quarta-feira, 4 de julho de 2012

A mulher de branco - Histórias de Fantasmas

A temida mulher de branco é uma personagem comum entre os contos de assombração pelo mundo todo. Ouvi várias histórias diferentes de mulheres assombrações. Algumas que surgiam nas estradas pedindo carona aos caminhoneiros e despediam-se na frente do cemitério.
Uma das histórias mais famosas conta que numa cidade havia uma moça muito bonita que ia nos bailes e dançava a noite toda com os rapazes. No final da noite o rapaz se oferecia pra levá-la em casa, colocava gentilmente seu casaco sobre os ombros da frágil donzela, que se despedia dele no portão da casa. Outras vezes era no portão do cemitério.
O moço muito cavalheiro deixava com ela o casaco, com o intuito "desinteressado" de reencontrar a dama encantadora. Geralmente no dia seguinte ele voltava a casa da moça com a desculpa de resgatar o casaco. Mas a surpresa algumas vezes era aterradora, a dona da casa dizia logo de saída que não havia jovem alguma vivendo ali. Vai então que ele via o retrato ou com a descrição a mulher dava-se conta de que a jovem em questão se tratava da filha falecida.
Mas uma das histórias da mulher de branco que mais escutei na vida foi a da minha tia Rosa e do meu avô. A família da minha mãe, como já contei em outras historinhas por aqui, era muito pobre. Eles vieram da colônia para a cidade morar num lugar que chamavam de "vila preta", aonde hoje se localiza a avenida República do Líbano, a Cohab dois, por ali...
Depois ofereceram pro meu vô uma casa no mato, pra cuidar do mato (aonde atualmente é o bairro Dunas). Nesta época meu avô já tinha ido lutar na Itália, do lado dos aliados contra os nazistas na segunda Guerra Mundial. Sim, ele foi pracinha e namorou umas italianinhas por lá, claro! Por causa de uns estilhaços e catarata ele acabou perdendo a visão de um olho. Conforme ele contava, o doutor meteu o dedo no olho dele arrancou e deu pro gato comer. Como podem ver, meu vôzinho era, também, um contador de histórias.  E neste mato foi preciso reformar toda a casa, que parecia aquela da música, não tinha porta e nem janelas.
Bem, mas a história é de fantasma, ou melhor, da mulher de branco! Mas contei tudo isto pra vocês se localizarem, geograficamente, na história. Meu avô e minha tia Rosa, na época criança pela volta dos oito anos, acho, foram buscar lenha. A noite era de lua clara que, naqueles tempos em que não havia iluminação pública, clareava como o dia com sua luz prata. A tia Rosa conta que meu vô vinha com uma mão no ombro dela e com a outra segurava o saco de lenhas sobre a cabeça, quando de longe avistaram uma mulher vindo em sua direção, quando atravessavam o campo, próximo da caixa d'água. Ele chamou atenção da tia dizendo:
_ Lá vem a chininha, deve ter achado que demoramos demais!
Meu vô chamava a minha vó por este apelido. Seguiram caminhando, então minha tia disse que a mulher não pisava no chão, mas voava, flutuava no ar. Passou por eles falando coisas incompreensíves e tocou no ombro da tia Rosa.
Com medo ela disse:
_ Papai a mulher me tocou!
Deixa a mulher, deixa que ela vá.
Acho que meu vô conhecia a mulher de branco. Sério, a vó disse que ele contava que foi tomar água uma vez numa sanga, na colônia e quando ele encheu as mãos pra levar a boca surgiu uma mulher pedindo um gole, quando ele colocou água no quepe e ergueu o rosto pra lhe alcançar ela já havia sumido.

Todos os relatos sobre a mulher de branco narram uma moça muito bela que moreu jovem, algumas vezes por amor, outras em acidentes trágicos e noutras ainda... assassinadas por algum namorado ou amante ciumento. Algumas destas histórias fizeram parte da série histórias extraordinárias e fazem parte do imaginário, dos mitos e lendas de todas as cidades.

2 comentários:

Unknown disse...

Adoro estas histórias!! adoro saber que não as deixas perdidas!! através delas volto no tempo são singelas mas lindas, são parte da minha vida obrigada filha te amo!

Léli disse...

Eu é que agradeço mãe por me contares todas estas histórias! São parte da minha vida também! Te amo!