Este grafite, junto com o primeiro que postei com o marcador #ArteDeRua é dos que mais gosto. Acho o desenho de uma beleza indescritível. O traço, a expressão do personagem são magníficos. Os olhos são muito expressivos, é muito tocante! O verso do samba da Mangueira complementa o desenho sabiamente. E na minha opinião cala a boca de algumas pessoas que acreditam que o povo não tem consciência do que acontece no mundo, das injustiças.
O artista que pintou tão lindamente este mural sabia exatamente o que queria expressar, o que queria demonstrar com seu desenho. Quantas vezes não nos deparamos com olhares tristes como estes por aí e sequer pensamos naquela pessoa? Vai ver o grafiteiro pensou que num painel, em tamanho maior seria impossível não perceber aqueles olhos nos olhando. Mas muita gente se quer olha para o desenho, certamente. Talvez por isso, algum filósofo de rua resolveu acrescentar ao mural o verso do meu "Tio" Jamelão Bispo, samba enredo da Estação Primeira de Mangueira no ano de 1988. E eu penso que... se estar na rua, em tamanho maior, com aquela expressão e este verso há quem ignore o preconceito, a dor, a miséria e a pobreza, quem sabe aqui, na internet haja mais mobilização? Um mundo melhor começa por nós querermos nos tornar melhor e fazer nossa parte!
Samba Enredo 1988 - 100 Anos de Liberdade, Realidade
Ou Ilusão
O negro samba, o negro joga a capoeira
ele é o rei na verde-rosa da mangueira
Será...
Que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será...
Que a lei áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão
Hoje dentro da realidade
Onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu
Moço
Não se esqueça que o negro também construiu
As riquezas do nosso Brasil
Pergunte ao criador
Quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela
Sonhei...
Que zumbi dos palmares voltou
A tristeza do negro acabou
Foi uma nova redenção
Senhor...
eis a luta do bem contra o mal...contra o mal
que tanto sangue derramou
contra o preconceito racial
ele é o rei na verde-rosa da mangueira
Será...
Que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será...
Que a lei áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão
Hoje dentro da realidade
Onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu
Moço
Não se esqueça que o negro também construiu
As riquezas do nosso Brasil
Pergunte ao criador
Quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela
Sonhei...
Que zumbi dos palmares voltou
A tristeza do negro acabou
Foi uma nova redenção
Senhor...
eis a luta do bem contra o mal...contra o mal
que tanto sangue derramou
contra o preconceito racial
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