. Foi a
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