Eu já contei aqui que tem coisas que só acontecem comigo, tipo caras me seguirem na rua e depois eu descobrir que somos colegas, pessoas ligarem por engano e ficar batendo papo, coisas assim. Pois então, ontem foi o dia de coisas que só acontecem comigo acontecerem. Na verdade, a coisa começou na noite anterior quando alguém por quem tenho muito carinho ligou, depois de muito tempo e quis me encontrar, mas esta é outra história. Enfim, a coisa começou no sábado. No domingo, fiz um bolo de laranja e cenoura e me preparei para ir até a casa da minha amiga Angeli, onde aconteceria o seu chá de cegonha, ou, como é conhecido em outros lugares, chá de fralda ou de bebê. Primeiro liguei para outras amigas para saber se elas iriam e pegar referências de como chegar lá, já que só tinha ido uma vez. Saí bem lépida e fagueira num dia realmente bonito de sol para pegar o ônibus e chegar lá. No caminho sou abordada por um rapaz. Digo logo de cara que a cantada foi muito ruim, do tipo:
_Oi, desculpa te atacar assim na rua, mas teu nome não é Tatiana?
Ao que respondi com um sorriso que dizia, esta é velha: _ Não, meu nome não é Tatiana.
_Não, como é teu nome?
_Danieli.
_Tu não foi numa festa...
Neste momento me deu vontade de deixar o cara falando sozinho e ir embora sem olhar pra trás.
_Olha amigo, eu já fui a muitas festas e posso te garantir, nós não nos conhecemos de nenhuma. A gente se vê na rua, porque tu costumas passar por aqui.
_Mas tu podia me dar teu telefone, daí nós podíamos nos conhecer.
A esta altura, eu já estava com cara de "aí, meu Deus do céu!!!". Então resolvi dar o telefone e seguir meu caminho, que era longo até a casa da Angeli e dependia de um ônibus, que eu não fazia ideia de que horário e com que frequência costuma passar aos domingos. É neste momento que o vivente, não se dando por satisfeito de ter o número do telefone, resolve me atrasar mais um pouco e ir comigo até um pedaço do caminho. Com perguntas insistentes de onde eu morava, o que fazia e se era casada ou viúva ou desquitada. Eu sempre respondi, tentei, com cordialidade que não gostava de falar de coisas da minha vida para desconhecidos. No entanto, eu não contava que ele fosse tão insistente. Daí revelou que não havia me confundido, mas que me achava bonita e quis falar comigo. Agradeci o elogio e disse que realmente tinha que ir embora, que tinha um compromisso e estava atrasada. "Oh! Deus!" Ele seguiu querendo que eu marcasse um encontro para a noite.
Com algum custo consegui me desvencilhar do cidadão e segui meu rumo. Esperei por uma hora o dito ônibus, pois além de me alugar, o cara me fez perder o "buzum". Quando estava desistindo de ir e caminhava para voltar para casa veio o coletivo. Já tinha andado um pedaço e precisei voltar rápido para não perder o ônibus. Fui até a casa da Angeli, o chá era na igrejinha, exatamente na parada onde eu tinha descido. Então eu fui até a casa da minha amiga e voltei duas quadras. Mas valeu a pena, estava com muita saudade dela e sua barriguinha de grávida esta linda.
Fiquei lá papeando com ela e outros amigos, até a noite. E quando estou pegando minha bolsa para ir pra casa o telefone toca. Adivinha quem era?
Pois é, o carinha insistindo em me encontrar. Daí expliquei que não dava, que não etava em casa. Então veio a gota d'água, ele perguntou de forma invasiva onde é que eu estava. Tive que ser um pouco grosseira e respondi que não era da conta dele. Cara! Como é que as pessoas podem ser assim? Tu conversa por cinco minutos e eles acham que sabem tudo de ti. Fiquei de cara com aquilo, me senti invadida.
E pra completar o cara me veio com uma cantada ruim. Não foi nem engraçada, sabe? O que é que deu nesta gente, nestes homens? E ele ainda tentou argumentar que eu estava achando que ele era guri, mas que tinha 29 anos. Pensei com meus botôes, 29 é... mas a cantada é ruim.
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