sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

"Faz o que tu queres pois é tudo da lei"

Não gosto de realit shows, com exceção do programa ídolos que assisti quase todas as apresentações, no geral não gosto de assistir nem as propagandas. No caso do famoso BBB, não assisti nenhuma das edições, e me orgulho muito disso. E no final destes jogos só dá pra reafirmar aquilo que metade de nós já sabemos e admitimos a humanidade está em desequilíbrio, principalmente emocional e mental. Observe o que os participantes dessa tal casa costumam fazer, bebem em excesso, batem boca, fazem sexo em baixo de edredons com as cameras ali e depois choram pelo que fizeram, dizem que foi sem pensar. Desequilíbrio total!
E também tem aquele em que as mães vão morar cinco dias na casa de outra família e após este tempo recebem um prêmio de R$ 25 mil. Confesso que assisti vários destes. O último que vi foi por curiosidade e interesse na vida e na ideologia hippie. No episódio a esposa de um delegado de polícia, mãe de seis filhos trocou de casa com uma mãe hippie, que estava grávida do sexto filho. Acho que as mães se sairam muito bem. Fiquei chocada foi com o marido da hippie que se comportou como o dono da verdade, dando a impressão de que aquela história de é proibido proibir não é tão verdadeira assim. O delegado de polícia, senhor Kazú respeitou a opção de vida de Desirée, confessou que imaginava os hippies pessoas dadas ao sexo e drogas e completou que teve esta imagem completamente deletada. Já o Alceu, o senhor hippie, morador da aldeia de Arembepe demonstrou exatamente o que o estereótipo apresenta, pessoas que não se banham e cheiram mal, que não tem compromissos e que usam drogas adoidados.
Ok, ele estava no mundo dele e a Auriene bem que tentou se adaptar, cuidou das crianças da casa e fez um esforço enorme, sendo meio perua, para dormir tranquila e viver na paz e no amor. Mas o Alceu se mostrou bem preconceituoso para quem prega a liberdade e o proibido proibir. Tanto ele quanto outros homens da aldeia acharam a Auriene "pati" e deixaram bem claro que não concordavam com o jeito dela. Agora, se é proibido proibir, se cada um deve fazer o que quiser, porque a mulher não podia andar de salto alto na areia e se maquiar o quanto quisesse? A ideologia não é a liberdade? Ele quis defender o estilo de vida dele e passou dando lições de moral na Auriene, como se ele fosse o dono da verdade. Em nenhum momento ela quis mudar o modo de vida dele ou da família dele, ao contrário fez as coisas como eles faziam, com um toque dela. Enquanto ele dizia que não dava bola pra dinheiro, levou toda a comunidade e os filhos para almoçar num lugar e quem acabou pagando a conta foi a Auriene. Assim é fácil não querer dinheiro, desde que tenha alguém que banque.
Na verdade eu já achei estranho ser hippie e participar de um programa assim, onde o grande fundo é o prêmio em dinheiro. Ele não quis ajudar a mulher que estava chegando e fez exatamente o que ele condena nos outros pré-julgou Auriene.
Eu não mudei minha imagem dos hippies, é um movimento que praticamente não existe mais, mas gosto da ideologia, da paz, do amor, da liberdade. Mas como em todos os lugares e situações sempre tem alguém que é exceção.

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