O final do ano é aquele período em que as pessoas correm para reformar as casa, limpar e consertar o que não deu durante todos os 300 dias anteriores. Daí fica aquela correria, todo mundo tem pressa para tudo, tipo o chapeleiro doido da história da Alice "tanto para fazer e tão pouco tempo".
Eu estou no meio desta correria, minhas ideias estão fervilhando, mas o tempo esta curto, é organização pra formatura, é natal, é ano novo. Muita coisa e o tempo escorrendo pelos dedos. Nos próximos dias estarei off, mas não se preocupem, a partir de 03 de janeiro as coisas se acalmam.
Desejo a todos os amigos um ótimo natal, cheio de muita paz, amor, saúde, luz, realizações e harmonia. Que 2010 tenha tudo isto e muito mais. Que todos recebam meu abraço apertado e um super beijo.
Contos de todo o tipo, historinhas da vida real, crônicas do cotidiano, contos, sonhos e desejos, todos mudando conforme as fases da lua.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
A poesia da minha infância
O menino azul
Cecília Meireles
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
— de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
Cecília Meireles
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
— de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Nossa vida também é feita de pequenas tristezas e grandes perdas
Dizem por aí que a única certeza desta vida é que vamos morrer. Alguns de nós está preparado para isto, vive intensamente sua vida, ama incondicionalmente, se diverte e aprecia cada pequena coisa que lhe acontece. Outros não estão porque não querem ver as pessoas que ama e que o amam sofrendo. Mas... como disse anteriormente... a única certeza é de que viemos para cá e um dia partiremos. Esta semana recebi a notícia do falecimento de duas pessoas que conhecia. O primeiro morto de modo muito trágico e que me angustiou demais e ontem meu professor de matemática financeira. Ambas foram notícias chocantes porque tanto um quanto o outro gozavam de ótima saúde.
O Flávio, amigo do meu irmão caçula cometeu suicídio. Quando eu soube senti uma angústia muito grande. Sou espírita e dentro da doutrina, tirar a própria vida é considerado um dos mais graves "pecados", ou melhor erro que podemos cometer, pois junto com ele, ao invés de sanar os problemas acabamos criando outros. Desde que soube não consegui desligar meu pensamento dos pais, dos amigos e do próprio Flávio. Não consegui dormir direito nas noites seguintes, principalmente porque não há uma explicação, ninguém sabe ao certo o que o levou a fazer o que fez.
E o Hugo... Ah! O Hugo com seu jeito engraçado, seu cabelo bagunçado, foi a pessoa que eu nem cogitei que teria morrido quando me falaram que nosso professor havia partido. Jamais poderia me vir a mente que ele, logo ele, tão cheio d vida teria ido embora.
Na volta para casa eu lembrei de quando perdi meu primo Miguel. Assim como o Hugo, o Miguel partiu jovem num acidente de moto. Na época do seu falecimento minha mãe e eu estávamos viajando com o pessoal da faculdade dela. Logo que chegamos a Salvador, cinco dias depois de partirmos de Pelotas, ela soube que ele não tinha resistido os ferimentos. Só que ela não me contou logo, segurou firme com ela a tristeza.
Quando voltamos, uma semana depois aconteceu algo que foi bem engraçado. Tínhamos uma sacola de calçados e ela estava solta no porta malas do ônibus em que viajávamos. A Cristina, uma amiga nossa bem estabanada, no momento de arrumar as coisas dela pegou a bolsa plástica com nossos sapatos e guardou dentro de uma mala gigante que ela carregava. Ao descer na rodoviária de Santa Maria procuramos pela sacola, reviramos o bagageiro do ônibus e nada. A Cristina junto nos ajudando a procurar.
Como não achamos ficamos ali, sentadas uma defronte a outra aguardando nosso ônibus. Neste momento, que tenho de forma nítida na minha cabeça como se houvesse ocorrido a meia hora atrás, eu disse: "gostava tanto daquele sapato..." E a minha mãe disse, como sempre sábia, "coisas muito mais importantes a gente perde na vida!". Eu sabia exatamente do que ela estava falando, era do Miguel. Comecei a chorar no mesmo instante.
Foi então que lembrei de um verso que minha mãe falava pra mim às vezes quando eu chorava por bobagens, "chorava porque não tinha sapatos, até o dia em que conheci um homem que não tinha pés". Sofrer por coisas pequenas não faz o menor sentido quando perdemos alguém de quem gostamos.
Na vida só existem duas certezas, a primeira já disse, é a morte e a segunda é que a única coisa capaz de fazer com que nossa história valeu a pena são as pessoas que amamos.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
As valetas no caminho
Aqui na minha cidade ainda existem muitos bairros que não possuem saneamento básico, o esgoto fica aberto, juntando toda a sorte de bichos e insetos. Na vila onde eu morava, no Jardim Europa, era assim. Aliás ainda é. Só não tinha valeta na frente das casas de quem comprava os tubos e fechava. Meu pai fechou a que ficava na frente da nossa casa, minha tia que morava do lado também, o Zé Arnaldo, filho da vó Didi também e o seu Alceu, vizinho do outro lado da minha casa também. Mas em todo o resto da rua as valetas eram abertas.
Eu nunca tive muito jeito para pular as ditas valetas. Nunquinha! Uma vez eu estava com umas amigas e minha prima brincando de pegar, para fugir todas as gurias pularam a vala e eu... bem, eu vinha correndo rápido e tinha em mente pular a valeta também, mas quando chegou perto desisti, só que aí já era tarde. Escorreguei como em câmera lenta para dentro da valeta, finquei os pés no lodo e quase perco o chinelo de dedos. Foi muito engraçado! Tanto que sentei na beira da valeta e fiquei rindo, não conseguia sair de dentro daquela água imunda.
Mas a vez mais engraçada e triste de todas foi uma vez que fui para a casa do meu tio Toninho. Quase que eu apanhei daquela vez. Porque é que eu não aprendia que não consiguia pular valeta? Então, estava lá na casa do tio e a Fabiana, minha prima, me convidou para ir chamar a prima dela, que era ali perto. Fui, com a permissão da mãe. Fomos lá na Elisangela e depois voltamos. Foi aí que apareceu uma valeta no caminho. A Fabiana pulou bem bela e eu... bem... eu dei um belo de um mergulho naquela água podre. Caí inteirinha, dos pés a cabeça. Ficou tudo um nojo, roupa, cabelo. Tudinho. Cheguei chorando na casa do tio, é claro!, já imaginando qual seria a reação da minha mãe que não tinha levado outra roupa pra mim.
Lembro que ela queria me dar umas palmadas por conta do mergulho incoveniente, mas a tia Tereza me pegou pelo braço e me enfiou num tanque de lavar roupa. A água fria foi tirando o lodo que tinha por todo o lado e eu chorava dizendo que não tinha conseguido pular a valeta. Não tive pernas para chegar ao outro lado. Que dia! Nunca esqueci disso, porque desta vez não foi tão engraçado. Mas enfim, faz parte da minha história. É claro que depois disso eu acabei caindo outras vezes nas valetas no caminho, só que esta foi a única vez que caí de cabeça. Sem querer, mas de cabeça.
Eu nunca tive muito jeito para pular as ditas valetas. Nunquinha! Uma vez eu estava com umas amigas e minha prima brincando de pegar, para fugir todas as gurias pularam a vala e eu... bem, eu vinha correndo rápido e tinha em mente pular a valeta também, mas quando chegou perto desisti, só que aí já era tarde. Escorreguei como em câmera lenta para dentro da valeta, finquei os pés no lodo e quase perco o chinelo de dedos. Foi muito engraçado! Tanto que sentei na beira da valeta e fiquei rindo, não conseguia sair de dentro daquela água imunda.
Mas a vez mais engraçada e triste de todas foi uma vez que fui para a casa do meu tio Toninho. Quase que eu apanhei daquela vez. Porque é que eu não aprendia que não consiguia pular valeta? Então, estava lá na casa do tio e a Fabiana, minha prima, me convidou para ir chamar a prima dela, que era ali perto. Fui, com a permissão da mãe. Fomos lá na Elisangela e depois voltamos. Foi aí que apareceu uma valeta no caminho. A Fabiana pulou bem bela e eu... bem... eu dei um belo de um mergulho naquela água podre. Caí inteirinha, dos pés a cabeça. Ficou tudo um nojo, roupa, cabelo. Tudinho. Cheguei chorando na casa do tio, é claro!, já imaginando qual seria a reação da minha mãe que não tinha levado outra roupa pra mim.
Lembro que ela queria me dar umas palmadas por conta do mergulho incoveniente, mas a tia Tereza me pegou pelo braço e me enfiou num tanque de lavar roupa. A água fria foi tirando o lodo que tinha por todo o lado e eu chorava dizendo que não tinha conseguido pular a valeta. Não tive pernas para chegar ao outro lado. Que dia! Nunca esqueci disso, porque desta vez não foi tão engraçado. Mas enfim, faz parte da minha história. É claro que depois disso eu acabei caindo outras vezes nas valetas no caminho, só que esta foi a única vez que caí de cabeça. Sem querer, mas de cabeça.
Poesia de Machado de Assis
Hoje eu descobri que o Machado de Assis também escreveu poesias. Não fazia idéia, mas gostei das que li e, como gosto das histórias machadianas, fiquei fã da poesia também. Transcrevo abaixo uma das que encontrei aqui neste sítio.
"AS ROSAS
A Caetano Filgueiras
Rosas que desabrochais,
Como os primeiros amores,
Aos suaves resplendores
Matinais;
Em vão ostentais, em vão,
A vossa graça suprema;
De pouco vale; é o diadema
Da ilusão.
Em vão encheis de aroma o ar da tarde;
Em vão abris o seio úmido e fresco
Do sol nascente aos beijos amorosos;
Em vão ornais a fronte à meiga virgem;
Em vão, como penhor de puro afeto,
Como um elo das almas,
Passais do seio amante ao seio amante;
Lá bate a hora infausta
Em que é força morrer; as folhas lindas
Perdem o viço da manhã primeira,
As graças e o perfume.
Rosas, que sois então? — Restos perdidos,
Folhas mortas que o tempo esquece, e espalha
Brisa do inverno ou mão indiferente.
Tal é o vosso destino,
Ó filhas da natureza;
Em que vos pese à beleza,
Pereceis;
Mas, não... Se a mão de um poeta
Vos cultiva agora, ó rosas,
Mais vivas, mais jubilosas,
Floresceis."
"AS ROSAS
A Caetano Filgueiras
Rosas que desabrochais,
Como os primeiros amores,
Aos suaves resplendores
Matinais;
Em vão ostentais, em vão,
A vossa graça suprema;
De pouco vale; é o diadema
Da ilusão.
Em vão encheis de aroma o ar da tarde;
Em vão abris o seio úmido e fresco
Do sol nascente aos beijos amorosos;
Em vão ornais a fronte à meiga virgem;
Em vão, como penhor de puro afeto,
Como um elo das almas,
Passais do seio amante ao seio amante;
Lá bate a hora infausta
Em que é força morrer; as folhas lindas
Perdem o viço da manhã primeira,
As graças e o perfume.
Rosas, que sois então? — Restos perdidos,
Folhas mortas que o tempo esquece, e espalha
Brisa do inverno ou mão indiferente.
Tal é o vosso destino,
Ó filhas da natureza;
Em que vos pese à beleza,
Pereceis;
Mas, não... Se a mão de um poeta
Vos cultiva agora, ó rosas,
Mais vivas, mais jubilosas,
Floresceis."
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Flor do mato
Esta flor me lembra os tempos que passava na casa da vó Didi, lá fora, onde não tinha luz, nem água encanada, mas onde eu adorava estar. Tenho ótimas recordações. Lembro com nitidez impressionante as férias que passei lá, ficava as tardes debaixo de uma aroeira, deitada sobre um pelego de ovelha escutando um radinho de pilha. O rádio só pegava estações AM, mas pra mim tanto fazia. Que tempo bom!!!! Lembro também que estas férias foram interrompidas pela catapora. Fiquei tomada de feridinhas. Elas estavam por toda parte, na garganta, nas partes íntimas, na cabeça, enfim... por tudo!
A vó Didi ficou com medo que eu piorasse e ligou pra mãe, a notícia era que meu irmão também estava com catapora. Voltei para a cidade. Foi muito emocionante porque o Vilmar me levou até o lugar onde tínhamos de pegar o ônibus de volta a cavalo. Nunca vou me esquecer, lembro daquele passei como se tivesse acontecido ontem.
Quando cheguei em casa tomada de feridas fui ver como estava meu irmão e qual não foi minha surpresa, ele tinha meia dúzia (e olhe lá se chegava a isso) de feridinhas na barriga, não teve febre e nem nada. Minha mãe costuma dizer que ele era tão arteiro que nem as doenças o queriam. E isto acontecia sempre, eu pegava piolho e ele nada; eu peguei hepatite, cachumba e ele nem tchum! Mas uma coisa eu era mais que ele, velha. hahahaha Sim, sou mais velha e quando ele brigava na rua quem o defendia era eu. Até ele ficar maior que eu, claro! Hoje em dia ele é quem me defende e nós dividimos uma paixão arrasadora, a Larissa. Filha dele e minha sobrinha adorada. Estes são os laços que nos unem, mãe, pai, avós, doenças de criança, recordações da infância e uma guria linda.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Meu primeiro cigarro
Algumas lições na vida são doloridas. Mas fazem parte e fazem principalmente com que a gente se torne melhor. A minha mãe, como já disse, esta sempre certa, até mesmo quando ela está errada. Eu explico. Desde que eu me conheço por gente minha mãe é fumante. Costumo dizer que sou fumante passiva desde óvulo. E ao contrário dos meus irmãos, não me incomodo com a fumaça ou o cheiro do cigarro. Pelo contrário, quando estava morando fora de casa era o cheiro do cigarro em outras pessoas que me fazia sentir perto dela. Eu tinha um colega no jornal, o Tarso, que era fumante. Além de colegas de trabalho éramos também vizinhos, então no final da tarde ou a noite nos juntávamos para tomar chimarrão e eu sempre dizia pra ele: teu cheiro faz eu lembrar da minha mãe! E ele respondia: E este teu hoby faz eu lembrar da minha. É que sempre que estava em casa e estava frio eu colocava um roupão atoalhado, coisa de velhinha... hahaha
Como ia dizendo minha mãe está certa até quando está errada. Ela nunca falava que não podíamos fumar. O que dizia era que o cigarro é um veneno! Sempre me ensinava coisas importantes, mas eu sempre fui assim... deste jeito, desde criança, então uma vez ela perguntou porque eu chupava bico (chupeta) e eu respondi com outra pergunta, porque tu chupa cigarro? Acho que ela entendeu que teria que me ensinar de outro jeito. E a lição que aprendi foi assim:
Eu tinha uns três ou quatro anos de idade, estávamos no pátio, nos fundos da minha casa. Lembro com uma nitidez fantástica a cena. Minha mãe fumando e eu tagarelando pra lá e pra cá, com o canudo de uma caneta bic, fazendo que fumava. Caminhava, zanzava. Daí olhei para a minha mãe e disse:
_ Empresta o fogo senhora?, fiquei com o canudo na boca sorrindo.
A mãe deu uma tragada das boas no cigarro e soprou a fumaça dentro do canudo, direto na minha boca. Sim, eu me afoguei com toda a fumaça que entrou por ali. Tossi muito e até chorei. Disse que ela não sabia brincar, que não era pra acender meu cigarro de verdade.
Parece cruel. Mas não foi, ela queria me mostrar, embora tivesse dito muitas vezes que o cigarro é um veneno e ela fumava por que era burra, que o tabaco era um vício que ia muito além do charme de se fazer pose com ele entre os dedos. Tem o gosto amargo da fumaça, tem o mal e as doenças que pode causar, tem a poluição do ar, o cheiro nas roupas, enfim... muitos males. Mal que até Hitler lutou contra e que apenas as empresas que vendem cigarros é que escondem através de propagandas que falam de liberdade e sucesso.
A verdade é que a partir deste dia nunca mais brinquei que fumava. Já até fumei cigarrilhas com sabor e cheiro de chocolate e canela e até mesmo cigarros. Mas nunca aprendi a tragar. Eu só me exibo fazendo pose com o cigarro entre os dedos, chupo a fumaça e solto pela boca, de um jeito bem superficial. Me disseram que para tragar temos que engolir a fumaça, mas isto eu não faço não. Até porque não consigo.
Eu compreendo o quanto é difícil e duro ser dependente de um vício como o cigarro. E entendo ainda mais que as pessoas tenham se deixado viciar. Foram muitos anos de campanha de incentivo ao fumo, desde propagandas até estrelas de cinema fumando nas telas demonstrando charme e glamour. Minha mãe já tentou várias vezes deixar o vício, mas voltou. Alguns dizem que falta vontade, outros que falta vergonha. Eu discordo é uma dependência.
Mesmo não concordando com algumas leis que estão aparecendo por aí, mesmo que o cheiro ou a fumaça não me incomodem, desde que não seja jogada direto na minha cara, é lógico, digo que o fumo é um veneno! Quem não fumou, nunca experimentou, não fume, não experimente.
P'raqueles que fumam digo que: tentem reduzir os danos, alimente-se bem, bebam bastante água, consumam vitamina C, façam um exercício físico, vá ao médico regularmente. Ah! E tentem deixar o cigarro, é claro!
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Beleza na cozinha
Eu vejo imagens nas nuvens
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Se um desconhecido lhe oferecer flores...
... isto é impulse! Este era o slogan dos desodorantes Impulse. Como eu adorava aquelas propagandas e até escrevi um texto n'O diafragma, é pena que ninguém mais escreveu lá. snif! Bem, porque estou dizendo tudo isto, porque agora pouco um gurizinho dos seus dez anos me deu uma flor. Adorei!! Pra falar a verdade ganhei o dia.
O pé, o prego e a cebola
Existem simpatias e "tratamentos médicos caseiros" que muitas vezes não entendemos, mas que são realizados pelos adultos quando somos crianças e que ficam guardados na nossa memória para sempre. Destes "tratamentos" lembro muito nitidamente de dois.
O primeiro ocorria sempre que uma criança ao cair batia com a cabeça. Este consistia em pressionar o "galo" com uma faca. Calma, pressionar com o lado da faca, em cruz. Do contrário não funcionava. Algumas pessoas diziam umas palavras sussurradas e que não conseguíamos compreender porque estávamos chorando muito alto por termos caído. Cabe explicar que o dito "galo" era o inchaço que levantava no local em que havíamos batido, ficava um pouco arroxeado depois de algum tempo.
Esta simpatia de amassar o "galo" com a faca aconteceu poucas vezes comigo, pois sempre que eu caia o que eu machucava eram os joelhos. Tanto que muitos anos atrás, já adulta, caí um grande tombo quando morava em Ijuí. O resultado disso foi uma luxação, estraguei o joelho e até hoje ele dói vez por outra, sem contar os dias de chuva.
O segundo "tratamento" visava evitar que a criança, imagino eu, adoecesse de tétano. Acontecia geralmente quando a gurizada pisava num prego ou outro objeto de metal. Neste caso então, a mãe, o pai, ou o adulto que cuidava passava um pedaço de cebola no local machucado e depois enfiava a cebola no prego. Ficava-se observando o machucado e o apodrecer do prego, que praticamente se desmanchava com a cebola.
Eu me lembro bem de como aconteceu comigo. Quando meu pai e minha mãe foram morar juntos eles tinham um chalé. Eram duas peças que com a minha chegada e de meus irmãos depois precisou ser ampliada. Eu devia ter uns cinco anos, por aí... Já tínhamos a cozinha, o banheiro e dois quartos de alvenaria nos fundos do chalé. Foi então que o pai desmanchou a parte de madeira para construir a sala no mesmo espaço. Durante algum tempo as madeiras ficaram ali na frente perto da cozinha. A mãe sempre dizia para não andar lá por que tinha prego nas tábuas e eu podia me machucar. Dito e feito! A teimosa foi lá, andar no meio das tábuas do chalé, olhar aqueles pedaços de madeira onde via imagens de bichos e coisas nos nós da madeira, (eu sempre fui assim, vejo imagem nas nuvens, nas sombras, em nós de madeira, em folhas retorcidas, em desenhos abstratos). Alguns minutos depois, estava com um prego enfiado no pé. Não lembro como as coisas aconteceram. Lembro apenas da dor, do prego no pé, da tábua dependurada e da mãe me salvando. Ah! Também lembro de mim dizendo pra ela que tinha estragado meu chinelo de dedo. Aí, então a mãe puxou a tábua bem rapidinho pra eu não sentir dor, olhou o ferimento e disse que tinha que passar uma cebola. Eu não entendi, mas minha mãe sempre tinha razão. E ainda hoje tem.
Pegou meia cebola, passou a cebola no pé, me deixou sentadinha numa cadeira foi lá e enfiou a metade da cebola no prego sem dó nem piedade. Realmente não lembro se teve curativo com mertiolate ou iodo, que era horrível porque ardia muito. Uns dias depois fui andar novamente lá no meio dos entulhos do chalé para ver como estava o prego e ele estava todo torto, apodrecido.
Meu pé esquerdo tem um calo que me incomoda bastante, ainda hoje. Mas de tudo ficou a lembrança de minha mãezinha me salvando daquele monte de tábuas e pregos enferrujados, da eficiência da cebola e da fragilidade do prego que ajuda a construir uma casa, mas se desmancha por uma cebola. Claro que minhas vacinas estavam sempre em dia.
Ps.: Tem uma música do Cesar Oliveira e do Rogério Melo que diz "saudade é prego na bota".
O primeiro ocorria sempre que uma criança ao cair batia com a cabeça. Este consistia em pressionar o "galo" com uma faca. Calma, pressionar com o lado da faca, em cruz. Do contrário não funcionava. Algumas pessoas diziam umas palavras sussurradas e que não conseguíamos compreender porque estávamos chorando muito alto por termos caído. Cabe explicar que o dito "galo" era o inchaço que levantava no local em que havíamos batido, ficava um pouco arroxeado depois de algum tempo.
Esta simpatia de amassar o "galo" com a faca aconteceu poucas vezes comigo, pois sempre que eu caia o que eu machucava eram os joelhos. Tanto que muitos anos atrás, já adulta, caí um grande tombo quando morava em Ijuí. O resultado disso foi uma luxação, estraguei o joelho e até hoje ele dói vez por outra, sem contar os dias de chuva.
O segundo "tratamento" visava evitar que a criança, imagino eu, adoecesse de tétano. Acontecia geralmente quando a gurizada pisava num prego ou outro objeto de metal. Neste caso então, a mãe, o pai, ou o adulto que cuidava passava um pedaço de cebola no local machucado e depois enfiava a cebola no prego. Ficava-se observando o machucado e o apodrecer do prego, que praticamente se desmanchava com a cebola.
Eu me lembro bem de como aconteceu comigo. Quando meu pai e minha mãe foram morar juntos eles tinham um chalé. Eram duas peças que com a minha chegada e de meus irmãos depois precisou ser ampliada. Eu devia ter uns cinco anos, por aí... Já tínhamos a cozinha, o banheiro e dois quartos de alvenaria nos fundos do chalé. Foi então que o pai desmanchou a parte de madeira para construir a sala no mesmo espaço. Durante algum tempo as madeiras ficaram ali na frente perto da cozinha. A mãe sempre dizia para não andar lá por que tinha prego nas tábuas e eu podia me machucar. Dito e feito! A teimosa foi lá, andar no meio das tábuas do chalé, olhar aqueles pedaços de madeira onde via imagens de bichos e coisas nos nós da madeira, (eu sempre fui assim, vejo imagem nas nuvens, nas sombras, em nós de madeira, em folhas retorcidas, em desenhos abstratos). Alguns minutos depois, estava com um prego enfiado no pé. Não lembro como as coisas aconteceram. Lembro apenas da dor, do prego no pé, da tábua dependurada e da mãe me salvando. Ah! Também lembro de mim dizendo pra ela que tinha estragado meu chinelo de dedo. Aí, então a mãe puxou a tábua bem rapidinho pra eu não sentir dor, olhou o ferimento e disse que tinha que passar uma cebola. Eu não entendi, mas minha mãe sempre tinha razão. E ainda hoje tem.
Pegou meia cebola, passou a cebola no pé, me deixou sentadinha numa cadeira foi lá e enfiou a metade da cebola no prego sem dó nem piedade. Realmente não lembro se teve curativo com mertiolate ou iodo, que era horrível porque ardia muito. Uns dias depois fui andar novamente lá no meio dos entulhos do chalé para ver como estava o prego e ele estava todo torto, apodrecido.
Meu pé esquerdo tem um calo que me incomoda bastante, ainda hoje. Mas de tudo ficou a lembrança de minha mãezinha me salvando daquele monte de tábuas e pregos enferrujados, da eficiência da cebola e da fragilidade do prego que ajuda a construir uma casa, mas se desmancha por uma cebola. Claro que minhas vacinas estavam sempre em dia.
Ps.: Tem uma música do Cesar Oliveira e do Rogério Melo que diz "saudade é prego na bota".
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Contradição
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Mocinha
Existem pessoas que quando conhecemos sua história de vida pensamos: "como ela aguenta?". São vidas atribuladas, cheias de problemas e percalços, de luta e de força. Estas pessoas são exemplo de persistência e de coragem. A minha amiga Mocinha é uma destas pessoas. Ele criou sozinha quatro filhos. Teve a ajuda da mãe, mas o trabalho grosso, como se diz, foi todinho dela. Sempre trabalhando como faxineira e ralando muito para garantir a bóia para ela e seus filhos. Lembro-me dela sempre com seu jeito louco e espevitado, contando de um namorado que tinha, de quem gostava muito e com quem se encontrava nos lugares mais absurdos para namorar.
Com os filhos já crescidos, criados, imaginou que iria descansar, que teria tranquilidade na sua vida. Foi quando teve a Juju, os filhos já estavam grandes e ela teve outra menina linda. A vida parecia tranquila, mas não. Um de seus filhos, depois de adulto caiu no vício das drogas. E os entorpecentes como sabemos entorpece o usuário e destrói a vida de toda uma família. O drama de vida da Mocinha não a fez fraquejar nenhum pouco, pelo contrário, a fez mais forte. Este mesmo filho teve dois filhos, com uma guria com problemas mentais. Tanto o pai, quanto a mãe das crianças não tem condições de ter o pátrio poder. Para não deixar as crianças em abrigos ou ir para adoção a Mocinha pediu a guarda das crianças. Teve coragem de pegar os netos, mesmo estando criando sua filha, também pequena. Juju, Juca e Cacá, três crianças e uma mulher que não mede esforços para dar tudo do melhor para eles.
A luta diária para tentar fazer com que seu filho deixe o "crack" é incessante. Com tantas dificuldades para controlar este filho acabou com depressão e outros problemas de saúde. Os outros três filhos estão bem, trabalham, casaram, alguns já tem filhos. Mas este... ah! este lhe dá trabalho, principalmente sob efeito da droga, quando perde a noção e a agride.
Sua vida se resume a cuidar dos netos e buscar auxílio junto aos órgãos competentes (ou talvez nem tanto) para internar o filho dependente químico. Outra questão que a aflige é o fato do neto, hoje com quase sete anos, ter uma doença mental. Por causa da idade, na escolinha em que está matriculado não poderá continuar no ano que vem. Seu drama é saber como poderá trabalhar se o menino não estiver na escola e que escola o aceitará tendo tais dificuldades? Mas ela não desiste, lá vai batendo de repartição em repartição em busca de ajuda e solucionando seus problemas. Quando seus direitos não são respeitados ela briga, diz que apesar de analfabeta sabe quais são seus direitos. E diz na cara das pessoas, que elas não se importam com os pobres, com quem tá precisando de ajuda.
Outro dia ela me contou que numa repartição chamaram a viatura da BM para levá-la por que estava desacatando o servidor. No entanto ela queria que resolvessem o problema da escola do neto, que a mandassem para o médico, que encaminhassem para consulta. E como não sabe fazer valer seu direito sem brigar e como em muitos lugares sabemos que os funcionários não dão atenção há quem não anda bem vestido e fala pomposamente, ela foi de viatura para casa.
Apesar de tanto problema em sua vida, de ter que lutar sempre, de ter que "matar um leão por dia" Mocinha não perdeu o sorriso fácil e nem seu jeito espontâneo. E ao encontrar um amigo abre seu riso, hoje já faltando alguns dentes, um pouco cansado de tanta luta, mas cheio de esperança. Apesar de tudo.
PS.: Esta é uma história real, os fatos não foram inventados, mas o nome das crianças foram mudados. Embora pareça peça de ficção todo o drama é real, tanto o filho dependente químico como o neto doente.
Com os filhos já crescidos, criados, imaginou que iria descansar, que teria tranquilidade na sua vida. Foi quando teve a Juju, os filhos já estavam grandes e ela teve outra menina linda. A vida parecia tranquila, mas não. Um de seus filhos, depois de adulto caiu no vício das drogas. E os entorpecentes como sabemos entorpece o usuário e destrói a vida de toda uma família. O drama de vida da Mocinha não a fez fraquejar nenhum pouco, pelo contrário, a fez mais forte. Este mesmo filho teve dois filhos, com uma guria com problemas mentais. Tanto o pai, quanto a mãe das crianças não tem condições de ter o pátrio poder. Para não deixar as crianças em abrigos ou ir para adoção a Mocinha pediu a guarda das crianças. Teve coragem de pegar os netos, mesmo estando criando sua filha, também pequena. Juju, Juca e Cacá, três crianças e uma mulher que não mede esforços para dar tudo do melhor para eles.
A luta diária para tentar fazer com que seu filho deixe o "crack" é incessante. Com tantas dificuldades para controlar este filho acabou com depressão e outros problemas de saúde. Os outros três filhos estão bem, trabalham, casaram, alguns já tem filhos. Mas este... ah! este lhe dá trabalho, principalmente sob efeito da droga, quando perde a noção e a agride.
Sua vida se resume a cuidar dos netos e buscar auxílio junto aos órgãos competentes (ou talvez nem tanto) para internar o filho dependente químico. Outra questão que a aflige é o fato do neto, hoje com quase sete anos, ter uma doença mental. Por causa da idade, na escolinha em que está matriculado não poderá continuar no ano que vem. Seu drama é saber como poderá trabalhar se o menino não estiver na escola e que escola o aceitará tendo tais dificuldades? Mas ela não desiste, lá vai batendo de repartição em repartição em busca de ajuda e solucionando seus problemas. Quando seus direitos não são respeitados ela briga, diz que apesar de analfabeta sabe quais são seus direitos. E diz na cara das pessoas, que elas não se importam com os pobres, com quem tá precisando de ajuda.
Outro dia ela me contou que numa repartição chamaram a viatura da BM para levá-la por que estava desacatando o servidor. No entanto ela queria que resolvessem o problema da escola do neto, que a mandassem para o médico, que encaminhassem para consulta. E como não sabe fazer valer seu direito sem brigar e como em muitos lugares sabemos que os funcionários não dão atenção há quem não anda bem vestido e fala pomposamente, ela foi de viatura para casa.
Apesar de tanto problema em sua vida, de ter que lutar sempre, de ter que "matar um leão por dia" Mocinha não perdeu o sorriso fácil e nem seu jeito espontâneo. E ao encontrar um amigo abre seu riso, hoje já faltando alguns dentes, um pouco cansado de tanta luta, mas cheio de esperança. Apesar de tudo.
PS.: Esta é uma história real, os fatos não foram inventados, mas o nome das crianças foram mudados. Embora pareça peça de ficção todo o drama é real, tanto o filho dependente químico como o neto doente.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Meu amigo Claudinho
Não lembro de ter um amigo de infância, acho que não tenho. Na minha infância convivia muito com meus primos, eles eram meus amigos, a minha família e meus irmãos ao mesmo tempo. Só que agora, depois de adultos, todos eles com filhos, acabamos por nos afastar um pouco, coisa normal, dirão alguns, mas eu gostaria de ser mais próxima de todos. Eu tenho realmente amigos de adolescência. Pessoas que conheci no colégio e com quem tenho amizade até hoje. Outros eu conheci por intermédio de amigos e até do meu pai. É o caso do Claudinho. Ele é filho de um amigo do meu pai, um dia, estava eu trabalhando no escritório de contabilidade, no segundo que tivemos, e ele chegou. Primeiro ele perguntou pelo Guadalupe, meu pai. Eu disse que ele não estava e perguntei se poderia ajudá-lo. O primeiro impulso foi de que não, mas depois ele pensou melhor e me pediu ajuda para preencher a requisição do CPF, sua dúvida era quanto ao que seria UF, sigla de Unidade Federativa, que corresponde ao estado.
Então eu disse a ele que deveria colocar no UF a sigla do estado, RS. Ele não acreditou, perguntou se estava certo, se eu tinha certeza. Eu confirmei. E ele ficou um pouco envergonhado por não saber uma coisa tão simples. É claro que isto virou deboche um tempo depois, quando já éramos amigos, mais íntimos e brigávamos sem cerimônia.
E a nossa amizade sempre foi assim, discutíamos muito. Ele sempre com um jeito de ser muito certinho, pautado pela doutrina católica e com algumas frescuras sem fundamento, coisa que hoje em dia é bem diferente. Logo que eu o conheci eu fiquei apaixonada por ele. Uma vez até o convidei para sair, liguei pra casa dele e fiz o convite para uma festa da faculdade. Mas ele declinou do convite, um pouco educado, só que fiquei muito chateada. Depois disso desisti dele.
Mais tarde ele passou a gostar de mim. Só que aconteceram muitos desencontros na nossa vida e nós ficamos amigos mesmo que era o melhor naquele momento. O engraçado é que sempre acontece alguma coisa com ele no dia do meu aniversário. Um dia nós brigamos e ele só me deu o presente que tinha comprado na segunda-feira com uma carta reclamando meu jeito. Juro que tentei mudar, mas só ele poderá dizer se consegui. Confesso que apesar da distância e de nunca termos tido nada eu sinto ciúme quando sei que ele está apaixonado ou namorando com alguém. Acho que isto é meio como ciúme de irmão, sei lá.
O mais engraçado de todos os acontecimentos entre nós no meu aniversário foi a vez que eu resolvi comemorar o cumpleaños no salão de festas do condomínio do meu pai. Avisei a todos que lembrei, mas não consegui falar com ele. Imaginei que antes de ir na minha casa ele ligaria, sei lá. Organizamos uma janta e ficamos até tarde por lá. E quando chego em casa qual não é minha surpresa, a tela da janela da cozinha está no chão, o vaso da comigo-ninguém-pode está quebrado, tem água no chão e tem uma flor joga e um bilhete. Antes de abrir eu já sabia de quem era. O bilhete começava, vim fazer uma surpresa e fui surpreendido, como não havia ninguém em casa joguei o presente pela janela.
Nós rimos muito imaginando como é que ele não havia ficado envergonhado esperando pra ver se chegava alguém e depois empurrando a tela, até rebentar o arame que a fixava.
Ah! Este meu amigo Claudinho. Depois desse tempo eu acabei indo pra outra cidade, depois voltei e ele foi. E um dos dias mais felizes da minha vida foi quando, numa cidade estranha, me sentindo um pouco perdida eu encontrei com ele na rua. Isto quando fazia uns quatro anos que não nos víamos pessoalmente. Ele matou uma prova de italiano naquele dia e eu deixei minha amiga Edna esperando por mim, numa cidade vizinha.
Então eu disse a ele que deveria colocar no UF a sigla do estado, RS. Ele não acreditou, perguntou se estava certo, se eu tinha certeza. Eu confirmei. E ele ficou um pouco envergonhado por não saber uma coisa tão simples. É claro que isto virou deboche um tempo depois, quando já éramos amigos, mais íntimos e brigávamos sem cerimônia.
E a nossa amizade sempre foi assim, discutíamos muito. Ele sempre com um jeito de ser muito certinho, pautado pela doutrina católica e com algumas frescuras sem fundamento, coisa que hoje em dia é bem diferente. Logo que eu o conheci eu fiquei apaixonada por ele. Uma vez até o convidei para sair, liguei pra casa dele e fiz o convite para uma festa da faculdade. Mas ele declinou do convite, um pouco educado, só que fiquei muito chateada. Depois disso desisti dele.
Mais tarde ele passou a gostar de mim. Só que aconteceram muitos desencontros na nossa vida e nós ficamos amigos mesmo que era o melhor naquele momento. O engraçado é que sempre acontece alguma coisa com ele no dia do meu aniversário. Um dia nós brigamos e ele só me deu o presente que tinha comprado na segunda-feira com uma carta reclamando meu jeito. Juro que tentei mudar, mas só ele poderá dizer se consegui. Confesso que apesar da distância e de nunca termos tido nada eu sinto ciúme quando sei que ele está apaixonado ou namorando com alguém. Acho que isto é meio como ciúme de irmão, sei lá.
O mais engraçado de todos os acontecimentos entre nós no meu aniversário foi a vez que eu resolvi comemorar o cumpleaños no salão de festas do condomínio do meu pai. Avisei a todos que lembrei, mas não consegui falar com ele. Imaginei que antes de ir na minha casa ele ligaria, sei lá. Organizamos uma janta e ficamos até tarde por lá. E quando chego em casa qual não é minha surpresa, a tela da janela da cozinha está no chão, o vaso da comigo-ninguém-pode está quebrado, tem água no chão e tem uma flor joga e um bilhete. Antes de abrir eu já sabia de quem era. O bilhete começava, vim fazer uma surpresa e fui surpreendido, como não havia ninguém em casa joguei o presente pela janela.
Nós rimos muito imaginando como é que ele não havia ficado envergonhado esperando pra ver se chegava alguém e depois empurrando a tela, até rebentar o arame que a fixava.
Ah! Este meu amigo Claudinho. Depois desse tempo eu acabei indo pra outra cidade, depois voltei e ele foi. E um dos dias mais felizes da minha vida foi quando, numa cidade estranha, me sentindo um pouco perdida eu encontrei com ele na rua. Isto quando fazia uns quatro anos que não nos víamos pessoalmente. Ele matou uma prova de italiano naquele dia e eu deixei minha amiga Edna esperando por mim, numa cidade vizinha.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Primeiro beijo
Na época da minha adolescência eu tinha uma amiga praticamente inseparável. Éramos assim como gêmeas siamesas, sabe? Vivíamos coladas uma na outra, ela na minha casa, eu na casa dela. A gente morava perto uma da outra e nossa prática preferida, depois das visitas, era acompanhar a outra até a esquina. Isto era demais, porque eu ia com ela até a esquina da casa dela, umas sete quadras da minha, depois ela voltava comigo até a minha esquina. E assim ficávamos até começar a escurecer, conversando na rua e caminhando pra lá e pra cá.
A Ana Paula, minha amiga, cumadre, companheira esteve presente em muitos momentos da minha vida e eu na dela. Nossas manhãs de sábado eram no calçadão, pegávamos o ônibus, muitas vezes escondido do pai dela, que era muito bravo, e íamos passear ou ficar ouvindo música na porta do Trekos.
A Trekos (loja de discos) existe até hoje aqui em Pelotas e daquele tempo o único funcionário que continua lá é o Gilmar. A gente, é claro, conhecia todos, paquerava uns, brigava com outros (hahaha) e continuava lá, na loja, ouvindo música e vendo quem passava.
Foi num destes sábados longínquos que dei meu primeiro beijo. Devia ter uns treze ou catorze anos. Não foi uma coisa magnífica, mas como se diz o primeiro a gente nunca esquece.
A Ana e eu estávamos lá vendo o pessoal que passava, reconhecendo alguns rostos que como nós também estava sempre por ali. Então o Iran passou, ficou olhando, daí um pouco voltou, puxou assunto e me convidou para dar uma volta. Fomos caminhando em direção a Praça Coronel Pedro Osório. Na época a praça era mal vista devido as moças que ganham a vida por ali. Hoje não é diferente, as moças continuam lá. No entanto, eu mudei minha maneira de ver a praça e não a considero mais um local proibido, mas um espaço para todos. Foi lá, na frente desta estátua que aparece aí na foto, que dei meu primeiro e desajeitado beijo.
Aquela ânsia que fazia querer e não querer o beijo, aquela aflição de como contar pra mãe, enfim. A Ana sempre dizia pra minha mãe quando saíamos, "não te preocupa Rita, tá comigo, tá com Deus". E eu com medo de como seria o beijo, foi uma coisa muito rápida, muito estranha e bem molhada. Talvez o fato de não ter sido com alguém de quem gostasse tenha contribuído para ser assim. Enfim.
Naquele dia eu beijei. Depois voltei com o Iran para encontrar a Ana e convenci o seu Nei, pai dela, para que ela dormisse lá em casa. Não que eu tivesse medo de contar pra minha mãe que tinha beijado. Sabia que ela não brigaria comigo ou coisa assim, mas sei lá né, na adolescência tudo parece um soooonho... ou um drrrrrama.
Então ela foi dormir lá. Eu contei para a minha mãe minha mais nova experiência e como tinha sido estranho e diferente do que eu pensava. Lembro bem. Minha mãe disse que era assim mesmo e que no dia que eu gostasse de alguém de verdade o beijo seria diferente. É claro que ela estava certa, como sempre. Daí ela olhou pra Ana e perguntou, "tá comigo, tá com Deus é?". E a Ana respondeu: "Ele dormiu um pouquinho, mas não foi nada grave".
Na segunda feira uma colega mexeu comigo dizendo que eu estava namorando na praça. Fiquei louca de vergonha!
No sábado seguinte estávamos lá, no mesmo lugar, a Ana e eu, daí apresentei o Iran para minha prima Lili. Ele também pediu um beijo pra ela lá na praça Coronel Pedro Osório. E eu pensei, ainda bem que eu não era apaixonada por ele, se não seria uma desilusão. Mas como disse, na adolescência tudo é sonho ou drama e nesta época meu sonho atendia pelo nome de Nill, cantor do Dominó Não tinha espaço pra mais ninguém, mesmo que este ninguém fosse de carne e osso e o Nill de sonho.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Professora Chica e seu acordeão
Eu lembro muito bem dos meus primeiros professores. Começou com a Maria Inês, que me alfabetizou, depois veio a Jussara e a estagiária Clementina, que era um doce. Depois veio a Jurema, que era quase tia e madrinha da minha prima. Quando chegou na quarta série as matérias eram divididas em vários professores a Maritza de educação física, a Elaine de português, a Adelaide, de ciências (esta merece um post só dela, mais tarde entenderão) e tinha a Marilda de história, a Dalila de matemática, Acho que eram estas. Mas antes da divisão da quarta eu tive dois professores que nunca esqueci, o professor Nei, de educação física, da primeira a segunda série acho e a Chica.
A professora Chica tinha um quê de meio maluca, parecia sempre aérea pelos corredores. Quando tínhamos alguma apresentação de 20 de setembro ou outra comemoração especial era a ela quem nos ensaiava. Nunca vou esquecer das danças que ensaiamos com ela tocando seu acordeão e nós dançando o maçanico. Pra quem não sabe estas são danças típicas, muito ensaiadas e defendidas pelos CTGs (Centro de Tradições Gaúchas). Meu par na apresentação era o Vaguinho, um amigo muito querido. Era muito engraçado porque nós nunca tínhamos dançado aquilo e ela brigava muito com a gente pra que a dança ficasse bonita. E aí de nós se disséssemos que ela tocava gaita. Não, é um acordeão.
Até hoje vejo a professora Chica pela rua dirigindo seu fuca branco. Foi com ela que aprendi a cantar "Ale-crim, Ale- crim dourado que nasceu no campo sem ser semeado".
Que saudade!!!
A professora Chica tinha um quê de meio maluca, parecia sempre aérea pelos corredores. Quando tínhamos alguma apresentação de 20 de setembro ou outra comemoração especial era a ela quem nos ensaiava. Nunca vou esquecer das danças que ensaiamos com ela tocando seu acordeão e nós dançando o maçanico. Pra quem não sabe estas são danças típicas, muito ensaiadas e defendidas pelos CTGs (Centro de Tradições Gaúchas). Meu par na apresentação era o Vaguinho, um amigo muito querido. Era muito engraçado porque nós nunca tínhamos dançado aquilo e ela brigava muito com a gente pra que a dança ficasse bonita. E aí de nós se disséssemos que ela tocava gaita. Não, é um acordeão.
Até hoje vejo a professora Chica pela rua dirigindo seu fuca branco. Foi com ela que aprendi a cantar "Ale-crim, Ale- crim dourado que nasceu no campo sem ser semeado".
Que saudade!!!
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Catedral São Francisco de Paula
Quando eu era pequena imaginava o que seriam aquelas "casquinhas" de sorvete coloridas. Minha tia sempre dizia que tinha casado lá, na Catedral. E eu olhava para cima e só conseguia fazer uma conexão: _ Parecem com casquinhas de sorvete azul!
Coisa de criança!
Admito que, embora não seja católica e não me ligue muito em igrejas, a Catedral São Francisco de Paula é uma das mais bonitas que já conheci. Vale a pena!
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Hotel Manta
Quando eu era pequena, digo criança, porque pequena eu ainda sou, eu via o luminoso do Hotel Manta lá da minha casa. A cidade era menor, tinham menos prédios e era possível lá de longe avistar as letras que mudavam de cor quase no céu. O bairro onde eu morava é um bairro pobre, suas ruas são de saibro e terra e nos tempos de chuva viram de barro.
Eu nasci e me criei naquela rua, naquela casa. Rua 36, número 105 do Jardim Europa. Passei praticamente toda a minha vida lá. A casa começou pequeninha, partiu de um chalé de duas peças onde meus pais moravam, depois eu cheguei. Daí a casa foi aumentando e a família também. Três anos depois de mim veio meu mano e mais três depois veio o nenê. Tínhamos um pátio grande, tínhamos árvores nos fundos da casa e algumas vezes meu mano teve cachorros. O nenê teve uma gata, a Natacha. Eu nunca tive bichos de estimação não. Gostava mesmo era das garagens onde ficava dançando sem parar, e do meu quarto claro, com posteres de cantores e atores de quem gosto até hoje. Foi lá que nasceu minha mania de escrever.
Esta casa traz muitas recordações, é nela que estamos na maioria das fotos e é nela que estamos, meus irmãos e eu, na foto que eu mais gosto da gente. Quanta saudade!
Nesta rua eu conhecia todos os vizinhos, minha tia morava do lado da nossa casa e do lado da casa dela uma vó postiça que todos amávamos, a vó Didi. O mano e eu passamos algumas férias na casa dela no interior de Piratini. No piratinizinho do Vilmar (filho da vó Didi). Confesso que não lembro o nome dela, porque eu sempre a chamei de vó Didi e pronto.
Que tempo bom, que não volta nunca mais! Ainda bem que tem as lembranças todas guardadas na memória e no coração. Muitas festas da minha mãe e turma dela de faculdade, muitos natais, muitas jantas de amigo secreto e abraços de ano novo com os vizinhos da rua. Quando me mudei para o apartamento em que moro hoje, achei que nunca sentiria saudade da minha casa. Demorou alguns anos para a saudade bater. Na verdade eu lembro com carinho e a recordação das coisas, dos lugares da casa vem nitidamente. Na minha lembrança posso caminhar pela casa e revisitar minha infância e adolescência. E toda esta nostalgia foi despertada pelo luminoso do Hotel Manta, que vejo todos os dias do corredor da escola aonde faço o técnico em contabilidade a noite.
PS.: Na foto batida da porta da cozinha estamos o mano, eu e o nenê. Eu era maior que eles, hoje só subindo num banquinho.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Bisavó
Minha bisavó chamava-se Elmira, mas este era apenas o nome dela, para todos os bisnetos ela era a vó Mila. Para os netos ela era a "ová". Não sei qual o motivo da troca, mas é assim que minha mãe e minhas tias se referem a ela até hoje.
Lembro direitinho dela, seus cabelos negros e crespos, sempre presos num coque, com aquele prendedor que ficou comigo, ou numa trança. Suas mãos magrinhas, cheias de veias que eu apertava de leve e elas formavam minhoquinhas sobre suas mãos.
Quando íamos para a casa da minha vó, da esquina já víamos a vó Mila na frente, encostada no muro, com a cabeça apoiada no braço olhando os passantes. Ela era meiga e doce, mas também era disciplinadora e forte. Era rígida e carinhosa. Dizia o que pensava para quem quer que fosse.
Viveu num tempo de muita miséria e passou muito trabalho para criar seus filhos na colônia, tentando tirar da terra o sustento para eles. Depois de vir pra cidade ajudou a criar os netos e dedicou sua vida a minha tia avó Edite. Esta minha tia sofria de uma doença mental degenerativa, dizem que quem sofre desta doença não passa dos 25 anos de idade. Mas graças a Deus ela esteve muito tempo junto com a gente. Eu lembro dela já na cadeira de rodas, quase sem falar. Não é possível falar da vó Mila sem falar na Edite. Nunca vou me esquecer do que ela dizia sempre a Deus, "que ela vivesse mais do que a filha", por que é triste perder um filho, mas ninguém cuidaria de um filho doente como a mãe. E era isto que ela queria, cuidar da filha até seu último dia, depois disso ela iria embora sem reclamar.
Deus fez sua vontade, a Edite foi antes dela, se não me engano um ano. E a vó Mila que sofria muito de falta de ar, foi se embora, sem reclamar, em 1989. Ela foi sem sofrer. Minha mãe conta que ela estava conversando, deu um bocejo e foi embora, leve como uma borboleta que voa procurando outra flor para pousar. Foi muito difícil para minha mãe ir na vó e não ver mais a sua "ová". Para mim também era muito estranho não ver a vó Mila no muro ou sentada no banquinho no pátio, esperando a gente chegar. Eu também sentia muita falta da cadeira de rodas com a Edite. Confesso que quando pequena sentia um pouco de medo. Não sei de quê, não sei explicar. Acho que é porque ela era braba. Sei lá. Só sei do sentimento de vazio que ficou quando ela foi embora e do vazio que aumentou quando a vó Mila se foi. Sempre que vejo esta flor da foto lembro da vó Mila.
PS.: Na foto acima estamos, eu a mãe, a minha prima Lili, a tia Ieda, tio Jocely, minha vó Amália e minha bisa Mila.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Uma saudade enorme
Desde a primeira série sempre dividi a carteira com guris. O principal motivo era porque eu conversava demais e as professoras acreditavam que com os meninos não falaria tanto. Foi assim que me apaixonei pela primeira vez, o nome dele é Moisés. Neste tempo eu já gostava de caras mais altos, e ele era bem mais alto, nesta época eu deveria medir 1,20 e ele 1,50, sei lá.
Depois na segunda série eu sentava ao lado do Vaguinho, que também era meu vizinho. Nós íamos juntos para o colégio. Quando eu adoecia ele levava a matéria pra eu copiar. Anos depois ele ficou muito amigo do meu irmão Cristian, e muito mais anos depois a gente chegou a ter um namorico rápido. Mas não deu certo, porque pra mim ele é como um irmão.
Apesar de parecer namoradeira (o que fui só no tempo da faculdade, agora estou mais calma) na época de colégio nunca fui. Eu me apaixonava toda a semana por um guri diferente, era assim mesmo, toda a semana, mas era um flerte, aquele gostar de longe. Tipo a música do Seu Jorge, "tô namorando aquela mina, mas não sei se ela me namora" lálálálálálá.
Foi quando mudei de colégio que conheci um grande amor e um grande amigo. Na nova escola as carteiras eram individuais, cada um tinha a sua. Na sexta série eu conheci o Alexandre Godinho. Óbvio que ele era mais alto do que eu, e ele sentava na minha frente o que impedia minha visão. Nós trocamos de lugar e com toda a proximidade que tínhamos ficamos amigos. Ele era tido na escola como garoto problema, não estudava, se metia em confusões e passava as aulas inteiras desenhando. Como eu sentava na classe da frente, para falar com ele tinha de virar para trás, o que foi motivo de muitas chamadas da professora de português. Acho que ele foi meu grande amor de adolescência mesmo.
Quase todos os dias nós brigávamos, eu dizia que nunca mais iria falar com ele. No dia seguinte quando eu o via já saia falando sem freios na língua, contando coisas e ele perguntava: "_Tu não disse que nunca mais ia falar comigo, abobrinha?", e começava a rir. Eu sempre esquecia que tinha dito adeus pra sempre. Ainda bem, ficar junto dele era muito bom.
O Alexandre me deu um apelido infame, "abobrinha". E não era porque eu falava muita besteira não, a alcunha veio pelo fato de, com 11, 12 anos, eu já ter bastante seio. Vejam só! Mas eu não conseguia ficar brava com ele. No fundo eu gostava. Depois de ter levado tantas xingadas por estar conversando eu criei a táctica de jogar as coisas dele no chão. Enquanto ele juntava não me perturbava. Ele também nunca ficou bravo comigo, nunca brigamos de verdade.
Minhas duas melhores amigas nesta época também eram apaixonadas por ele, a Adriana e a Consuelo. Eu era, mas não admitia nem sob tortura! Só nunca consegui enganar minha mãe. Ela sempre soube. No último ano em que estudamos juntos teve uma festinha de despedida, fizemos amigo secreto e tudo. Não lembro quem tinha tirado de amigo secreto, mas o Alexandre foi quem me tirou. Ele me deu de presente umas meias, que guardei durante muito tempo sem usar e outro tanto quando elas já estavam velhinhas. Nunca mais nos vimos. Ele mudou de cidade. Nossos caminhos nunca mais se cruzaram. Sinto uma saudade tamanha daquele tempo. Das risadas, de estar junto, do cheiro, do jeito dele. Não tenho foto, nem endereço, nem telefone dele. Já procurei no google e no orkut, mas não o encontrei. Mas tenho uma coisa que me faz vê-lo nitidamente diante de mim naquela sala de aula, tenho dois desenhos que guardo com muito carinho.
Gostaria de ter preservado melhor esta amizade. Lembro bem que a vida dele era meio tumultuada na época, pais separados e outras coisas que, não recordo bem, mas faziam com que ele tivesse a fama de mau. A questão é que o Alexandre era, na verdade, apenas um guri carente. Espero que ele esteja muito feliz hoje e que eu seja uma boa recordação da adolescência dele.
P.s: O primeiro desenho ele fez na sala de aula pra mim. O segundo foi um trabalho de educação artística com a professora Dionéia.
Depois na segunda série eu sentava ao lado do Vaguinho, que também era meu vizinho. Nós íamos juntos para o colégio. Quando eu adoecia ele levava a matéria pra eu copiar. Anos depois ele ficou muito amigo do meu irmão Cristian, e muito mais anos depois a gente chegou a ter um namorico rápido. Mas não deu certo, porque pra mim ele é como um irmão.
Apesar de parecer namoradeira (o que fui só no tempo da faculdade, agora estou mais calma) na época de colégio nunca fui. Eu me apaixonava toda a semana por um guri diferente, era assim mesmo, toda a semana, mas era um flerte, aquele gostar de longe. Tipo a música do Seu Jorge, "tô namorando aquela mina, mas não sei se ela me namora" lálálálálálá.
Foi quando mudei de colégio que conheci um grande amor e um grande amigo. Na nova escola as carteiras eram individuais, cada um tinha a sua. Na sexta série eu conheci o Alexandre Godinho. Óbvio que ele era mais alto do que eu, e ele sentava na minha frente o que impedia minha visão. Nós trocamos de lugar e com toda a proximidade que tínhamos ficamos amigos. Ele era tido na escola como garoto problema, não estudava, se metia em confusões e passava as aulas inteiras desenhando. Como eu sentava na classe da frente, para falar com ele tinha de virar para trás, o que foi motivo de muitas chamadas da professora de português. Acho que ele foi meu grande amor de adolescência mesmo.
Quase todos os dias nós brigávamos, eu dizia que nunca mais iria falar com ele. No dia seguinte quando eu o via já saia falando sem freios na língua, contando coisas e ele perguntava: "_Tu não disse que nunca mais ia falar comigo, abobrinha?", e começava a rir. Eu sempre esquecia que tinha dito adeus pra sempre. Ainda bem, ficar junto dele era muito bom.
O Alexandre me deu um apelido infame, "abobrinha". E não era porque eu falava muita besteira não, a alcunha veio pelo fato de, com 11, 12 anos, eu já ter bastante seio. Vejam só! Mas eu não conseguia ficar brava com ele. No fundo eu gostava. Depois de ter levado tantas xingadas por estar conversando eu criei a táctica de jogar as coisas dele no chão. Enquanto ele juntava não me perturbava. Ele também nunca ficou bravo comigo, nunca brigamos de verdade.
Minhas duas melhores amigas nesta época também eram apaixonadas por ele, a Adriana e a Consuelo. Eu era, mas não admitia nem sob tortura! Só nunca consegui enganar minha mãe. Ela sempre soube. No último ano em que estudamos juntos teve uma festinha de despedida, fizemos amigo secreto e tudo. Não lembro quem tinha tirado de amigo secreto, mas o Alexandre foi quem me tirou. Ele me deu de presente umas meias, que guardei durante muito tempo sem usar e outro tanto quando elas já estavam velhinhas. Nunca mais nos vimos. Ele mudou de cidade. Nossos caminhos nunca mais se cruzaram. Sinto uma saudade tamanha daquele tempo. Das risadas, de estar junto, do cheiro, do jeito dele. Não tenho foto, nem endereço, nem telefone dele. Já procurei no google e no orkut, mas não o encontrei. Mas tenho uma coisa que me faz vê-lo nitidamente diante de mim naquela sala de aula, tenho dois desenhos que guardo com muito carinho.
Gostaria de ter preservado melhor esta amizade. Lembro bem que a vida dele era meio tumultuada na época, pais separados e outras coisas que, não recordo bem, mas faziam com que ele tivesse a fama de mau. A questão é que o Alexandre era, na verdade, apenas um guri carente. Espero que ele esteja muito feliz hoje e que eu seja uma boa recordação da adolescência dele.
P.s: O primeiro desenho ele fez na sala de aula pra mim. O segundo foi um trabalho de educação artística com a professora Dionéia.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Ele não estava tão afim
Ano passado eu me envolvi num relacionamento com uma pessoa a quem conhecia há algum tempo. Não nos conhecíamos tão bem, mas estudamos no mesmo colégio durante nossa adolescência e tínhamos alguns amigos em comum. Tempos depois o reencontrei e já estávamos na faculdade. Nos afastamos por uns anos e, no ano passado, os nossos caminhos haviam voltado a se cruzar. As coisas começaram devagar, com o pedido de um beijo. Logo após o beijo ficamos uns meses sem nos ver até que num belo dia tudo fazia sentido. Calma! Eu explico. Haviam me dito que apareceria alguém, a quem eu não conhecia muito bem, mas já conhecia a bastante tempo, que seria algo que eu deveria aproveitar enquanto durasse, pois não seria um relacionamento longo. Mas mesmo assim, após umas horas de conversa eu veria que tínhamos muito em comum. Dito isto fiquei imaginando todas as pessoas que conhecia há muito tempo, mas não tinha intimidade. Até encontrá-lo no corredor do prédio onde trabalho. Daquele dia em diante ficamos próximos. Saíamos, passávamos os finais de semana juntos, enfim, namorávamos. Embora esta palavra fosse um tabu para ele, que recusava-se a namorar, comigo.
Como já havia sido alertada de que a coisa seria por aí, levei tudo de forma tranquila, nunca costumo cobrar compromisso num relacionamento. Apenas deixo que as coisas aconteçam, se ambos querem ficar juntos o nome que se dá a isso é o que menos importa. O que mais me incomodava nesse relacionamento eram as DRs sobre o fato de não estarmos namorando e o quanto isto incomodava a ele, pois ele não queria namorar. E me irritava, porque eu nunca pedi que a gente namorasse, nem que me apresentasse a família dele, ou que me levasse ao cinema. Queria ficar junto dele, isto me fazia feliz, o resto era coisa que não rolava na minha mente. Mas rolava na dele.
Então, de uma forma muito adulta e bem resolvida, ele não me procurou mais. Não ligou, não apareceu. Fez como em algumas novelas em que o cara vai ali, comprar cigarros e volta 20 anos depois, com a mesma cara, de pau.
Dei alguns dias e então procurei. Perguntei o que estava acontecendo, mas não tive resposta. Quando estava desencanada de tudo, já havia sofrido com o abandono e me recuperado, qual não é a minha surpresa? Ele resolveu ligar para saber como eu estava. Diante da minha frieza e distanciamento, me contou que havia se apaixonado, que não queria ter feito aquilo, e tal e coisa. Oquei, pensei eu. Embora não quisesse mais saber qual o motivo do seu sumiço. Pedi meus livros que havia emprestado e só. Não precisa nem encontrar comigo, apenas deixe-os na portaria do prédio onde trabalho, assim não haverá constrangimentos, expliquei. Demoraram alguns meses e nada de meus livros serem devolvidos. Voltei a procurá-lo pedindo por eles. Foi neste momento que me senti ultrajada. Além de me ligar com um tom de, estou escondido ligando pra ti, me disse que eu precisava tomar cuidado com as mensagens ou torpedos que mandasse pra ele, pois agora estava namorando. Isto me feriu! Não pelo fato de estar namorando, mas por achar que eu faria alguma coisa que fosse atrapalhar o romance. Neste dia acabou não só a amizade que tinha por ele, mas também o carinho e a admiração. Pedi apenas que devolvesse meus livros o quanto antes e afirmei sem exitação que não se preocupasse, pois jamais iria procurá-lo novamente.
Algum tempo atrás ele me mandou um email, coisa do tipo conhecido simpático querendo fazer uma amizade. Mas não quero reatar este laço. Fiz um julgamento errado do sentimento de amizade que existia entre a gente, e se algo que parecia ser tão legal para nós os dois acabou da forma como acabou, é melhor que fiquemos cada um na sua. Respondi educadamente o email, sem réplicas e réplicas, como costuma acontecer com os amigos de verdade. Foi bom enquanto durou, é pena que tenha ficado este final chato para uma historinha que parecia bem bonitinha.
Como já havia sido alertada de que a coisa seria por aí, levei tudo de forma tranquila, nunca costumo cobrar compromisso num relacionamento. Apenas deixo que as coisas aconteçam, se ambos querem ficar juntos o nome que se dá a isso é o que menos importa. O que mais me incomodava nesse relacionamento eram as DRs sobre o fato de não estarmos namorando e o quanto isto incomodava a ele, pois ele não queria namorar. E me irritava, porque eu nunca pedi que a gente namorasse, nem que me apresentasse a família dele, ou que me levasse ao cinema. Queria ficar junto dele, isto me fazia feliz, o resto era coisa que não rolava na minha mente. Mas rolava na dele.
Então, de uma forma muito adulta e bem resolvida, ele não me procurou mais. Não ligou, não apareceu. Fez como em algumas novelas em que o cara vai ali, comprar cigarros e volta 20 anos depois, com a mesma cara, de pau.
Dei alguns dias e então procurei. Perguntei o que estava acontecendo, mas não tive resposta. Quando estava desencanada de tudo, já havia sofrido com o abandono e me recuperado, qual não é a minha surpresa? Ele resolveu ligar para saber como eu estava. Diante da minha frieza e distanciamento, me contou que havia se apaixonado, que não queria ter feito aquilo, e tal e coisa. Oquei, pensei eu. Embora não quisesse mais saber qual o motivo do seu sumiço. Pedi meus livros que havia emprestado e só. Não precisa nem encontrar comigo, apenas deixe-os na portaria do prédio onde trabalho, assim não haverá constrangimentos, expliquei. Demoraram alguns meses e nada de meus livros serem devolvidos. Voltei a procurá-lo pedindo por eles. Foi neste momento que me senti ultrajada. Além de me ligar com um tom de, estou escondido ligando pra ti, me disse que eu precisava tomar cuidado com as mensagens ou torpedos que mandasse pra ele, pois agora estava namorando. Isto me feriu! Não pelo fato de estar namorando, mas por achar que eu faria alguma coisa que fosse atrapalhar o romance. Neste dia acabou não só a amizade que tinha por ele, mas também o carinho e a admiração. Pedi apenas que devolvesse meus livros o quanto antes e afirmei sem exitação que não se preocupasse, pois jamais iria procurá-lo novamente.
Algum tempo atrás ele me mandou um email, coisa do tipo conhecido simpático querendo fazer uma amizade. Mas não quero reatar este laço. Fiz um julgamento errado do sentimento de amizade que existia entre a gente, e se algo que parecia ser tão legal para nós os dois acabou da forma como acabou, é melhor que fiquemos cada um na sua. Respondi educadamente o email, sem réplicas e réplicas, como costuma acontecer com os amigos de verdade. Foi bom enquanto durou, é pena que tenha ficado este final chato para uma historinha que parecia bem bonitinha.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Patrick Swayze
Infelizmente o câncer venceu e Patrick Swayze partiu. Apesar de todos os avanços tecnológicos e pesquisas o paciente com diagnóstico de câncer, de certo modo, ainda sente-se como se sentenciado a morte. Isto deveria ser tirado de letra por nós, afinal de contas a única certeza que temos desde o dia em que encarnamos é que, mais cedo ou mais tarde, de preferência bem mais tarde, iremos morrer. Creio que, alguém irá concordar comigo, o pior não é a nossa partida e sim a partida daqueles a quem amamos.
Patrick lutou bravamente e com certeza seus trabalhos marcarão para sempre este ator em nossas memórias, seja como bailarino em Dirty dancing ou como surfista ladrão de bancos, como fantasma ou ainda como dragequeen. Seu trabalho foi impecável!
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Egeo, um cheiro no ar
Tem dois perfumes que me fazem lembrar pessoas legais do meu passado. Casualmente ambos são do Boticário. Não é merchandising, não! Mas como dizem que não existe coincidência... Um deles é o Stileto e lembra uma paixão de adolescência, o Rossano. Eu o conheci na festa de aniversário de uma colega, de quem ele era primo. Nós dançamos e eu senti este perfume pela primeira vez. Fiquei inebriada! Minhas colegas queriam armar para que o Rossano fosse o meu primeiro beijo. Infelizmente não rolou. Anos mais tarde nós nos reencontramos numa noite de verão. Agora minha memória me falha e não lembro se trocamos beijos ou não. Quero crer que sim, mas temo estar rememorando uma falsa lembrança.
Já o Egeo lembra um amor maduro, bonito e infinito enquanto durou. Creio que a minha Perdição, era assim que eu o chamava, foi o homem que mais amei em minha vida. Nós combinávamos em quase tudo, discordávamos só na política, e erámos harmônicos em todo o resto. Gostávamos de dançar e dançávamos bem juntos. Ele lembrava das piadas e das histórias que eu contava. Tinhámos vários códigos, trocávamos muitas mensagens durante o dia e ficávamos horas conversando e namorando sem cansar. Nosso caso de amor teve dois motivos para acabar, a primeira era o fato de ele ter um compromisso que não podia ser revogado, pois envolvia mais duas pessoas e depois disso vinha a distância. Como diz o ditado "o que os olhos não veem o coração não sente".
O bom de tudo isso foi não ter ficado nenhuma mágoa e sermos amigos até hoje. É claro que sempre pinta uma saudade, principalmente quando pela rua sinto o cheiro dele em alguém que passa. Quanta lembrança boa!!!
Já o Egeo lembra um amor maduro, bonito e infinito enquanto durou. Creio que a minha Perdição, era assim que eu o chamava, foi o homem que mais amei em minha vida. Nós combinávamos em quase tudo, discordávamos só na política, e erámos harmônicos em todo o resto. Gostávamos de dançar e dançávamos bem juntos. Ele lembrava das piadas e das histórias que eu contava. Tinhámos vários códigos, trocávamos muitas mensagens durante o dia e ficávamos horas conversando e namorando sem cansar. Nosso caso de amor teve dois motivos para acabar, a primeira era o fato de ele ter um compromisso que não podia ser revogado, pois envolvia mais duas pessoas e depois disso vinha a distância. Como diz o ditado "o que os olhos não veem o coração não sente".
O bom de tudo isso foi não ter ficado nenhuma mágoa e sermos amigos até hoje. É claro que sempre pinta uma saudade, principalmente quando pela rua sinto o cheiro dele em alguém que passa. Quanta lembrança boa!!!
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Doces lembranças e outras não tão doces
Eu já passei por cada encrenca que os amigos não imaginam! Quando morei fora de casa, por alguns poucos meses, mas que serviram para me mostrar que não sirvo para ficar sem minha família por aí, costumava passar os finais de semana na casa da mãe de uma amiga em Tupanciretã. Tupã, como é chamada, é uma cidade pequena, mas com muitas festas. As festas em Tupã eram muito legais e geralmente íamos ao Red ou ao Concórdia. Uma vez, eu e minha amiga Jô, estávamos sem grana. Então não poderíamos sair, mas descobrimos que mulheres não pagavam até meia noite. Só que o melhor da festa no Conca (Concórdia) era depois da uma hora da manhã, quando o pessoal chegava. O que fazer? Minha amiga Jô teve uma grande ideia, fomos para a boate antes da meia noite e ficamos no banheiro fazendo as unhas até o movimento aumentar. Pode?
Mas o pior estava por vir, ficamos mais ou menos uma hora no banheiro da boate. Depois saímos para dançar no salão. A festa estava boa, até que, começou uma briga. Os seguranças levaram o guri que tava brigando para fora e acabaram com a confusão. No entanto, a briga seguiu do lado de fora. O rapaz que foi retirado tinha feito recém 18 anos e acabou sendo morto pelo próprio irmão. Num consenso das histórias contada pelas testemunhas a coisa se deu da seguinte forma: O rapaz arrumou uma confusão dentro do Clube Concórdia, foi retirado pelos segurança, na rua a briga continuou e o irmão mais velho do rapaz, pegou a arma de um dos seguranças e atirou, acertando-o fatalmente. Ninguém conseguiu segurar o homem que invadiu a boate lavado em sangue, com a arma em uma das mãos e um facão na outra. O tumulto foi geral. As pessoas correram fugindo e derrubaram uma caixa de som da discoteca. Todos queriam se proteger, invadiram as salas do clube. Foi um auê! Eu estava bem no meio do salão, quando o cara entrou cheio de sangue parecia o Jaison, do sexta-feira 13. Fiquei parada olhando pra ver o que acontecia. Daí a Jô me puxou e me enfiou numa sala, que estava cheia. Ficamos esperando lá dentro até a confusão passar. Saímos da sala e o homem já havia sido preso, o cenário na boate era como se tivesse passado um furacão, cadeiras no chão, caixas de som caídas. Um horror!
Com toda a confusão e correria perdemos a carona. Tivemos que arrumar outra. E o moço era meio doido. Ficou indagando o que tinha acontecido e andava em zig-zag pela avenida. Pelo menos chegamos sã e salvas em casa.
Agora, alguns anos depois do susto, sempre damos risada quando lembramos deste fato. Esta foi apenas uma história das tantas que temos no Conca. "Ê tempo bom que não volta nunca mais".
Mas o pior estava por vir, ficamos mais ou menos uma hora no banheiro da boate. Depois saímos para dançar no salão. A festa estava boa, até que, começou uma briga. Os seguranças levaram o guri que tava brigando para fora e acabaram com a confusão. No entanto, a briga seguiu do lado de fora. O rapaz que foi retirado tinha feito recém 18 anos e acabou sendo morto pelo próprio irmão. Num consenso das histórias contada pelas testemunhas a coisa se deu da seguinte forma: O rapaz arrumou uma confusão dentro do Clube Concórdia, foi retirado pelos segurança, na rua a briga continuou e o irmão mais velho do rapaz, pegou a arma de um dos seguranças e atirou, acertando-o fatalmente. Ninguém conseguiu segurar o homem que invadiu a boate lavado em sangue, com a arma em uma das mãos e um facão na outra. O tumulto foi geral. As pessoas correram fugindo e derrubaram uma caixa de som da discoteca. Todos queriam se proteger, invadiram as salas do clube. Foi um auê! Eu estava bem no meio do salão, quando o cara entrou cheio de sangue parecia o Jaison, do sexta-feira 13. Fiquei parada olhando pra ver o que acontecia. Daí a Jô me puxou e me enfiou numa sala, que estava cheia. Ficamos esperando lá dentro até a confusão passar. Saímos da sala e o homem já havia sido preso, o cenário na boate era como se tivesse passado um furacão, cadeiras no chão, caixas de som caídas. Um horror!
Com toda a confusão e correria perdemos a carona. Tivemos que arrumar outra. E o moço era meio doido. Ficou indagando o que tinha acontecido e andava em zig-zag pela avenida. Pelo menos chegamos sã e salvas em casa.
Agora, alguns anos depois do susto, sempre damos risada quando lembramos deste fato. Esta foi apenas uma história das tantas que temos no Conca. "Ê tempo bom que não volta nunca mais".
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
32
Outro dia estava pensando, quando criança achava que no ano 2000 eu estaria muito velha. Hoje, no ano 2009, as vésperas de completar 32 anos me sinto muito jovem. É claro que tem algumas marquinhas de expressões (e eu faço muitas expressões e movimentos com as mãos quando falo), mas estou bem. Principalmente, tô bem comigo. Como toda mulher tem coisas que quero mudar e tal, mesmo assim, no geral, eu gosto do que sou hoje. E confesso que o que sou hoje é muito de tudo que fui quando criança e quando adolescente.Trinta e dois tá legal.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Veranico de agosto
Eu adoro o verão. Não gosto de frio, nem de andar toda cheia de roupas. Este ano, ao invés do veranico de maio, tivemos o veranico de agosto. Os dias estão claros e ensolarados. E quentes. Inverno com quase 30º eu nunca tinha visto. Tõ gostando, apesar de ter pego uma baita gripe e estar com uma tosse horrorosa, que meu tio Jocely costuma chamar de "garrotilho". Já estou sabendo que semana que vem chove e volta a esfriar. Eu já esperava, afinal de contas no meu aniversário sempre faz frio, ou chove, ou ambos. Mas não podia ser muito diferente né? Afinal eu nasci no inverno, apesar de não gostar. E nasci cedinho da manhã, vinte para às seis, apesar de não gostar de acordar cedo também.
Acho que vou aproveitar o tempo bom e fazer um faxinão no roupeiro, limpar a poeira, colocar o que não usei neste inverno e nem em outros anteriores para dar a quem precisa e fará bom uso, renovar energias e me preparar para o novo ano que começa, para mim, depois do meu aniversário. Tenho uma sensação de que algo de muito bom tá por vir.
Acho que vou aproveitar o tempo bom e fazer um faxinão no roupeiro, limpar a poeira, colocar o que não usei neste inverno e nem em outros anteriores para dar a quem precisa e fará bom uso, renovar energias e me preparar para o novo ano que começa, para mim, depois do meu aniversário. Tenho uma sensação de que algo de muito bom tá por vir.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
às vezes eu me sinto assim ó
Dá uma visitada aqui e se delicie com o jardim da Clara. Mas na maioria das vezes sou muito parecida com a Joana.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Cantada ruim
Eu já contei aqui que tem coisas que só acontecem comigo, tipo caras me seguirem na rua e depois eu descobrir que somos colegas, pessoas ligarem por engano e ficar batendo papo, coisas assim. Pois então, ontem foi o dia de coisas que só acontecem comigo acontecerem. Na verdade, a coisa começou na noite anterior quando alguém por quem tenho muito carinho ligou, depois de muito tempo e quis me encontrar, mas esta é outra história. Enfim, a coisa começou no sábado. No domingo, fiz um bolo de laranja e cenoura e me preparei para ir até a casa da minha amiga Angeli, onde aconteceria o seu chá de cegonha, ou, como é conhecido em outros lugares, chá de fralda ou de bebê. Primeiro liguei para outras amigas para saber se elas iriam e pegar referências de como chegar lá, já que só tinha ido uma vez. Saí bem lépida e fagueira num dia realmente bonito de sol para pegar o ônibus e chegar lá. No caminho sou abordada por um rapaz. Digo logo de cara que a cantada foi muito ruim, do tipo:
_Oi, desculpa te atacar assim na rua, mas teu nome não é Tatiana?
Ao que respondi com um sorriso que dizia, esta é velha: _ Não, meu nome não é Tatiana.
_Não, como é teu nome?
_Danieli.
_Tu não foi numa festa...
Neste momento me deu vontade de deixar o cara falando sozinho e ir embora sem olhar pra trás.
_Olha amigo, eu já fui a muitas festas e posso te garantir, nós não nos conhecemos de nenhuma. A gente se vê na rua, porque tu costumas passar por aqui.
_Mas tu podia me dar teu telefone, daí nós podíamos nos conhecer.
A esta altura, eu já estava com cara de "aí, meu Deus do céu!!!". Então resolvi dar o telefone e seguir meu caminho, que era longo até a casa da Angeli e dependia de um ônibus, que eu não fazia ideia de que horário e com que frequência costuma passar aos domingos. É neste momento que o vivente, não se dando por satisfeito de ter o número do telefone, resolve me atrasar mais um pouco e ir comigo até um pedaço do caminho. Com perguntas insistentes de onde eu morava, o que fazia e se era casada ou viúva ou desquitada. Eu sempre respondi, tentei, com cordialidade que não gostava de falar de coisas da minha vida para desconhecidos. No entanto, eu não contava que ele fosse tão insistente. Daí revelou que não havia me confundido, mas que me achava bonita e quis falar comigo. Agradeci o elogio e disse que realmente tinha que ir embora, que tinha um compromisso e estava atrasada. "Oh! Deus!" Ele seguiu querendo que eu marcasse um encontro para a noite.
Com algum custo consegui me desvencilhar do cidadão e segui meu rumo. Esperei por uma hora o dito ônibus, pois além de me alugar, o cara me fez perder o "buzum". Quando estava desistindo de ir e caminhava para voltar para casa veio o coletivo. Já tinha andado um pedaço e precisei voltar rápido para não perder o ônibus. Fui até a casa da Angeli, o chá era na igrejinha, exatamente na parada onde eu tinha descido. Então eu fui até a casa da minha amiga e voltei duas quadras. Mas valeu a pena, estava com muita saudade dela e sua barriguinha de grávida esta linda.
Fiquei lá papeando com ela e outros amigos, até a noite. E quando estou pegando minha bolsa para ir pra casa o telefone toca. Adivinha quem era?
Pois é, o carinha insistindo em me encontrar. Daí expliquei que não dava, que não etava em casa. Então veio a gota d'água, ele perguntou de forma invasiva onde é que eu estava. Tive que ser um pouco grosseira e respondi que não era da conta dele. Cara! Como é que as pessoas podem ser assim? Tu conversa por cinco minutos e eles acham que sabem tudo de ti. Fiquei de cara com aquilo, me senti invadida.
E pra completar o cara me veio com uma cantada ruim. Não foi nem engraçada, sabe? O que é que deu nesta gente, nestes homens? E ele ainda tentou argumentar que eu estava achando que ele era guri, mas que tinha 29 anos. Pensei com meus botôes, 29 é... mas a cantada é ruim.
_Oi, desculpa te atacar assim na rua, mas teu nome não é Tatiana?
Ao que respondi com um sorriso que dizia, esta é velha: _ Não, meu nome não é Tatiana.
_Não, como é teu nome?
_Danieli.
_Tu não foi numa festa...
Neste momento me deu vontade de deixar o cara falando sozinho e ir embora sem olhar pra trás.
_Olha amigo, eu já fui a muitas festas e posso te garantir, nós não nos conhecemos de nenhuma. A gente se vê na rua, porque tu costumas passar por aqui.
_Mas tu podia me dar teu telefone, daí nós podíamos nos conhecer.
A esta altura, eu já estava com cara de "aí, meu Deus do céu!!!". Então resolvi dar o telefone e seguir meu caminho, que era longo até a casa da Angeli e dependia de um ônibus, que eu não fazia ideia de que horário e com que frequência costuma passar aos domingos. É neste momento que o vivente, não se dando por satisfeito de ter o número do telefone, resolve me atrasar mais um pouco e ir comigo até um pedaço do caminho. Com perguntas insistentes de onde eu morava, o que fazia e se era casada ou viúva ou desquitada. Eu sempre respondi, tentei, com cordialidade que não gostava de falar de coisas da minha vida para desconhecidos. No entanto, eu não contava que ele fosse tão insistente. Daí revelou que não havia me confundido, mas que me achava bonita e quis falar comigo. Agradeci o elogio e disse que realmente tinha que ir embora, que tinha um compromisso e estava atrasada. "Oh! Deus!" Ele seguiu querendo que eu marcasse um encontro para a noite.
Com algum custo consegui me desvencilhar do cidadão e segui meu rumo. Esperei por uma hora o dito ônibus, pois além de me alugar, o cara me fez perder o "buzum". Quando estava desistindo de ir e caminhava para voltar para casa veio o coletivo. Já tinha andado um pedaço e precisei voltar rápido para não perder o ônibus. Fui até a casa da Angeli, o chá era na igrejinha, exatamente na parada onde eu tinha descido. Então eu fui até a casa da minha amiga e voltei duas quadras. Mas valeu a pena, estava com muita saudade dela e sua barriguinha de grávida esta linda.
Fiquei lá papeando com ela e outros amigos, até a noite. E quando estou pegando minha bolsa para ir pra casa o telefone toca. Adivinha quem era?
Pois é, o carinha insistindo em me encontrar. Daí expliquei que não dava, que não etava em casa. Então veio a gota d'água, ele perguntou de forma invasiva onde é que eu estava. Tive que ser um pouco grosseira e respondi que não era da conta dele. Cara! Como é que as pessoas podem ser assim? Tu conversa por cinco minutos e eles acham que sabem tudo de ti. Fiquei de cara com aquilo, me senti invadida.
E pra completar o cara me veio com uma cantada ruim. Não foi nem engraçada, sabe? O que é que deu nesta gente, nestes homens? E ele ainda tentou argumentar que eu estava achando que ele era guri, mas que tinha 29 anos. Pensei com meus botôes, 29 é... mas a cantada é ruim.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Romário
O Deibidi foi meu amiguinho por muito tempo. Eu amava aquele bicho de pelúcia. Depois eu tive uma ursa, porque nem lembro o que aconteceu com o Deibidi, mas ele sumiu. Esta era feita artesanalmente, veio com vestidinho e avental, olhos e boca daqueles que são colados e em pouco tempo virou um bichinho de pelúcia sem cara. Mas eu dormia com ela sempre. Até que ganhei um snif snif. Meu cachorrinho bege, com manchas pretas e um topete fofinho. Deste eu não me perdi. Durmo com ele até hoje. Apesar de já ser titia. O nome do meu snifsnif é Romário. Já ouvi amigos querendo que eu mude o nome, porque o jogador é problemático, faz coisas não muito legais e sei-lá-mais-o-quê. Mas eu gosto do Romário, o jogador, apesar dos pesares. E são mais de 20 anos que meu cachorro de pelúcia se chama Romário, então, não dá.
Hoje em dia meu Romário já está carequinha, como o jogador, mas continua do meu lado nas noites frias ou quentes. Na foto vocês podem nos ver num momento de carinho mútuo. (risos) Esta é a lembrança física da infância da qual eu nunca me afastei.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Lembrança
Ontem estava pensando nos tempos de criança. Um pouco por causa das histórias da Nina, a Menina Feliz que divide suas experiências com a gente no blog, sempre ilustradas com desenhos lindinhos. Me peguei pensando no primeiro bicho de pelúcia que lembro de ter ganhado. Não lembro a marca, só que ele era marrom escuro, seu dedo encaixava na boca e eu o batizei de "Deibidi". Sim, bem assim, porque eu era criança e pra mim não tinha diferença entro o que eu dizia e o que estava escrito. Esclareço que era assim que eu pronunciava o nome "deibidi". O nome foi escolhido por causa do seriado do incrível Hulk que passava na televisão e David era o nome do cientista antes de ficar verde e virar Hulk. Sim, o incrível Hulk, apesar de verde, era meu personagem de história em quadrinhos ou super herói favorito. Junto com ele eu gostava da mulher maravilha, mas isto por pura vontade de ser a Mulher maravilha, confesso.
Acho que o que mais me fascinava no hulk era ver o homem franzino no momento da raiva virar um homenzarrão poderoso, embora totalmente irracional. O mais legal é que por conta da minha fascinação eu ganhei de aniversário uma camiseta do Hulk, lembro direitinho e tenho até foto com a blusa amarela, com ribanas vermelhas e o desenho do super herói verde na frente. Sinto saudade dos episódios e do final, sempre com aquela música tocada ao piano e o David indo embora, com a bolsa no ombro e uma camisa xadrez.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Dias de nostalgia e saudade do vendedor de livros mais lindo
O título é grande, mas a nostalgia também. Alguns anos atrás eu o encontrei, na véspera de natal no Big, eu com minha sobrinha, ele com o filho. Foi muito engraçado aquele dia, porque eu estava descendo a escada e ele ficou parado na parte superior do supermercado me olhando, até que levantei os olhos e dei com ele, sorrindo. Sorri também e mexi com ele dizendo que era meu presente do papai noel.
Acho que depois disso só o vi mais uma vez.
É estranho como algumas pessoas não são tão íntimas, não são tão próximas e mesmo assim marcam significativamente nossas vidas, a ponto de termos saudade delas. Com o vendedor de livros é assim. Sempre que entro na livraria sinto que vou encontrá-lo. Na feira do livro pressinto que o verei, mesmo que de longe.
Quem sabe nossos caminhos não se cruzem de novo né? É como aquela música da Ana Carolina, numa hora ou outra minha vida encosta na tua.
Acho que depois disso só o vi mais uma vez.
É estranho como algumas pessoas não são tão íntimas, não são tão próximas e mesmo assim marcam significativamente nossas vidas, a ponto de termos saudade delas. Com o vendedor de livros é assim. Sempre que entro na livraria sinto que vou encontrá-lo. Na feira do livro pressinto que o verei, mesmo que de longe.
Quem sabe nossos caminhos não se cruzem de novo né? É como aquela música da Ana Carolina, numa hora ou outra minha vida encosta na tua.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
O vendedor de livros
Ele podia ser um vendedor de sonhos, ou ser o dono do meu sonho. Quase todos os livros que tenho comprei com ele, sério! Eu entrava na salinha onde ficava a livraria e ele com aquele vozerão me invadia inteira. Sabe quando uma voz te enche, te abre, te invade? Não era só pelos ouvidos não, não era aquela oscilação do tímpano. Aquela voz, só a voz me despia inteira.
Depois tinha aquele olhar. Nossa! Eu sei que o olhar dele era uma retribuição do meu olhar abusado pra cima dele. Mas era um olhar de raio X.
Na verdade, nunca aconteceu nada, nós conversávamos sobre livros, ele me perguntava coisas sobre o Gabo, meu autor favorito e falava de alguns pedaços de livros que lia quando tinha tempo na livraria.
Na verdade o nome da minha biblioteca será em homenagem a ele, ao que ele se ofereceu para organizá-la. Pena é que ele não está mais na livraria e faz uns dois anos que não o vejo mais. Sinto saudade de vê-lo na Feira do livro.
agora ele é o vendedor de livros que só aparece no meu sonho.
Depois tinha aquele olhar. Nossa! Eu sei que o olhar dele era uma retribuição do meu olhar abusado pra cima dele. Mas era um olhar de raio X.
Na verdade, nunca aconteceu nada, nós conversávamos sobre livros, ele me perguntava coisas sobre o Gabo, meu autor favorito e falava de alguns pedaços de livros que lia quando tinha tempo na livraria.
Na verdade o nome da minha biblioteca será em homenagem a ele, ao que ele se ofereceu para organizá-la. Pena é que ele não está mais na livraria e faz uns dois anos que não o vejo mais. Sinto saudade de vê-lo na Feira do livro.
agora ele é o vendedor de livros que só aparece no meu sonho.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Procura-se um príncipe
Ontem estava olhando o fantástico, coisa que não faço quase nunca, mas com o temporal que se formava por aqui todos os outros canais de tevê saíram do ar. Esclareço, não assisto dito programa porque não há mais notícias, apenas variedades, uma liga para ajudar mulheres com problemas, entradas ao vivo para falar do novo reality show, debates sobre as cenas polêmicas das novelas da emissora, futebol e esportes, enfim mil informações que podem até ser importantíssimos para uns, mas que de um modo geral podem muito bem ficar naquela área da memória temporária e ser completamente descartada daqui há algumas horas. Então estava lá esperando que eles falassem da música de Raul Seixas que seria exibida pela primeira vez na televisão e a dita liga das mulheres estava empenhada em ajudar uma moçoila que quer casar. A moça não encontrou ninguém, apesar da mulherada da liga encontrar dois bons partidos para ela, caras bonitões, com vida estável, emprego e que ficaram afim dela. Mas ela... Ela está a procura de um príncipe. Sua ânsia é pela perda da fala, o suor nas mãos, o fogo nas entranhas, o coração acelerado e, claro, não pode ser paixão se não houver as borboletas no estômago.
Na minha visão ela não fez uma boa coisa. Não fez porque quando a gente busca uma paixão assim, um amor de filme romântico, não dá pra ir procurar num programa de tevê, com gente dando palpite. A gente tem que estar com os olhos bem abertos, com os sentidos estimulados para não só ver, mas sentir tudo. E daí a mulher, esta que busca o príncipe, padece de um mal que é trabalhar demais e não gostar de sair. Por isso, depois de um dia exaustivo ela vai pra casa e fica horas assistindo filmes de amorr. Eu também faço isto, mas tenho consciência de que meu amor verdadeiro não vai bater na minha porta, porque a vida não é um filme com diretor que diz que é assim que as coisas vão acontecer afinal está no roteiro.
Vá lá que ela não goste de balada, ninguém é obrigado a gostar e eu até acredito que em balada não seja o local mais adequado para encontrar alguém para um "compromisso" como ela quer. Mas uma caminhada, cinema, sair com amigos, se divertir consigo é o princípio. Quem não gosta de si, não consegue fazer com que outra pessoa goste.
Acho que ela precisa colocar o pé no chão, conscientizar, não sou a Meg Ryan e o Nicolas Caige não vai deixar de ser anjo pra ficar comigo. Agora vou procurar um cara de verdade, carne e osso, com qualidades maravilhosas e defeitos irritantes. Ela deve continuar a querer as borboletas no estômago, só que talvez procurar não seja a melhor estratégia. Mas tem que ser vista, circular, aparecer, afinal, diz o ditado "quem não é visto, não é lembrado".
Na minha visão ela não fez uma boa coisa. Não fez porque quando a gente busca uma paixão assim, um amor de filme romântico, não dá pra ir procurar num programa de tevê, com gente dando palpite. A gente tem que estar com os olhos bem abertos, com os sentidos estimulados para não só ver, mas sentir tudo. E daí a mulher, esta que busca o príncipe, padece de um mal que é trabalhar demais e não gostar de sair. Por isso, depois de um dia exaustivo ela vai pra casa e fica horas assistindo filmes de amorr. Eu também faço isto, mas tenho consciência de que meu amor verdadeiro não vai bater na minha porta, porque a vida não é um filme com diretor que diz que é assim que as coisas vão acontecer afinal está no roteiro.
Vá lá que ela não goste de balada, ninguém é obrigado a gostar e eu até acredito que em balada não seja o local mais adequado para encontrar alguém para um "compromisso" como ela quer. Mas uma caminhada, cinema, sair com amigos, se divertir consigo é o princípio. Quem não gosta de si, não consegue fazer com que outra pessoa goste.
Acho que ela precisa colocar o pé no chão, conscientizar, não sou a Meg Ryan e o Nicolas Caige não vai deixar de ser anjo pra ficar comigo. Agora vou procurar um cara de verdade, carne e osso, com qualidades maravilhosas e defeitos irritantes. Ela deve continuar a querer as borboletas no estômago, só que talvez procurar não seja a melhor estratégia. Mas tem que ser vista, circular, aparecer, afinal, diz o ditado "quem não é visto, não é lembrado".
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Maldade com os animais
Quando criança nunca tive cachorro ou gato, isto era com meu irmãos, um cachorreiro e o outro gateiro. Eu convivia com os bichinhos deles, dava comida, água e até limpava a sujeira, mas nunca quis ter um bicho meu. Talvez seja trauma de quando resolvi dar banho nos filhotes da gata da minha prima Lili, pois é, dias de recém nascidos e eu coloquei os gatinhos de molho num tanque cheio com água e sabão. Morreram todos! Acho que eu traumatizei! Calma gente! Eu tinha uns quatro ou cinco anos e não sabia que estava matando os bichos. Mas isto não impediu que sentisse culpa, até hoje me pergunto o porquê daquilo.
Enfim, nunca tive animais de estimação, meus. E agora que estou mais velha consigo conviver bem melhor com os animais, cães, gatos, passarinhos, cavalos, etc. Perdi um pouco do medo que tinha. Não sei também se este medo era que eles me fizessem alguma coisa ou se, de que eu fizesse para eles.
Embora não seja uma apaixonada por animais, e admito isto sem culpa, não gosto que maltratem os bichos. É por isto também que não os tenho, pois moro num apartamento pequeno, onde o espaço é restrito para as pessoas que entendem que seu espaço é restrito e o silêncio e o respeito com o outro são imprescindíveis.
No entanto, vários vizinhos meus tem cachorro e gato nos apartamentos. No geral vejo as pessoas passeando com seus pets, cuidando, mas tem uma vizinha que tem uma "cã", o que é aquilo, ontem o pobre do bicho passou chorando e uivando o dia todo. E isto não é forma de expressão não, ela uivou durante todo o dia, manhã, tarde e até uma meia noite (porque depois disso eu, consegui dormir). Outros vizinhos reclamam, mas o animal passa sempre os dias trancado e sozinho.
Para mim isto não é amor pelo animal, mas puro desrespeito. Isto não é jeito de ter um amigo, fala sério, deixar a cadela gritando durante horas?! Não pode ser amor.
Enfim, nunca tive animais de estimação, meus. E agora que estou mais velha consigo conviver bem melhor com os animais, cães, gatos, passarinhos, cavalos, etc. Perdi um pouco do medo que tinha. Não sei também se este medo era que eles me fizessem alguma coisa ou se, de que eu fizesse para eles.
Embora não seja uma apaixonada por animais, e admito isto sem culpa, não gosto que maltratem os bichos. É por isto também que não os tenho, pois moro num apartamento pequeno, onde o espaço é restrito para as pessoas que entendem que seu espaço é restrito e o silêncio e o respeito com o outro são imprescindíveis.
No entanto, vários vizinhos meus tem cachorro e gato nos apartamentos. No geral vejo as pessoas passeando com seus pets, cuidando, mas tem uma vizinha que tem uma "cã", o que é aquilo, ontem o pobre do bicho passou chorando e uivando o dia todo. E isto não é forma de expressão não, ela uivou durante todo o dia, manhã, tarde e até uma meia noite (porque depois disso eu, consegui dormir). Outros vizinhos reclamam, mas o animal passa sempre os dias trancado e sozinho.
Para mim isto não é amor pelo animal, mas puro desrespeito. Isto não é jeito de ter um amigo, fala sério, deixar a cadela gritando durante horas?! Não pode ser amor.
Um nojinho de leve
Ao ler esta matéria, acabei não me identificando com quase nada destas histórias, porque uso diariamente só desodorante e creme hidratante. Depilo só a canela, as axilas e a virilha (bem pouquinho), gosto de ser cabeluda lá naquele lugar. Uso absorvente higiênico quando estou menstruada porque sou obrigada, por isso nunca uso os tais protetores de calcinhas, até porque tomo banho diariamente e lavo a dita cuja. E a única ocasião em que tenho um pouco de receio quanto ao meu cheiro lá, é quando vou a ginecologista e sei que isto é pura paranóia, afinal se faz apenas meia hora que me lavei, é impossível que eu já esteja fedendo. Fedendo sim, porque quando o odor natural exala, em situações naturais, sem pressão, sem estresse, sem medo o meu cheiro é bom. E o único cheiro que realmente pode tirar meu sossego é o das axilas.
Para evitar constrangimentos com o odor do "sovaco" eu não uso blusas ou camisetas que sejam de tecido que não deixam transpirar, estes "acrílicos". Só algodão e tecidos naturais.
Por isso ao ler esta matéria, não me senti parte destas mulheres de plástico sem cheiro de que eles falavam. Até porque estou bem fora do padrão de beleza que se incute nas mentes por aí a fora, sou baixinha, sou gordinha e tenho sardas.
Para evitar constrangimentos com o odor do "sovaco" eu não uso blusas ou camisetas que sejam de tecido que não deixam transpirar, estes "acrílicos". Só algodão e tecidos naturais.
Por isso ao ler esta matéria, não me senti parte destas mulheres de plástico sem cheiro de que eles falavam. Até porque estou bem fora do padrão de beleza que se incute nas mentes por aí a fora, sou baixinha, sou gordinha e tenho sardas.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Vou ganhar você
Gente, a primeira vez que escutei esta música na novela senti meu corpo arrepiar. Fui tomada por ela, pelas palavras, pela voz, do cantor, que num primeiro momento achei que fosse o Seu Jorge. Então resolvi sair em busca da dita música, e o google me ajudou muito, primeiro procurando por Seu Jorge, nada. Ontem ouvi novamente a música e fiquei com o refrão na cabeça, dormi e acordei pensando na música. Hoje comecei de novo a busca e descobri que a música é uma composição do Peninha. Escutei uma gravação com o Rick e Renner e desde o primeiro acorde já percebi que não era a música que eu queria. Como sou brasileira e não desisto, continuei a saga, e encontrei a versão que queria, com o Franco Levine. Não conhecia o intérprete, além da música que ouvi na novela. Que é esta aqui. Depois escutei a canção na voz do Peninha, mas continuo com a versão de Levine, que faz meus pêlos arrepiarem. Também ouvi outras interpretações dele, virei fã.
terça-feira, 28 de julho de 2009
Meu pé de laranja lima
O livro é bem antiguinho, mas é de uma singeleza que faz com que tenhamos vontade de ter sido um menino levado. Meu pé de laranja lima, do José Mauro de Vasconcelos é um dos mais lindos que já li. Não tem a beleza filosófica d'O pequeno príncipe, de Antoine de Sant Exupéry. Talvez por representar uma infância possível pra mim, que vim de uma família pobre, que tenho as histórias do meu pai e da minha mãe de crescerem numa cidade muito mais verde, muito mais pacata, O meu pé de laranja lima toque tanto.
Não preciso nem dizer que leio e choro e riu muito, pelas mazelas do pobrezinho do Zezé e pelas suas diabruras também.
Nunca vou esquecer o dia que acabei de ler o livro, já estava com dezesseis anos, numa manhã quente de verão, e chorava copiosamente. Minha mãe foi quem pediu pro meu irmã tirar o livro na biblioteca do sesi, que era pertinho da minha casa. Todos lemos, ele, que bem se parecia com o Zezé em suas capetices, a mãe, que já tinha lido na juventude e eu.
Este livro virou um "livro de família", a gente fala bem dele, faz beicinho quando lembra alguma passagem triste, enfim, vive a história todo o tempo, quando lê e quando relembra. Eu comprei o livro para ler para os meus sobrinhos. Estou lendo sozinha primeiro, para relembrar coisas esquecidas. E tenho certeza de que quando ler para eles vou chorar, de novo, e as crianças irão rir, de mim.
Não preciso nem dizer que leio e choro e riu muito, pelas mazelas do pobrezinho do Zezé e pelas suas diabruras também.
Nunca vou esquecer o dia que acabei de ler o livro, já estava com dezesseis anos, numa manhã quente de verão, e chorava copiosamente. Minha mãe foi quem pediu pro meu irmã tirar o livro na biblioteca do sesi, que era pertinho da minha casa. Todos lemos, ele, que bem se parecia com o Zezé em suas capetices, a mãe, que já tinha lido na juventude e eu.
Este livro virou um "livro de família", a gente fala bem dele, faz beicinho quando lembra alguma passagem triste, enfim, vive a história todo o tempo, quando lê e quando relembra. Eu comprei o livro para ler para os meus sobrinhos. Estou lendo sozinha primeiro, para relembrar coisas esquecidas. E tenho certeza de que quando ler para eles vou chorar, de novo, e as crianças irão rir, de mim.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Buscar caminhos
Dizem que o coração é o nosso melhor conselheiro. A inteligência emocional comprova isto, até de forma científica. Mas nós não somos acostumados a "ouvir" o que ele nos diz, geralmente queremos saber e seguir os caminhos que a razão nos indica, com isto acabamos por não escutar o que o coração esta tentando nos falar. Tem muito barulho a minha volta, estou prestando atenção para ver o que ele me diz.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Divisão
Tinha uma personagem da Cláudia Raia, lá pelos anos 80 que costumava dizer " me tou dividinha como uma laranja!". Esta era a Tancinha, falando de como estava indecisa entre dois amores e a novela Sassaricando. Algumas vezes eu já me senti assim. Na maioria das vezes não era entre dois amores, mas entre o amor e o compromisso, ou tentar ou esperar mais um pouquinho? Eu não costumo fugir da raia, quando sinto que é aquilo, que é o cara, que tá na hora, vou sem medo, enfrento, decido, me entrego e não penso, apenas escuto a voz do cara que mais entende de mim, o meu coração. Mas se há dúvida, o cara que menos sabe, o cérebro, fica desdizendo tudo que o coração manda.
Eu tô me sentindo assim neste momento. O coração meio que diz, não é por aí, e o cérebro diz, mas e se esta for tua chance? Ou será o contrário? Eu tô tão confusa, que não sei nem diferenciar o que um e outro dizem. Porque eu sei que paixão não dura pra sempre, mas é tão bom sentir as "borboletas no estômago"! E eu continuo na dúvida.
Eu tô me sentindo assim neste momento. O coração meio que diz, não é por aí, e o cérebro diz, mas e se esta for tua chance? Ou será o contrário? Eu tô tão confusa, que não sei nem diferenciar o que um e outro dizem. Porque eu sei que paixão não dura pra sempre, mas é tão bom sentir as "borboletas no estômago"! E eu continuo na dúvida.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Possibilidades
Eu sempre penso que não existe uma fórmula, nem um jeito específico de planejar a vida, principalmente no caso de um relacionamento. Porque sempre tem o outro, o pensamento do outro, os planos do outro. E para que o amor sobreviva neste meio temos que equilibrar o eu e o outro. Não sou expert em relacionamentos. Muito pelo contrário, tive um namoro sério na vida, isto aos 18 anos de idade, foi a única vez que me imaginei vivendo ao lado de alguém, tendo filhos e casa para cuidar. Pensei em viver ao lado de alguém específico. Porque "alguéns" sem cara nenhuma já povoaram a imaginação, mas como eu disse, uma coisa é a teoria, é o plano das ideias e outra é a coisa em si, com o outro respondendo, replicando, sendo ele.
É por isso que fico pensando em como se deram as coisas na minha vida. Com medo de errar me envolvi em alguns relacionamentos complicados, me apaixonei por quem não devia, beijei quem não podia, sofri bastante, chorei demais. Desisti algumas vezes e noutras me enchi de coragem. Só que no final estou, só. Nem sempre solitária.
Por isso tomei uma resolução para minha vida, a primeira: enterrar o passado de vez, o que é amor no lugar do amor, o que é amizade no lugar da amizade, o que passou no passado e o objetivo de viver muito bem o aqui e agora, nada de mas e amanhã, como será? Como diz aquela canção, "será como Deus quiser". Depois de colocar cada coisa em seu lugar, parti para concluir os casos mal resolvidos, ponto final naquelas coisas que estavam penduradas tipo nem ata nem desata. Dei nó cego em algumas com uma corda de um lado e na outra ponta uma pedra, assim as coisas foram resolvidas. Pedi desculpas para algumas pessoas, pensei em mágoas passadas e dei cabo delas para ficar livre, sem empecilhos, sem rancores idiotas e sem pendências.
Renovei meus votos de ser feliz por mim mesma e de me amar sempre para poder amar bem quando a hora chegar. É claro que vira e mexe surgem algumas questões do tipo, será que ele virá? Será que tá do meu lado e eu não percebo? Ou terei deixado a oportunidade passar? É, todas as questões a este respeito me assombram, eu penso um pouco e depois deixo pra lá. Não adianta eu me preocupar com coisas que não dependem de mim.
Por alguns momentos eu acredito que estou pronta, que agora é a hora. Não sei, acho que nunca vou ter certeza. A única certeza de que tenho é que quero e que estou fazendo o meu melhor. Uma vez ou outra piso na bola, troco os pés pelas mãos, mas assim que dou conta do erro, faço o que deve ser feito, corrijo, me desculpo e aprendo (ou pelo menos tento). E vou seguindo, tentando acertar.
É por isso que fico pensando em como se deram as coisas na minha vida. Com medo de errar me envolvi em alguns relacionamentos complicados, me apaixonei por quem não devia, beijei quem não podia, sofri bastante, chorei demais. Desisti algumas vezes e noutras me enchi de coragem. Só que no final estou, só. Nem sempre solitária.
Por isso tomei uma resolução para minha vida, a primeira: enterrar o passado de vez, o que é amor no lugar do amor, o que é amizade no lugar da amizade, o que passou no passado e o objetivo de viver muito bem o aqui e agora, nada de mas e amanhã, como será? Como diz aquela canção, "será como Deus quiser". Depois de colocar cada coisa em seu lugar, parti para concluir os casos mal resolvidos, ponto final naquelas coisas que estavam penduradas tipo nem ata nem desata. Dei nó cego em algumas com uma corda de um lado e na outra ponta uma pedra, assim as coisas foram resolvidas. Pedi desculpas para algumas pessoas, pensei em mágoas passadas e dei cabo delas para ficar livre, sem empecilhos, sem rancores idiotas e sem pendências.
Renovei meus votos de ser feliz por mim mesma e de me amar sempre para poder amar bem quando a hora chegar. É claro que vira e mexe surgem algumas questões do tipo, será que ele virá? Será que tá do meu lado e eu não percebo? Ou terei deixado a oportunidade passar? É, todas as questões a este respeito me assombram, eu penso um pouco e depois deixo pra lá. Não adianta eu me preocupar com coisas que não dependem de mim.
Por alguns momentos eu acredito que estou pronta, que agora é a hora. Não sei, acho que nunca vou ter certeza. A única certeza de que tenho é que quero e que estou fazendo o meu melhor. Uma vez ou outra piso na bola, troco os pés pelas mãos, mas assim que dou conta do erro, faço o que deve ser feito, corrijo, me desculpo e aprendo (ou pelo menos tento). E vou seguindo, tentando acertar.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Ontem, hoje... tpm
Tento esquecer esta sigla. Juro! Mas acho que não tô fazendo força suficiente, porque ela sempre vem com força, todo mês, junto com a cólica, só que para esta tem remédio. O problema é que tento esquecer para não ficar com aquela má impressão que é também um pouco machista de que mulher quando não tá num bom dia ou tá com tpm ou tá com falta de homem. Mas percebo que os hormônios são mais fortes do que eu. E durante este período de inchaços, algumas dores e irritações sempre digo ou faço alguma coisa que me deixa muito triste, como ser estúpida com alguém que amo muito.
Além de todos estes problemas ainda tem a tristezinha que teima em rodear e encher meus olhos de lágrimas e meu peito de suspiros looongos, que chega doer em quem os escuta. Ainda bem que passa. Só que eu não queria mais ficar assim e agredir meus amores. Alguém tem uma receitinha caseira para aliviar a tmp???
Além de todos estes problemas ainda tem a tristezinha que teima em rodear e encher meus olhos de lágrimas e meu peito de suspiros looongos, que chega doer em quem os escuta. Ainda bem que passa. Só que eu não queria mais ficar assim e agredir meus amores. Alguém tem uma receitinha caseira para aliviar a tmp???
terça-feira, 14 de julho de 2009
RC
Na noite de sábado descobri que sei quase todas as músicas do Roberto Carlos. Principalmente sei aquelas mais antigas, do tempo da jovem guarda, as do rei romântico. Chorei muito, desde a segunda música até o momento em que o Erasmo falou. Me senti muito leve depois e sem culpa nenhum de ter chorado um Roberto Carlos inteiro, num sábado a noite.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Muita reflexão
Estou num momento de muito refletir. Tenho lido muitas histórias emocionantes e interessantes nos blogs que sigo e tenho tentado colocar algumas destas coisas na minha vida. Emoção é tudo na nossa vidica!
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Filhas da Terra
Filhas da terra, é o nome da exposição do artista plástico Madu Lopes, que acontece até o final do mês na sala Ináh Costa, na Secretária de Cultura de Pelotas. A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 12h30min às 18h 30min.
A foto do quadro Tempo de borboleta, foi "surrupiado" do orkut do meu amigo Madu. Embora tenha sido uma abdução com intenção de divulgar o maravilhoso trabalho do artista, cabe aqui minhas desculpas, viu Madu?! Visitem a mostra e conheçam o trabalho dele.
A foto do quadro Tempo de borboleta, foi "surrupiado" do orkut do meu amigo Madu. Embora tenha sido uma abdução com intenção de divulgar o maravilhoso trabalho do artista, cabe aqui minhas desculpas, viu Madu?! Visitem a mostra e conheçam o trabalho dele.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Fim de ciclo
Segundo a numerologia o número no é o final, o fim de um ciclo e o começo de outro. No caso do nosso ano 2009, pela numerologia, estaríamos num ano com energia 2, pois 2+0+0+9 = 11, 1+1 = 2. De acordo com o wikipédia o Ano 2 é "Ano de paz e tranqüilidade. Será necessário tato, diplomacia e paciência no trato com os outros. Cuidado com alguma carência afetiva e esteja pronto para apoiar a quem precisa de sua ajuda." O Final do ciclo teria sido 2007, que somado dá 9. Mas a energia que algumas pessoas estão sentindo é de final de ciclo. Uma amiga estava falando da energia, muita gente ficando doente, casais se separando, coisas do tipo. E isto não saiu da minha cabeça. Fui pesquisar sobre os números e ver o que diziam e percebi que no caso dos casais que soube terem rompido uma coisa é certa existia carência afetiva e uma mudança em uma das partes do casal, ao qual, segundo a orientação para o Ano 2 é estar pronto a apoiar quem precisa de ajuda.
O mais importante aqui não é a superstição. Nada disso, o que demais importa é o aprendizado e o proveito das coisas que podemos ter quando sabemos de antemão o que irá se passar. Não podemos evitar que as coisas aconteçam, mas devemos nos preparar para passar por elas da melhor maneira possível. O ano pode ser de paz, se cuidarmos de ter paciência, tato, diplomacia. Talvez estejamos mesmo carentes em relações que estagnaram, o que fazer? Olhar para dentro de si e se perguntar o que queremos, para a partir daí encarar as mudanças que devem vir. Algumas talvez sejam bem doloridas, mas cada coisa tem seu tempo, e mudam. A vida é mudança, quando não pudermos mais mudar, aí sim é que estaremos perdidos.
O mais importante aqui não é a superstição. Nada disso, o que demais importa é o aprendizado e o proveito das coisas que podemos ter quando sabemos de antemão o que irá se passar. Não podemos evitar que as coisas aconteçam, mas devemos nos preparar para passar por elas da melhor maneira possível. O ano pode ser de paz, se cuidarmos de ter paciência, tato, diplomacia. Talvez estejamos mesmo carentes em relações que estagnaram, o que fazer? Olhar para dentro de si e se perguntar o que queremos, para a partir daí encarar as mudanças que devem vir. Algumas talvez sejam bem doloridas, mas cada coisa tem seu tempo, e mudam. A vida é mudança, quando não pudermos mais mudar, aí sim é que estaremos perdidos.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Esperança
Para alguns é um fio, para outros é tudo e tem aqueles que dizem que é a última que morre. Para mim esta ligado a fé. A fé no sentido de acreditar em algo, não de religião. E de uns tempos pra cá eu aprendi muito a acreditar. Sempre acreditei muito nas coisas, nos fatos, nas ações e expressões das pessoas. Mas agora acredito mais, acredito no que não percebo com os olhos, mas aquilo que sinto com todo meu ser. E tenho sentido muitas coisas boas ao meu redor. É claro que o mundo também esta ao meu redor, e nele tem acontecido situações não muito boas. No entanto eu acredito que vai mudar, que muito do que está ruim irá mudar. E esperança é uma coisa boa, ainda mais se ela nos leva a melhorar.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Michael Jackson
Sabe que esta história da morte do Michael Jackson me fez lembrar algumas coisas da minha infância. Por exemplo, percebi que algumas múscias de que gosto até hoje eu escutei lá longe, naquele tempo bom, onde podíamos brincar na rua sem tanto perigo, onde brigas de colegas acabavam com a professora mandando que eles apertassem as mãos e quando os pais particiavam mais da vida escolar e da vida dos filhos.
Eu tive notícias do Michael pela tevê e amava ver o pessoal dançando como ele, misturando passos de "break". Lembro que meu primo Duda tinha um disco do Michael Jackson e no final de uma das canções tinha uma risada muito sinistra, que me apavorava quando era de noite. É claro que a música era "Thriller". Além de ouví-la, dançavamos tentando imitar o homem que viria a ser o rei do pop.
Não me considero uma fã, gosto das suas canções, principalmente das mais antigas, as que escutava no rádio quando era criança e de quando ele era bonito, sem plásticas, sem mudanças no cabelo. Muitas polêmicas envolveram a imagem do Michael, acusações de abuso, falência, enfim... Por outro lado, ele nunca perdeu a fama e a força de mobilizar as pessoas e encantá-las com seus passos e sua voz.
Entre as músicas dele de que mais gosto está Ben, que ele compôs para seu ratinho. Esta canção demonstra o quanto ele se sentia só no mundo. Mesmo com tantos adoradores ele era sozinho, sentia-se incomum, talvez, incompreendido, triste. Seu corpo morreu, muitos fãs fazem homenagens mundo afora. No entanto, o ícone, este jamais morrerá. O rei do pop Michael Jackson viverá para sempre, tal como ainda vive o rei do rock Elvis Presley.
Ben
Michael Jackson
Composição: Michael Jackson
Ben, the two of us need look no more
We both found what we were looking for
With a friend to call my own
I'll never be alone
And you, my friend will see
You've got a friend in me
(You've got a friend in me)
Ben, you're always running here and there
(Here and there)
You feel you're not wanted anywhere (anywhere)
If you ever look behind
And don't like what you find
There's something you should know
You've got a place to go
(You've got a place to go)
I used to say "I" and "me"
Now it's "us", now it's "we"
(I used to say "I" and "me"
Now it's "us", now it's "we")
Ben, most people would turn you away
(Turn you away)
I don't listen to a word they say
(A word they say)
They don't see you as I do
I wish they would try to
I'm sure they'd think again
If they had a friend like Ben
(A friend)
Like Ben
(Like Ben)
Like Ben
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Mira, metas e planejamento
Nunca tive muitas metas, nem planejamento na minha vida. Para alguns isto é terrível, pra quem sabe que sou virginiana, com ascendente em virgem isto parece impossível. Mas as coisas foram se apresentando na minha vida, como minha vocação para escrever, por exemplo. A partir desta descoberta busquei me preparar para realizar a atividade e a profissão que escolhi com responsabilidade, com conhecimento e qualificação. É bem verdade que o que me levou a escolher, além da vocação que se apresentava, era uma visão romântica da profissão de jornalista. Com o passar do tempo eu me desiludi um pouco, bastante, com colegas de profissão e com a própria classe, que não atua como classe. A desregulamentação da profissão, assinada pelo STF na última semana foi mais um ponto a me fazer botar as barbas (que não tenho) de molho. Mas não é sobre a desilusão com o jornalismo que quero falar e sim do fato de não fazer planos, de aproveitar as oportunidades que se apresentam. Em relação a minha profissão, por exemplo, eu busquei a qualificação, também corri atrás de trabalho, mas as oportunidades de que mais tirei proveito foram aquelas que surgiram meio que por acaso.
Na vida pessoal as coisas também aconteceram meio por acaso. Meu primeiro amor na vida adulta conheci numa viagem a Salvador, namoramos quase dois anos, fazíamos planos para morar juntos e ter filhos, não aconteceu. Depois sem planejar fui morar noutra cidade por causa do trabalho e conheci meu segundo amor. Também não fizemos planos, aproveitamos os momentos e foram ótimos momentos.
Mas todo mundo diz que temos que ter metas. Não dou muita bola, porque dizem que temos que ser magros e bonitos também. Para sermos bem sucedidos, dizem, há que se fazer planejamento, tem que ter plano. Até admito que temos que fazer planejamento para um negócio, mas pra vida é meio complicado... pelo menos eu acho.
Enfim... o que acredito mesmo é que temos que ter é persistência e estarmos preparados. Preparados pra tudo. Há algum tempo eu venho me preparando para amar, aprender a amar, amar incondicionalmente como amam as mães. Admito que tenho achado algumas dificuldades no meu caminho e os relacionamentos não foram o que eu imaginei que seriam. Só que não desisti. Agora estou pensando em conhecer um certo rapaz, morador de uma cidade vizinha, contabilista e lindinho. Claro que não faço idéia do que ele pensa a meu respeito, mas sei que ele sabe que eu existo. Agora meu objetivo é uma aproximação, ele está na minha mira. Torçam por mim.
Na vida pessoal as coisas também aconteceram meio por acaso. Meu primeiro amor na vida adulta conheci numa viagem a Salvador, namoramos quase dois anos, fazíamos planos para morar juntos e ter filhos, não aconteceu. Depois sem planejar fui morar noutra cidade por causa do trabalho e conheci meu segundo amor. Também não fizemos planos, aproveitamos os momentos e foram ótimos momentos.
Mas todo mundo diz que temos que ter metas. Não dou muita bola, porque dizem que temos que ser magros e bonitos também. Para sermos bem sucedidos, dizem, há que se fazer planejamento, tem que ter plano. Até admito que temos que fazer planejamento para um negócio, mas pra vida é meio complicado... pelo menos eu acho.
Enfim... o que acredito mesmo é que temos que ter é persistência e estarmos preparados. Preparados pra tudo. Há algum tempo eu venho me preparando para amar, aprender a amar, amar incondicionalmente como amam as mães. Admito que tenho achado algumas dificuldades no meu caminho e os relacionamentos não foram o que eu imaginei que seriam. Só que não desisti. Agora estou pensando em conhecer um certo rapaz, morador de uma cidade vizinha, contabilista e lindinho. Claro que não faço idéia do que ele pensa a meu respeito, mas sei que ele sabe que eu existo. Agora meu objetivo é uma aproximação, ele está na minha mira. Torçam por mim.
Assinar:
Postagens (Atom)