segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Final de ano outra vez

O final do ano anterior não foi muito legal pra mim, mas foi um ano de começo de encerramento de ciclo! O ciclo fechou-se no início deste ano a partir da minha decisão e mais pro meio do ano fechou-se. Acontece que esse fechamento é um processo mental, físico e emocional. Este último é o mais difícil de concluir, precisa de luto, de choro, de entendimento, de perdão e de amor! Amor próprio e amor pelos outros para permitir que cada um seja como é e admitir que, mesmo gostando ou amando aquela pessoa, a convivência com aquela forma de ser não é possível pra nós! Então a gente segue! Curando as feridas e resgatando nosso melhor!
Neste final de ano estou muito melhor do que no passado! Estou mais forte, mais feliz por ter me reencontrado. Sim, às vezes a gente se perde! Mas se reencontrar é bom demais!
Agora sinto-me pronta para novos ciclo! Que venham e sejam de crescimento!
Agora é despedir-se deste ano que foi feliz em muitos momentos e agradecer aqueles momentos que não foram bons pelos aprendizados que tivemos!
Dois mil e vinte está logo ali, façamos dele um ano de paz, harmonia e amor!

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Homenagem de 25 anos de formatura

Parece que foi ontem que senti o frio na barriga ao começar a estudar num colégio tão grande! Eram vários ônibus, muita gente, só na minha turma umas trinta! E como num passe de mágica em pouco tempo já conhecia quase todo mundo! Já tinha me apaixonado pelo Hari 😂 e até os professores dos outros cursos me conheciam e davam carona! Entrar naquele corredor de árvores faz passar um filme de três anos maravilhosos na minha cabeça, anos de muita amizade e de diferenças que o tempo dissolveu e ao rever colegas deixa os olhos rasos d'água! Todos os dias agradeço por não ter passado na escola técnica! Minha vida talvez não tivesse tantas boas amizades como tive estudando no CAVG! Talvez minha vidinha fosse mais sem graça! 25 anos e parece que foi ontem!
Logo no primeiro ano muitos banhos, porque bicho tem que ir pro tanque! Eu muito grande que sou bastava um dos guris e já era! Passei o ano todo levando outras roupas pro colégio pra não passar o dia todo molhada! Também foi no primeiro ano que me apelidaram de "cascudinha"! A referência era a "Cascuda", que, olha o horror, não tenho certeza do nome, mas acho que é Adriana. Todos diziam que a gente era muito parecida e que ela era minha mãe! Óbvio que ficamos amigas, somos amigas até hoje! O apelido dela foi por causa do Cascão, um interno que já tinha se formado quando entrei e os guris diziam que ela era namorada dele. Daquelas coisas que pegam e a gente leva pra vida, Apelidos! :) 
Cheguei no CAVG com 14 anos! Na minha festa de 15 foram poucos colegas, mas "se Maomé não vai a montanha..." eu levei o coquetel de frutas pro colégio! Juntamos nosso grupinho Leandra, eu, o Clóvis, o Vó, o Claudiomar, o Jaspion e mais uns e depois do almoço tomamos aquele o coquetel. E como a gente conversava e ria! E a gente estudava também, embora pareça mentira!
Atrás da sala de aula em que estudávamos tinha (tem até hoje!) um bosque onde eu adorava dormir depois do almoço! Debaixo das árvores no verão e escarrapachada no sol em cima da minha jaqueta no inverno! As gurias jogavam cartas! Foi no CAVG que aprendi a jogar escova! hahaha Um dia, um calor terrível, resolvi ficar só com a camiseta que ia até os joelhos na sala de aulas que só tinha guria! Mas eu não contava que os guris da agropecuária iam lá paquerar minhas colegas! Que vergonha eu passei, porque antes de vê-los na janela, tinha feito um monte de palhaçada e até desfilado na sala! Essa foi a primeira vez que fui no CTG!
E meu amigo Vacaria me recitou a poesia, "Paisagens do açude grande - o fio dental"! Fiquei envergonhada de novo, mas era até bonitinhos os versos! 
Muitas coisas aconteceram naqueles três anos! Quantos amigos que nunca mais vi! Darci, Giba, Charles, Robson! Nossa sorte é que a internet apareceu e podemos reencontrar alguns deles. Também é sorte que naquela época não tinha, porque nossa! Cada mico! hahaha
Anos que valeram muito a pena! Aprendizados que carrego comigo pro resto da vida e amigos que carrego no coração!
Depois do CAVG fui direto pra faculdade. No ano seguinte a mãe foi fazer história na federal e encontrei alguns colegas do CAVG lá e foi muito legal este reencontro. A amizade cresceu ainda mais e o laço segue firme até hoje!
Ser homenageada por ter vivido estes anos de CAVG é até uma redundância! É bom ser homenageada, mas melhor ainda é poder reencontrar os amigos, matar a saudade e relembrar aqueles dias tão bons da adolescência! 
E nossos professores! Quantas brigas com o João Vicente de química! Quanta risada com a Janete de biologia falando dos filhos! Quanta comida fizemos nas aulas da Nonô! E as costuras que davam erradas, mas a Beth nos salvava! E as corajosas que aceitaram matar a galinha com o professor da agropecuária e depois não conseguiram almoçar!?
Os almoços no bandejão, as sobremesas musicais promovidas pelo Jorjão! Nossa, daqui a pouco começo a chorar! Estas lembranças estão tão vivas que custo mesmo a crer que já passaram 25 anos!
Só tenho a agradecer por tudo! Também aproveito a deixa para agradecer aos professores e aos funcionários da escola que tanto nos deram nestes anos! Agradeço às minhas amigas queridas! E vamos nos encontrar com mais frequência! ❤️

Acho que a poesia é essa:
PAISAGENS DO “AÇUDE GRANDE” FIO DENTAL
Jayme Caetno Braun

Eu tenteio mais um amate
olhando o “açude brabo”,
nesse barulhão do diabo
como estrondos de combate,
enquanto o meu cusco late,
pro lado do litoral,
vem cruzando, por sinal,
um lote lindo pelado,
com aquele troço engraçado
que chamam de “fio dental”.

É um barbante colorido,
de cor berrante e moderna,
passado no entrepernas,
e na cintura prendido,
o fio termina escondido
e reparte pelo meio,
pra mim que domo e tropeio,
lidando com qualquer bicho,
o nome certo, é rabicho,
pra segurar o arreio.

Eu sempre usei o palito,
de guanchuma ou pitangueira,
na vivência galponeira
que integra o meu infinito
e não posso achar bonito
algo que assim me confunda;
não há primeira sem segunda-feira
e a quarta sucede a quinta,
porém a graça despinta;

com esse barbante na bunda.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Um brinde ao dilema - texto resgatado

domingo, julho 16, 2006

Um brinde ao dilema!

Numa mesa de bar resolvem-se muitas coisas. Dá-se fim a miséria do mundo, soluciona-se as crises mundiais, discute-se poesia, política, sugere-se leituras, fala-se alto, pedimos mais uma cerveja.
Lembramos do passado, do ex-namorado, das brigas familiares, da saudade de ser criança e não ter responsabilidades, além das provas do bimestre. Pedimos mais uma cerveja.
_ Garçom, por favor!
Escutamos um samba, o sax. Observamos os casais dançando, falamos do quanto gostamos de dançar ou do fato de não saber cadenciar os passos, dois pra lá, dois pra cá. Pedimos mais uma.
Discutimos sobre liderança, a responsabilidade de ser um líder, da comunidade que aceita ou não esse líder e porquê, falamos de carisma, sem lembrar dele. Pensamos como mudar o mundo, abrimos nosso voto para a próxima eleição, e admitimos não fazer efetivamente nada que mude realmente as coisas. Pedimos outra cerveja.
Não choramos porque o momento é de alegria. Levantamos um brinde ao dilema, na verdade brindamos a tudo e a todos na mesa, ameaçamos levantar e dançar, rimos. Pedimos a saideira.
De tudo isso ficou a amizade, a promessa de outro encontro assim que possível, o abraço apertado. Na verdade quedou-se dentro de nós todo aquele dilema, todas aquelas coisas que discutimos soando no pensamento, acelerando o coração. Não temos, de verdade, a solução para todos aqueles problemas, estamos incomodados, agitados, angustiados com a situação, a nossa no mundo, a do mundo no nosso entendimento, as nossas possibilidades de ações efetivas, como enxergamos os nosso dilemas.

domingo, 6 de outubro de 2019

Epílogo

Epílogo é um capítulo extra, após o "the end", e nos conta como as personagens seguiram "a sua vida"! Ele traz aqueles detalhes que ficamos curiosos para saber quando o livro acaba! Aquela pergunta "será que a Cinderela e o príncipe foram mesmo felizes para sempre ou ela acabou indo de volta para o borralho?" A verdade é que os ciclos se  fecham e as histórias seguem acontecendo! Na vida sempre tem  epílogo! E como eu sou espírita acredito que depois da morte também tem!
Essa foto representa minha alegria restaurada! E essa felicidade não tem nada a ver com as cachaças!
Quando estava no final do meu relacionamento ficava pensando como seria minha vida depois do fim. Como que eu ficaria, como reagiria ao ver meu ex com outra pessoa. Confesso que essa foi uma grande parte do meu sofrimento, e também dos argumentos que usava comigo mesma para adiar o rompimento definitivo. Eu sabia que esse passo teria que ser dado por mim, pois no meu entender o outro já tinha deixado claro que não queria mais. Mas eu tinha esperança de que "acordasse" e mudasse de atitude, que voltasse ao que era no início, sei lá, esperança de que tudo ficasse harmonioso e feliz como no início. Não deu! Também acontecia de eu sentir uma certa responsabilidade sobre como ele ficaria.
O lado bom de ter epílogo na vida é que todas as arestas mal aparadas do relacionamento, as quais não conseguimos acertar porque a dor era muito grande, já foram corrigidas enquanto o epílogo estava sendo escrito! E realmente conseguimos transformar um amor/relacionamento morto em amizade. Falamos sobre todas as mágoas e questões não resolvidas! Colocamos pra fora aquele entulho que só nos fazia mal e não permitia que a alegria fluísse.
Foram conversas bem difíceis! Tocar pontos tão delicados, questões que não queríamos admitir nem pra  nós mesmos. Mas sabíamos que para realmente fechar o ciclo só quando tudo fosse encarado de frente, quando tomássemos consciência e admitíssemos nossas falhas em voz alta, ou texto no zap. hahaha Estas conversas tiraram o peso que sentia em meus ombros. E aquela coisa que me fazia sentir responsável por ele deu lugar a uma grande alegria por vê-lo superar traumas e medos. Não foi nada fácil exorcizar estes demônios! Ao mesmo tempo que sofri e chorei junto com ele, senti que era importante que aquelas coisas me fossem confidenciadas. Eu era parte daquele momento que deveria ser superado, assim como ele foi parte dos meus momentos de superação. Agora sinto-me muito mais feliz por ver que ele se reergueu e que nosso final de relacionamento foi realmente um fechamento de ciclo em que aprendemos coisas de que necessitávamos. Essas conversas me ajudaram, pois eu não queria que as coisas simplesmente fossem guardadas sem necessidade. Agora podemos seguir adiante, cada um no seu epílogo particular, com marcas de aprendizados, mas sem rancores.

domingo, 29 de setembro de 2019

Bolo do amor - encontro de bruxos


Sempre tive essa veia "bruxística"! Sim, gosto de banho de ervas, pesquiso sobre chás e seus benefícios fitoterápicos, acendo incenso, leio livros sobre feitiços e energias. Descobri bem cedo que as "bruxas" são mulheres livres, que amavam a natureza e trabalham com ela para a cura dos males do corpo. Usar as energias para fazer o bem fazia com que elas recebessem mais desse bem. Óbvio que muita gente usou de forma errada essa sabedoria, só que isso é assunto pra outra hora.
Desde cedo eu gostava disso e cheguei a procurar grupos de Wicca aqui em Pelotas. Não lembro em que ano foi, mas teve um encontro de bruxos na praia do Totó e eu queria muito participar, ver como aconteciam. Daí fiz o pai e a mãe me levarem lá!
Primeiro tinha uma cerimonia em círculo. Energização, limpeza energética, mentalizações, depois tinha um bolo do amor maravilhoso. Outro dia me deu uma vontade louca de achar a receita e poder fazer aqui em casa, mas das receitas certo que e encontrei nenhuma era parecido com o que me lembro. Tá certo que não lembro quase nada daquele dia! haha
Lembro que o bolo era branco, simples com uvas passa e outras frutas! Bem que  queria lembrar integralmente daquele dia que foi tão bom!
O bolo era delicioso! E peço que se alguém por aí tiver  a receita eu aceito que me enviem!
Uma coisa que foi muito legal foi o pai ter estado lá na roda dos bruxos comigo e a mãe. Como disse foi um dia bem legal!
Nesse dia me senti uma verdadeira bruxa no meio da minha galera!

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

"Se um desconhecido lhe oferecer flores isto é impulse"

Este texto é bem antiguinho, mas eu gosto bastante dele! Por isso estou republicando aqui, mas o original é do bloguinho Diafragma!


24 OUTUBRO 2006

Se um desconhecido lhe oferecer flores isto é impulse

Sempre fui muito imaginativa. E sou romântica, apesar de não parecer, eu acho... E gosto de propaganda, não seria publicitária, mas gosto de assistir, de falar sobre. Algumas realmente me emocionam a ponto de me fazer chorar naqueles dias mais downs.
A que lembro melhor da minha infância era do desodorante impulse. Achava-as muito boas e imprescindivelmente românticas. A base era mais ou menos sempre a mesma, uma mulher bonita saindo para o trabalho que passava pela rua por um lindo homem, desconhecido dela, claro, que depois de vê-la passar lhe oferece flores. Lembro especialmente de um em que a mulher é super-independente e está dirigindo seu carro conversível pela estrada e ao passar por um avião, logo o piloto voa sobre seu carro e descarrega uma chuva de flores. Ultra romântico!
Porque estou falando nisso, é que estou numa discussão interessante numa comunidade do orkut que fala sobre O mito do amor romântico. E chegamos, depois de muitos e muitos debates, a conclusão de que uma das formas de perpetuar o mito é o consumismo e a propaganda. Tanto que faz um homem oferecer flores a uma mulher desconhecida, coisa que normalmente só ocorre em ocasiões especiais. Algumas dirão até que só ocorre quando eles aprontam alguma...
Enfim, já cheguei a sonhar em usar impulse e ter um desconhecido a me oferecer flores. Mas isso foi quando tinha meus nove ou dez anos. Hoje não posso usar desodorantes com perfume e o único homem que me ofereceu flores foi meu ex-namorado e no natal. Conclusão... somos românticas no entanto o amor romântico é cheio de fatores que o determinam, ou ele é maravilhoso e perfeito ou é impossível.
Não, não estou desanimada com o amor, sei que ele existe, mas já me convenci que não desta forma.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Paixão adolescente

Não sei se já contei por aqui, mas na minha adolescência eu me apaixonava toda as semanas! Claro que algumas paixonites duravam um pouco mais! Aconteceu com uns dois ou três colegas de escola. A paixão era rápida porque algumas desilusões aconteciam antes mesmo de chegar a conhecer bem o guri! Outras eram mais longas porque o outro era uma pessoa legal, daí durava o tempo de descobrir que ele gostava de outra. A fossa também era rápida, afinal de contas na adolescência é tudo rápido! Com o passar do tempo as paixões tornaram-se mais longas e as fossas também!
Dessa época tive duas grandes paixões um colega de aula e um guri de outra turma, que é dois anos mais velho que eu. Essa semana eu reencontrei ele quando chamei um uber e ele era o motorista. É engraçado porque na época do colégio me disseram que ele tinha horror de mim. Aquilo acabou comigo de verdade! também superei em uma semana! hahaha chorei bastante, mas superei.
Ele era muito bonito na adolescência, tinha as coxas mais lindas que eu já tinha visto na vida! Sério! Era tipo coxa de adulto só que num adolescente de 14 anos! Um espetáculo realmente! hahahaha Acredito que ele continue com as pernas bonitas, afinal é professor de artes marciais! Além disso todas as últimas vezes que o encontrei ele estava sentado dirigindo. Mas, confesso que tô curiosa! hahaha
Bem, a gente se conheceu no colégio e sempre achei ele bonito. Na verdade eu e metade da escola! O que resultava nele "se achar" um pouco, acrescente a isso o fato de ser um guri, dava um cara bem metido. Então que minha melhor amiga na época era alguém de quem ele não gostava (soube disso só muito anos depois!) e alguém sabendo que eu gostava dele veio me dizer que ele me detestava. Como disse fiquei arrasada!
Anos depois numa festa famosa da cidade encontrei com ele e acabamos ficando. Foi nesse dia que descobri que era da minha amiga que ele não gostava! A gente até se falou algumas vezes depois desse reencontro, mas eu achei que ele continuava metido a besta e não dei corda.
Depois encontrei outras vezes por acaso na rua, ou nalgum lugar e nos cumprimentávamos e só. Agora que voltamos a nos encontrar por conta do uber! No encontro desta semana descobri que minha paixão de adolescente já casou por cinco vezes! Fiquei chocada! hahaha Pela quantidade de vezes, mas principalmente por conhecer alguém que realmente quer encontrar o amor, ou pelo menos vivê-lo como disse o poetinha "eterno enquanto dure"! Claro que debochei da cara que pra alcançar o Fábio Júnior faltava pouco! E gostei do fato de ele ter levado numa boa, sem se constranger ou melindrar! Soube também que tem três filhos! Aquela ideia do cara exibido se desfez. E achei muito legal isso!
Quando cheguei em casa contando sobre isso minha mãe lembrou das tantas e tantas vezes que falei nele horas a fio! haha Eu dividia com minha mãe todas as paixões e desilusões! Não sei se ela lembra de todas as bobagens (que eram tão importantes pra mim naquela época)!
Como era véspera  do meu aniversário fiz uma pequena retrospectiva nas minhas paixonites de adolescência e fiquei pensando, com base em como está esta "paixão" em especial, como será que não estão os outros... hahaha sim, como disse não sei como estão as pernas dele , mas tá careca (o que não é um problema na minha opinião! E na dele também porque uma vez ele disse que preferia testosterona do que cabelos, então... imagino que seja um careca jovem feliz!
Sei que a outra paixão importante da minha adolescência segue fisicamente igualzinho aos tempos de colégio! Cabelos compridos e bem bonito. Conversei pelo face com ele tempos atrás e continua uma pessoa muito querida, gentil e carinhosa. Foi muito bom reencontrá-lo nas redes sociais e descobrir que ele realmente virou um artista como, aliás, desde a época do colégio já se esperava!
A minha parte destrambelhada quer procurar nas redes sociais todos os colegas que eu considerava bonitos no colégio pra ver se dentro dos meus padrões sem padrões seguem caras bonitos. E a minha parte lúcida ainda tá me impedindo de fazer isso! hahaha
Vou contar uma coisa pra vocês: o beijo dessa minha paixonite de adolescência era bom demais!

foto do google imagens - Cena do filme "Meu primeiro amor". Filme que eu adoro!!!!

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Conhecer-se

O autoconhecimento e o auto-amor nos dão uma segurança que nos ajuda em todas as áreas da nossa vida! Esse conhecimento é simples de adquirir, mas na maioria das vezes não é fácil porque é da nossa natureza complicar as coisas. A gente está enfrentando uma dificuldade de relacionamento, ao invés de sentar, abrir o jogo e colocar para o outro tudo que estamos sentindo, ficamos fechados, sem revelar nossas emoções e imaginando o que o outro tá sentindo, porque o outro tá agindo daquele jeito. Não é fácil admitir que nosso ego tá no comando! No entanto, depois que descemos do pedestal em que nos colocamos e nos despimos da arrogância e da vaidade tudo fica muito simples. Nossas ligações se tornam mais sinceras e nossos laços mais verdadeiros!
Confesso que tenho uma grande dificuldade com o tal "jogo da sedução"! Não sou de me revelar inteira assim para qualquer pessoa, mas meu instinto me revela se o outro é confiável ou não. Desta forma vou me revelando para o outro, mas sem essa ideia de vou dizer que não quero, vou desdenhar para fazer com que o outro me queira! Não consigo fazer isso! Caso o outro demonstre minimamente que não me quer saio de cena e sigo o baile. Posso revelar a ele meu desejo ou sentimento, mas não insisto ao ser "desprezada"! Principalmente porque entendo que não sou uma pessoa irresistível pela qual todos cairão aos meus pés, o outro tem o desejo dele e o livre arbítrio, não ficará comigo só por conta da minha vontade!
Pra chegar neste entendimento sofri bastante! Mas hoje consigo ver as coisas de forma simplificada. Viver o momento de forma consciente faz toda a diferença para que "esses jogos" não interfiram no bem viver. Percebemos que não vale a pena se inquietar por coisas fúteis e passageiras. Que o melhor momento é o presente e ser quem realmente somos, reconhecendo nossa luz e nossa treva nos ajuda a nos melhorarmos cada dia mais. E os relacionamentos se tornam mais fáceis, porque a gente também ficou mais fácil!
Jesus nos disse " conhecereis a verdade e ela vos libertará"! Essa verdade é o autoconhecimento, é o nosso  verdadeiro eu! No instante em que nós enxergamos esse eu mais profundo, com luzes e trevas, nos libertamos de muitas máscaras e nossa vida torna-se mais harmoniosa e feliz.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Uma conversa com Seu Zé

Sou uma espiritualista! É, vou no centro espírita, estudo a doutrina, trabalho no passe, mas creio e faço coisas que não constam na Doutrina codificada por Kardec. Acredito em ervas e suas energias seja através de banhos ou chás! Não vejo problemas em utilizar uma imagem ou um amuleto para concentrar o pensamento e ligar-se com o altíssimo. Sei que Deus está nos lugares mais variados da natureza e que seus elementais estão lá para nos auxiliar no que necessitarmos. Nada disso é condenado pela codificação, mas também não é aceita pela federação espírita.
Tenho um pé em cada barca, penso eu algumas vezes! Então começo a ler as obras básicas e livros que falam do surgimento da umbanda e um véu se descortina! Sempre fui no terreiro, sou batizada lá! Sou afilhada de Itagiba  e sinto muita alegria quando estou lá ouvindo os pontos e observando as giras! Compreendo quando alguém diz que devemos andar de pés descalços na grama, tomar um banho de mar e um banho de ervas, sinto toda minha energia renovada quando entro numa cachoeira!  Porque será que pensei que estava com um pé em cada barca?!
Sei que é porque minhas lembranças de infância sobre religiosidade me levam pra um centro umbandista, mas comecei a descobrir o espiritismo num centro espírita e a partir daí procurei mais sobre a umbanda e mais sobre a doutrina espírita. Minha espiritualização tem fundamento nas duas!
No passe que trabalho faço minhas preces para que aqueles que vem em busca de auxílio recebam o que vieram buscar, dou um pouco da minha energia animalizada e o maior "trabalho" fica a cargo da espiritualidade. No centro de umbanda as pessoas podem conversar com o espírito que dá o passe através do médium e desta forma recebe orientações para resolver os problemas que enfrenta.
Sempre gostei de conversar com os guias, ouvir seus conselhos e orientações. Quase nunca perguntava coisas sobre meus problemas, deixava que a intuição me guiasse ou que o guia me dissesse as coisas sem que eu perguntasse, afinal, sempre acreditei (acredito) que tem gente com problemas mais graves para ocupá-los.
Desta forma sempre recebi a orientação de que precisava como "leia mais livros espíritas", "use menos roupas escuras e beba mais água", "estude, prepare-se, tá na hora de trabalhar" ou "fica tranquila nesta idade o coração dói mesmo, mas logo passa"!
Aí que em Campinas fui conhecer seu Zé Pilintra! Um ser de luz que te olha nos olhos e transmite uma grande doçura e um pouco de malandragem! Um ser cheio de alegria e de riso fácil! Começou perguntando se eu estava bem ao que respondi que sim! Ele falou que eu sempre ia no centro e não perguntava ou pedia nada e eu respondi que tinha mais a agradecer e que eles tinham pessoas com mais dificuldades pra ajudar do que eu. Então ele me contou que não existe isso de meu problema e menos grave ou tem menos importância! "Cada um tá na sua caminhada e tem um aprendizado e as dificuldades são importantes para o crescimento não pelo tamanho que elas tem, mas pela forma que cada um passa por elas!"  Algumas vezes o problema é pequeno e ainda assim podemos pedir auxílio para passarmos por ele com mais sabedoria!
Seu Zé me mostrou a mim mesma de uma forma que eu nunca tinha me visto! E cá pra nós precisava me ver assim! Tinha me perdido um pouco de mim! Agora me reencontrei! Retornou a mim uma paz e uma alegria das quais estava com saudade! Uma felicidade que me permitia rir e cantar na rua sem vergonha! Por isso, se me ver na rua sorrindo que nem boba é a minha meditação sorridente, que aprendi em "comer, rezar, amar", a gente sorri com o fígado e com a cara!
E as dúvidas que tenho sobre as barcas estão pouco a pouco se elucidando e creio que logo saberei em qual barca preciso ficar! Sou lhe muito grata seu Zé! Saravá!

Foto do google imagens

terça-feira, 16 de julho de 2019

E aí, e as novidades?

Essa pergunta é corriqueira quando encontramos pessoas que há tempos não vemos! Eu geralmente respondo que não tem nada de novo, tudo mais ou menos igual no vai e vem da vida! Claro que isso só ocorre quando é com pessoas sem muita intimidade ( e aqui o fator tempo não conta muito!). Já quando o encontro é com pessoas com intimidade e laços de amizade profundos essa pergunta não é nem feita, porque pulamos direto pros assuntos que nos fazem gargalhar, pras fotos dos filhos, sobrinhos e cachorros, pras receitas de comidas, bolos e sobremesas, pros comentários da vida amorosa (que deu ou não certo!), pros filmes, livros e séries que estamos assistindo e pras músicas bregas que ouvimos durante a faxina e que nos fez lembrar daquela festa que a gente foi e foi muito louca! E esse laço de afinidade e amizade é fortalecido com uma camada impermeabilizada de amor!
Eu tenho muitas novidades pra contar! Dos perrengues com casa, término de relacionamento, a intenção de voltar a estudar, a prática e os estudos do espiritismo, algumas tristezas da área política e a alegria imensa de poder contar e ver, mesmo que pela rede social, as crianças a minha volta crescendo e sendo felizes! Aliás, estas alegrias, pequenas do dia-a-dia, que são na verdade a felicidade que não percebemos, são sempre colocadas na frente de qualquer treta na minha narração das novidades! Porque meus amigos, eu sei quando vocês estão tristes e sobrecarregados e contar meu problema não vai amenizar o de vocês. Mas falar do quanto meu sobrinho é piadista e que falou uma coisa muito engraçada e sagaz durante o exame de faixa vai te fazer, por dois segundos esquecer a tua tristeza. Quem sabe até depois das bobagens que vamos falar tomando café ou bebendo cerveja tu não volte a olhar teus problemas de um jeito que te faça sentir menos sobrecarregado. Eu sei, eu também choro! Aliás, a primeira coisa que faço é chorar! Até aproveito para perguntar aos amigos que entendem de astrologia, isso seria por causa do meu marte em câncer????? Primeiro eu choro, depois eu brigo e depois eu choro de novo, porque sei lá...
E é justamente porque eu choro que me coloco aqui como um ombro pra ti chorar se quiser! Tenho pra ti um abraço acolhedor, mesmo que seja pelo zap, juro que prometo que faço o melhor para que te sintas acolhido! E se não quiser falar nada, rir de nada, nem chorar e quiser apenas ficar quieto também estou aqui, te percebendo, mandando uma boa vibração, fazendo uma prece e até pesquisando ervas, simpatias e assemelhados pra que tu consigas te re-energizar, te fortalecer e até arrumar um emprego.
Estou aqui pra ouvir as novidades, me alegrar com as tuas conquistas e recordar as coisas boas (e não tão boas!) do passado! Tô aqui pro que der e vier, com ou sem novidades!
Não estava sabendo muito bem sobre o que escrever hoje e essas palavras me vieram assim uma seguida da outra, uma grande inspiração! Fui eu quem escreveu, mas com certeza quem me inspirou sabe que, algum de vocês que me leem talvez precise do meu carinho, abraço, ombro ou acolhimento. Portanto, chama aí, não te acanhe!

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Após a Chuva - Lygia Barbiére -

Sabemos que não existem coincidências na vida! Todo o acontecimento tem algum propósito! Seja o sorriso de um estranho na rua, o ônibus que passou antes ou aquele livro que vira e mexe alguém fala pra gente ou a aparece no feed de notícias como sugestão de leitura! No meu caso o livro que vem e vai é "Mulheres que correm com os lobos"! Tem aparecido demais pra mim nas mídias sociais! Até no livro "Após a chuva", que estou lendo atualmente! Neste trabalho da Lygia o livro é objeto de um grupo de estudos frequentado pelas personagens principais, Laíssa, Joaquim, Najla e Caio!
A história principal é a de Laíssa, uma psicóloga que descobre, no dia do seu aniversário de casamento (ou seria namoro?), que o marido a traía. Daí em diante sua vida dá uma guinada e ela não só muda sua vida e relacionamento, mas se aprofunda na sua própria história e questões emocionais.
Com ajuda dos amigos Najla, Caio e Christel descobre mais sobre si mesma do que poderia imaginar! Nunca havia passado pela sua cabeça que a consulta atípica de sua paciente Tereza, daria tantos desdobramentos na sua análise sobre a paciente e também na sua autoanálise! Na história Laíssa sempre se depara com o livro "Mulheres que amam demais" e toda vez que ele lhe cai nas mãos ela, por algum motivo, o coloca de lado. Até que  ao ajudar a amiga Najla numa pesquisa para o doutorado se depara com o livro e, desta vez, decide lê-lo.  E percebe que todas as evasivas que teve para evitá-lo estava justamente no seu inconsciente, pelo fato de intuitivamente saber pressentir que tinha muitas características das mulheres que amam demais. Por isso acabava evitando de enfrentar seus próprios sentimentos, repelindo o livro pelo título que lhe causava má impressão.
O tema central deste romance da Lygia Barbiére são os sedutores e suas "vítimas", mulheres que de forma geral amam demais. Ambas características são síndromes psicológicas que vão se formando durante muito tempo no inconsciente. Joaquim é o sedutor, aquele que seduz, que ama estar apaixonado, fazer com que as mulheres se apaixonem, mas que não consegue amar! Num primeiro momento nenhuma das personagens percebe que estas características da vida física
são consequências  e causas de situações espirituais.
O livro fala de questões bem atuais como redes sociais e também traz muito embasamento teórico sobre as síndromes, os desajustes e  bastante referencias de livros e estudos para quem ficar curioso sobre o tema. Ainda não terminei a leitura, mas acredito que logo terei que ler "mulheres que correm com os lobos", afinal, não é por acaso que ele surge e ressurge na minha vida! Certamente tem algo nele que preciso aprender!

segunda-feira, 24 de junho de 2019

"Deus te abençoe!"

Toda vez que eu escrevo ou digo a frase "Deus abençoe" confesso que me sinto um pouco velhinha! Quando criança eu muito escutei essa frase vinda de pessoas bem mais velhas do que eu! Geralmente mulheres na posição de avó ou tia, ou senhorinhas que se encontrava na rua! Naquela época, óbvio, não entendia a intensidade e a extensão desta frase, a significação e o desejo de quem diz pra outra pessoa "Deus te abençoe"! Só com os anos, com a compreensão do quanto nosso pensamento é poderoso e o quanto nossas palavras "solidificam" esses pensamentos é que consegui entender todo o amor que aquelas mulheres transmitiam pros outros com esta frase! Talvez para algumas fosse apenas uma expressão decorada, de praxe em situações sociais, como ocorria com alguns tios, quando era obrigatório "tomar a benção"!  Eu nunca fui obrigada a beijar mão de ninguém e pedir benção, mas minha mãe conta que tinha que fazer isso e vejo como se distorcem as coisas com o passar do tempo, com imposições que fazem algo forte perder o sentido.
É como dizer "eu te amo" sem ter o sentimento! Assisti um filme uma vez que o cara questionava o dizer "eu te amo" num relacionamento a todo momento. Ele dizia que no final das contas dizer pra alguém "eu te amo" tantas vezes era como dizer "sanduíche de queijo"! Penso que, se a frase é dita sem sentimento a todo momento, no final das contas,  sim ela perde o significado e o sentido. Como pedir a benção! Mas se aquela frase é dita com amor realmente e é envolvida em atos que afirmem este amor ela não perderá sentido, pelo contrário, ganhará força!
Agora eu adotei o "Deus te abençoe" e uso muito porque é uma expressão que demonstra todo o amor e o sentimento que tenho pelas pessoas que amo! Desejar saúde, paz, amor, felicidade, prosperidade, realizações, alegrias, enfim todos estes desejos que tornariam a vida de alguém realmente feliz pode ser trocada pela frase "Deus te abençoe"! Porque é Ele quem nos permitirá sermos felizes na nossa totalidade (felicidade possível neste planeta de provas e expiações)! Porque esta frase dita com todo o sentimento de que aquela pessoa seja abençoada envolve tanta coisa e tanto sentimento que nossa capacidade humana ainda não é capaz de dimensionar. Quando desejo a meus sobrinhos que Deus os abençoe estou desejando de todo o meu ser que eles tenham o melhor, que tenham proteção, luz, harmonia, paz, que tenham saúde, fé, coragem, sabedoria, amor, paciência... entendem? É tanta coisa que eu desejo a alguém que amo que para conseguir desejar tudo teria que usar uma centena de palavras e expressões. Mas usando a benção de Deus eu desejo tudo isso e muito mais, principalmente sem a possibilidade de esquecer algum bom  e importante desejo!
E porque tô falando isso?! Porque dependendo de pra quem eu desejo sinto um pouco de constrangimento! Mas ao mesmo tempo quero que as pessoas passem a usar essa expressão com toda a força que ela tem! Não sou eu quem abençoa  é Deus e ele transmite através dessa benção o amor em todas as nuances e toda a complexidade que eu tenho pela minha família, pelos meus amigos e por toda a nossa família universal! Que Deus nos abençoe e inspire a viver de forma coerente e harmônica! Amar alguém é uma benção, ser amado é uma benção ainda maior!

segunda-feira, 17 de junho de 2019

As pessoas não querem justiça, querem vingança!

Sempre fiquei muito impressionada com as pessoas criticando os direitos humanos! Aquela cobrança irracional da falta dos direitos humanos junto das famílias que haviam perdido um ente amado para a violência de um crime ao invés do clamor pela justiça me causava (e causa!) um grande desassossego! Até já fiz um texto aqui falando sobre isso!
Atualmente, com o presidente eleito, a situação de revolta contra os direitos humanos (e até contra  qualquer tipo de humanidade e empatia) parece que cresceu. Desde sempre o atual presidente bateu duramente contra os direitos humanos vociferando "que protegiam bandidos" e defendendo que sua candidatura e futuro governo seria em prol dos "cidadãos de bem", por isso defendia a flexibilização do porte de armas, entre outras coisas. Essa visão completamente equivocada do que são Direitos Humanos, Justiça e cidadãos de bem se contrapõe diretamente aos princípios do Cristo, que alguns destes seguidores destes governantes dizem seguir.
Na última semana tivemos a notícia do vazamento de mensagens entre o atual ministro da Justiça, juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol responsável pelas investigações da lava-jato. Conversas estas que indicavam um grande acordo e parceria para que provas fossem ignoradas ou indícios de provas fossem supervalorizados para que a prisão de Lula fosse realizada. Não vou entrar no mérito do que discutiram, acordaram ou tramaram contra o ex-presidente e outros investigados. Mas destaco que esta conversa é grave e não deveria acontecer pois demonstra que a Justiça não é isenta, não segue a "letra fria da lei" como defendem os eleitores do atual governo.
Vi pessoas defendendo a atitude do juiz e do procurador com o argumento de que o que estavam fazendo era para "prender bandidos"! E foi neste momento que percebi que as pessoas odeiam os Direitos  Humanos porque não querem Justiça, mas sim vingança! Sim, são pessoas que defendem a pena de morte, que aceitam a tortura e que pensam que se uma pessoa tá presa é porque fez alguma coisa errada. Não passa pela cabeça destas pessoas que se um juiz e um promotor se conchavam para manipular uma situação contra uma pessoa conhecida e poderosa como um ex-presidente, por exemplo, tem todas as possibilidades de agir da mesma forma contra um qualquer, como eu, ou como vocês, que não tem uma dinheirama para pagar bons advogados.  Eu não tenho! Eu sei que a lei é igual para todos, mas que a Justiça não é, porque quando tu não tem condições de ter um bom profissional para te defender tuas chances de sair de uma situação talvez seja bem difícil. Já quem tem dinheiro, por exemplo, pode conseguir um habeas corpus muito mais rápido. Tem gente que só vai prestar explicações na delegacia, enquanto outros vão direto pro xilindró.
Como a esmagadora maioria das pessoas que eu conheço e que vivem neste país são pobres não compreendo o porquê de defenderem este tipo de atitude ilegal! Ou melhor, não compreendia, mas depois dos argumentos para defesa e de toda a raiva contra os direitos humanos eu entendi. As pessoas querem se vingar daqueles que consideram bandidos, criminosos!
Elas não querem que seja feita justiça para seus entes queridos que sofreram violência! Elas querem ver o sofrimento, a dor, a agonia daquele que cometeu o erro, que praticou a violência. E acreditam-se superiores, creem-se cheios do bem, mesmo defendendo o mal do outro. Para estas pessoas o mandamento de Jesus é impossível, não é nem considerado! Imagina se alguém que é contra os direitos humanos conseguirá pensar na ideia de  "perdoar um inimigo", que dirá amar!
O que mais me entristece em tudo isso é que justamente usam o nome de Jesus para justificar suas atitudes preconceituosas e cheias de ódio. Usam o nome do Cristo que é só amor para justificar violência e morte!
Eu concordo que quem comete um crime deve ser responsabilizado por seu erro. Mas temos leis para isso! Não posso, sendo realmente uma admiradora de JC, concordar com o ódio e a vingança! Tá lá no Evangelho, tá nas palavras e, principalmente, está nos exemplos do Mestre! Ele nos deu apenas dois mandamentos "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos". A gente vem falindo porque seguimos ideias distorcidas destes mandamentos! Ainda não aprendemos a amar incondicionalmente as pessoas, sem querer nada em troca, sem cobranças. Pra algumas pessoas é difícil perdoar os filhos ou os pais que cometeram algum erro com eles, imagina se conseguirão pensar em perdoar inimigos?! Façamos como nos ensinou Francisco de Assis, comecemos as mudanças pelo possível, pelo que conseguimos, comecemos amando aqueles que estão próximos, perdoando-os como queremos ser perdoados e depois a gente dá o próximo passo! Tentemos nos desarmar da raiva, do ódio, da vingança. Jesus nos ensinou tanto, vamos seguir seu exemplo!
E sejamos coerentes! Não façamos aos outros o que não queremos que nos façam! Vamos exigir justiça, mas que seja igual pra todos! Que seja para mim e para o outro! Nada de dois pesos e duas medidas! Que sejamos mesmo todos iguais perante a lei. E se aquele cara que a gente admira por algum motivo pisar na bola, que ele pague como aconteceria comigo ou com meu vizinho! Essas mudanças começam na gente!

sexta-feira, 14 de junho de 2019

"Que não seja imortal, posto que é chama"

Eu tive vários relacionamentos que se dividiram entre namoros, ficadas, casos e paixonites que duraram uma noite e nada mais. Muitos, a maioria destes relacionamentos foram importantes pra mim, mas eu sabia que não daria em nada, que não passaria daquelas horas juntos. De alguns ficou a amizade, de outros restou só a lembrança! Aliás tem uns que a pessoa parece que evaporou, nunca mais vi ou ouvi falar. Mas cumpriram os papéis de me ensinar a amar a mim mesma antes de qualquer outra pessoa!
De todos estes envolvimentos amorosos apenas dois eu acreditei que seria "pra sempre"! O primeiro e o último. Nada dessa ideia de que o melhor ainda está por vir! Nada deste tipo! Acreditei que o primeiro e o último (ou o mais recente) seriam pra sempre pelo sentimento que eu tinha por aqueles caras! O primeiro uma graça alcançada pela intervenção do Senhor do Bonfim! Conheci na Bahia um ser humano que morava em Brasília e por quem me apaixonei a primeira vista! A sensação é de que já o conhecia há anos, nos demos super bem de cara. Mas a distância acabou com o namoro!
O relacionamento que estava, do qual ainda vivo o luto, também acreditei que seria pra sempre! Este foi uma graça alcançada através do santo facebook. hahaha Já nos conhecíamos pessoalmente, nos falamos de passada quando fomos vizinhos e no face nos re-encontramos. Existia uma conexão grande entre nós. E eu ainda tenho sentimentos de amor, carinho e amizade por ele. Mas não é mais recíproco, não tá mais confortável ficar junto porque dói! Eu sei que alguns relacionamentos são de ajustes, são pras pessoas se encontrarem, se amarem, aprender juntos e depois serem felizes da forma como devem ou precisam em outras situações. Isso não quer dizer  que não doa!
Dói bastante! E cada momento desta separação vem sendo um passo para a minha própria transformação. Constatar que havia acabado foi difícil, separar as coisas, perceber que agora não tem mais a volta daquele companheiro foi uma cacetada dolorida, contar pra minha família e depois sair do grupo da família do outro, contar da separação, dizer o quanto dói e como sinto aquele rompimento e o afastamento com todos foi uma grande barra e tão duro quanto a decisão de romper o relacionamento no primeiro momento! Por isso fiquei tanto tempo enrolando para sair do grupo! Sabia que o outro não havia compartilhado nada com seus familiares e que sair implicaria em dar as explicações que ele não deu! No final tive de fazer tudo, mesmo contra minha vontade, mas ficar mantendo aquela situação estava insustentável, porque pro outro parecia que eu estava apenas blefando.  Pelo menos esta foi a impressão que tive!
Agora é acostumar com a ideia e a falta do meu ex-namorado. E aqui vai mais uma etapa, que provavelmente só vai se concluir no final do mês. É meu primeiro término em etapas! E dói do mesmo jeito e quando a gente pensa que passou vem outra dificuldade que não foi considerada! Mas seguimos!
Nesse momento não passa na minha mente a possibilidade de um novo relacionamento! Estou tentando aprender o que de fato é o "pra sempre"! Independente de entender ou não o que isso significa sigo lembrando das palavras do poetinha no seu "Soneto de  fidelidade". E creio que foi infinito enquanto durou e por ter tido esta oportunidade agradeço!

Vinicius de Moraes



De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Nas voragens do pecado - Parte final

 Tenho lido bastante nos últimos tempos! Gostaria de ter uma organização melhor do meu tempo livre para aproveita-lo ainda mais. Mas... apesar de virginiana, esse quesito estou devendo.  Mesmo assim tenho lido bastante! Este livro demorei um pouco mais em torno de dois meses e meio! Não é de difícil compreensão, mas é bom ler e refletir conforme a história se desenrola! O final é surpreendente, pelo menos foi pra mim! 
O tema central da história é o perdão! É a necessidade que temos de perdoar os outros, a nós mesmos  e jamais buscar a vingança. Numa época e numa corte em que a intriga, a inveja, a vingança e o assassinato se faziam de forma corriqueira, perdoar talvez fosse realmente algo impensável. A Rainha mãe, Catarina de Médici defendia o trono de seus filhos com unhas, dentes e eliminação dos oponentes. Claro que Luís de Narbone uma ameaça tão próxima ao trono não passaria impune. Com ajuda de Ruth de La Chapelle tudo ficou mais fácil para a ela. Pois ela eliminaria um inimigo sem precisar se expor. No momento em que a huguenote  é descoberta e que Monsenhor de B tenta intervir pelo pupilo e sua esposa, a rainha-mãe percebe que tem tudo o que precisava para capturar  De Narbone. Principalmente porque já havia acordado com Ruth como tudo seria feito para apanhar o formoso Capitão da Fé. A interferência do Monsenhor acaba por dar mais isenção a Catarina, que fica como que sem saber, assim como todos os outros, o que aconteceu com o casal. 
No entanto, o fim de Luís foi encarcerado numa masmorra no próprio castelo, local insalubre, úmido e de pequena área e baixo, na qual o pobre Capitão da Fé não podia sequer ficar de pé. Soube ele que fora entregue pela sua amada, pois a rainha fez questão de entregar-lhe o bilhete que recebera preparando -a para a chegada de De Narbone. Apesar da dor ele perdoou sua amada. 
Já Ruth, apesar de ter escapado das garras da rainha não conseguiu escapar da própria consciência. Casou-se com seu prometido Frederico. No entanto, sua consciência e o fantasma da amiga Otília a atormentavam, tornando-a enferma. Sua culpa trazia para perto de si a amiga e obsessora que não a perdoava, pois acreditava que Ruth havia ajudado Luís a fugir da prisão. É em torno destes três personagens  que a história se desenrola. Com eles e suas trágicas histórias que compreendemos a necessidade do perdão, da fé verdadeira e que os laços de amor são eternos.
Vale a pena a leitura! 


quarta-feira, 5 de junho de 2019

Fechamento de ciclo

Há alguns meses um processo de conclusão começou na minha vida! Meu relacionamento acabou! Na verdade este rompimento vem acontecendo aos poucos, minha ficha não caia, até que num determinado dia percebi que só não havíamos colocado as coisas em palavras.  Tentei resgatar a história, mas a outra parte não pensava como eu, não tinha certeza de que deveria seguir tentando, fez um esforço por insistência minha. Até que percebi que eu não estava querendo colocar o ponto final.
Mas precisei dar este ponto, mesmo com o coração partido, mesmo crendo que talvez ainda desse para continuar. Chorei muito e pedi dezenas, centenas de sinais ao universo para enxergar o que não estava vendo, pra entender aonde tinha errado, como poderia agir para voltarmos ao que era. Toda tentativa foi falha!
Enfim, consegui entender que o ciclo havia acabado, que faz parte da vida, que precisamos seguir adiante, viver o luto e cuidar das feridas.
Durante esse tempo de definição me senti profundamente cansada! Não conseguia parar de pensar em como deveria fazer as coisas para não sofrer ou fazer o outro sofrer. Como agir, o que dizer, como sair da vida daquelas pessoas de quem tanto gosto? Como sair do grupo do zap? Dou satisfação, deixo que o outro dê? Faço a louca, a esquecida ou sigo sendo eu mesma e digo que vou sair do grupo, que tou triste e que sentirei saudade?
Isso me deixou exausta! Dor no corpo todo, tristeza, vontade de chorar e quanto mais pensava mais dúvidas surgiam. Mais uma vez recorri aos sinais divinos! Porque, como meu ex não havia dito nada pra família dele do nosso rompimento, fiquei empurrando com a barriga minha saída do grupo. Afinal de contas, sabia que no momento que saísse, eu é que teria que contar o que tinha acontecido! O sinal veio hoje, um áudio que falava sobre recomeços, sobre a importância de recomeçar! Tomei coragem, pensei novamente como me despedir do grupo e lancei o texto. Como suspeitava tive que contar o que havia acontecido. A troca de mensagens com minha ex-sogra e amiga foi a parte mais difícil! Chorei apesar de me esforçar para não chorar. Ela me disse coisas bonitas e percebi que nós temos a mesma leitura do filho dela. O que dói mais é que não há incompatibilidade, brigas e discussões, o que aconteceu foi um isolamento da parte dele, um fechamento em si mesmo no qual eu fiquei de fora.
Nunca havia passado por esta situação! Até porque terminar namoro mesmo só me aconteceu uma vez, com direito a bater com o telefone na cara dele e tudo. Das outras vezes apenas fui abandonada sem explicações. Eu que cheguei a conclusão de que aqueles sumiços eram os términos os quais os caras eram capazes de dar num relacionamento! De minha parte procurava os embustes no máximo para pedir meus livros de volta e isso dependendo do livro!
Mas desta vez foi uma convivência amorosa e tranquila de quase seis anos! Envolvia a convivência alegre e harmoniosa com as famílias. Não parecia que teria fim! Eu sei que tem relações que são pra ser assim mesmo, um período! E quando olho pra trás me dá aquela  coisinha no peito e aquela dúvida de "será que eu tentei tudo que podia?" É quando paro e vejo que assumi tudo, assumi até as tentativas que deveríamos fazer juntos e não apenas EU. Nós devíamos tentar! Acho que é por isso que tenho me sentindo tão cansada!
Agora a segunda parte do encerramento do ciclo aconteceu. Agora ambas famílias sabem do término! Estou algo mais leve, mas ainda triste! Sei que isso também passa!

Foto da internet, vi primeiro no face e depois procurei no google

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Padrões de beleza são cruéis

Acredito que a primeira estória que conheci que trata de padrão de beleza é um conto dos Irmãos
Grimm! Sim, não era um conto de fadas certamente! Pelo menos não dentro do padrão Disney! Então minha mãe contava a história da Gata Borralheira, aquela moça que se chamava Cinderela e, órfão de mãe, ganhou uma madrasta e duas irmãs muito feias e más. Invejosas e ciumentas pela beleza de Cindy (somos íntimas, são mais de 30 anos!), as três mulheres a faziam de escrava, jogando sobre ela todas as tarefas de cuidados e manutenção da casa.
A Cinderela dos irmãos Grimm, assim como os outros contos deles, era mais pro lado do terror do que pras doces fábulas, que contadas pelos Estúdios Disney fez com muita menina desejar ser princesa! Na história que a mãe contava a Gata Borralheira não foi convidada para o baile no palácio, mas sua fada madrinha veio em seu socorro providenciando um vestido lindo, um par de sapatinhos de cristal, uma carruagem feita de uma abóbora e dois ratinhos foram transformados em cocheiro e pajem para conduzi-la ao tão esperado baile. Desde aí percebi que, "não existe mulher feia, existe mulher que não conhece os produtos jequiti"! Sim, a fada madrinha não fez nada além do tal "banho de loja" e com algumas peças novas e uma boa make, Cindy se largou pro baile e arrasou corações, conquistando inclusive o príncipe. Ela teve que adequar-se ao padrão de beleza da corte para poder ser admitida no baile sem questionamentos, sem que o guarda lhe pedisse o convite! E como todo encanto tem hora pra acabar... eis que o relógio lança suas doze badaladas no ar e nossa princesa precisa deixar seu amor para não ser descoberta. Perde seu sapatinho de cristal e volta ao borralho!
Perceba que a heroína da estória precisou se encaixar no padrão de beleza, mesmo sendo uma mulher bem bonita, que estava apenas um pouco andrajosa! Após voltar a sua vida normal, segue sonhando com o príncipe!
E ele, por sua vez, começa a busca pela dona do sapatinho de cristal e do seu coração! Que romântico, não?! Sempre pensei que o infeliz sequer olhou pro rosto da Cinderela, afinal, bastava olhar pra cara da mulher pra reconhecer não é mesmo? Não, o vivente não foi capaz de perceber que o rosto de uma centena de mulheres do seu reino NÃO ERA O ROSTO DA SUA AMADA. Ele só conseguiu achá-la porque o sapato serviu perfeitamente! (Cada vez que ouvia a estória ficava pensando em quanto aquele príncipe era lesado!) As irmãs e a madrasta reconheceram Cinderela assim que ela entrou no salão do palácio, mesmo com o vestido mais lindo! Mas o príncipe dançou a noite toda (até a meia noite, claro!) com ela e depois encontrando-a em trajes esfarrapados não foi capaz de reconhecer! Aff!
Mas, como era preciso experimentar o sapato, lá se foi o príncipe  acompanhado de uma comitiva em busca do amor de sua vida! Chegando na casa de Cindy uma das irmãs calça o sapato e percebendo que não é seu número, recorre a uma atitude descabida e corta o dedão do  pé. Segue então que, o pobre príncipe leva sua "amada" e pela rua percebe o rastro de sangue. Desconfiado volta a casa da moça, devolvendo-a. Afinal o sapato não lhe coubera!
A outra irmã então corre para o sapatinho, cheio de sangue, e enfia no pé! Também não é seu número! Mas ela decepa o calcanhar e mostra como serviu bem certinho. Lá se vai o casal no cavalo branco do príncipe e o sangue manchando a estrada! (Eu disse que os contos de Grimm são terror! E minha mãe me contava isso! hahaha)  Então o moço percebe que esta também não é a sua amada.
Na volta Cinderela atreve-se a calçar o sapato e, só então, o príncipe a reconhece, porque a mágica se faz e ela  fica linda e formosa dentro do vestido da noite anterior! Eles são felizes para sempre e fim!
Eu sempre ficava pensando se aquelas irmãs não tinham morrido de hemorragia, já que deceparam dedo e calcanhar a sangue frio. E como o sangue seguia sendo expelido, certamente elas não haviam costurado ou feito curativos ali. No mínimo, morreram de gangrena, né? Morreram como morrem muitas mulheres em procedimentos cirúrgicos desnecessários para se adequar a um padrão de beleza imposto desde muito tempo.
Padrão que ignora o biotipo dessas mulheres! E que, algumas vezes, trata um procedimento puramente estético como algo necessário para a saúde desta mulher. Não bastando querer padronizar as mulheres a partir de seus rostos e corpos. Agora a novidade é padronizar as mulheres a partir da vagina! É isso mesmo! Criaram um padrão de beleza pra ela! Baseado em quê? Filmes pornôs! É, não bastava aquelas ideias de depilação radical, que não admite um pelinho sequer! Agora tem que diminuir ou aumentar os lábios da vagina conforme o que aparece nos filmes.
Conheço muitas gurias que foram muito zoadas por não se encaixarem no padrão de beleza! O bullying acontecia por ser muito alta, ter o pé grande, ser gorda, não ter cintura fina, não ter cabelo loiro Ser fora do padrão fez e faz muitas mulheres sofrerem, na tentativa estressante de se enquadrar dentro de um modelo inatingível.   Mas isso não importa pra indústria da beleza, da moda e da cirurgia plástica.  Porque quanto mais insatisfeito se está com o seu corpo mais grana se gasta para atingir esse ideal de beleza desumano!

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Compromisso

Como a gente se descompromissa da gente quando tá em compromisso com outra pessoa,  não é mesmo? A gente vai cedendo, abrindo mão de coisas pelo outro! E depois de abrir mão é muito difícil retomar o compromisso contigo mesma!
Não é só em relacionamento romântico que acontece isso! Acontece muuuuuuito em relacionamento de mães e filhos! E aqui acontece bastante por causa da culpa! A culpa que as mães sentem por não poderem estar com os filhos o tempo todo, por ter que deixar na escola pra trabalhar, por ter escolhido um pai que não cumpre o seu papel, enfim, a mulher acaba se culpando muitas vezes até pelo que não é culpa sua!
E o compromisso com a gente vai sendo colocado em segundo plano na tentativa de suprir as necessidades dos outros! Lembro sempre da professora Cinara, de psicologia do Técnico em Contabilidade que dizia: "vocês tem que estar no topo da pirâmide de vocês! Adivinha quem é que tá no topo da pirâmide do teu marido ou do teu filho? Dica: não és tu!"
Isso já martelava na minha mente. Com certeza, não é coincidência, mas perdi as contas de quantas vezes no centro espírita o guia me dizia que "a pessoa mais importante da minha vida era eu"! Foram muitas e muitas vezes! E demorou muito tempo pra eu me colocar no papel principal, confesso! Ficava naquela de quê se pensasse primeiro em mim estaria sendo egoísta!
Demorei um tempo, mas aprendi que ninguém pode ajudar outra pessoa quando está mal e nem pode auxiliar quem não quer ser auxiliado!
É nesse aprendizado que resolvi adotar a aliança de compromisso comigo mesma. Um símbolo que me ajudasse a lembrar que meu compromisso maior é comigo! É uma forma de me reforçar a ideia de que antes de qualquer decisão tenho que ouvir a mim mesma, sintonizar com meu eu interior e depois escutar ou avaliar o que outras pessoas me dizem. Porque, cá pra nós, sempre vai ter alguém pra te dar uma opiniãozinha, ainda que tu não tenha nem tocado no assunto com ela! São pessoas cheias de boas intenções, mas mesmo as intenções sendo as melhores (presta atenção!), não devem ser consideradas mais acertadas ou melhores que a tua avaliação e os teus sentimentos diante da decisão que deves tomar, principalmente porque a pessoa mais afetada pelas tuas decisões é... tu mesma!
A gente deve errar por nós mesmos e acertar por nós mesmos! Porque é nesse exercício que aprendemos e nos conhecemos. Porque, vou te contar uma coisa, mesmo que a gente abra mão do que sentimos e faça as escolhas levando em consideração só o que os outros nos dizem, no final das contas o acerto ou o erro vai pro nosso balanço e não pro daquele que opinou!
Não é fácil se fortalecer e ter consciência de si mesmo, mas é libertador! Hoje em dia estou em compromisso sério comigo!

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Nas voragens do Pecado - parte II

Queridos fiquei uma semana sem conseguir cumprir minha meta de uma postagem por semana, mas foi por motivo sério e real. Sofri uma acidente leve e tive uma queimadura no rosto. Não podia, na semana passada, pegar sol para evitar manchas na pele. Foi uma queimadura superficial, mas que precisou de cuidado. Por isso acabei não conseguindo escrever aqui.
Sigo com estudos, leituras e muito trabalho! hahaha Faz parte né?! E entre minhas leituras mais queridas neste momento está o livro de que já falei  por aqui, da Yvone do Amaral Pereira, Nas voragens do pecado. Quando assisti o filme Rainha Margot fiquei profundamente tocada pela terrível e lamentável noite de São Bartolomeu! Outro livro espírita que traz relatos desta época (também falei no outro post!) é o do Rochester que se chama A Noite de São Bartolomeu. Ambos os livros nos dão uma visão profunda daqueles momentos. Conseguimos perceber o quanto o fanatismo impulsionou atitudes intolerantes tão distintas de Jesus e também como vários homens desconhecedores do amor e do bem aproveitaram-se destas batalhas entre cristãos e huguenotes para cumprirem suas vinganças pessoais e mesquinhas.
Nesta segunda parte do livro, Ruth Carolina, na personagem de Otília de Louvigny faz-se surda aos apelos e influências do irmão Carlos e segue a ideia de vingança plantada em sua alma pela cunhada de quem pegou o nome emprestado. Não percebe a pobre moça que, desta forma, coloca-se nas mãos da cruel rainha Catarina de Médici. Luis de Narbonne completamente envolvido pela sedução da falsa Otília entrega-se totalmente a ela e decide deixar sua prometida carreira eclesiástica para tomá-la em matrimônio e desta forma confortar o coração dorido que nunca recebeu amor.
Catarina percebe que sua, por hora, protegida era audaciosa e conseguiria realizar seu desejo de acabar com De Narbonne. A monarca chegara a contemplar a ideia de manter a moça junto de si, não fosse o fato de ter adotado o nome de Louvigny morta!
De outro lado Ruth Carolina vive o conflito de uma jovem que sente e compreende que o amor de De Narbonne a ela devotado é verdadeiro e isto a faz balançar em sua vingança. Não tivesse sido sua família destroçada pelo Capitão da Fé ela admite que poderia amar Luis.
Após as bodas perceberemos que a pobre menina fica mais solitária do que anteriormente, pois mesmo seus amigos e servidores acabam por afastar-se dela.
O livro tem mais de 300 páginas, mas a leitura é fácil e agradável. A escrita de Charles através da mediunidade de Yvone é de boa compreensão, mesmo que remeta a período tão distante, com nomes de nobres e reis. Continuo indicando a leitura. Provavelmente farei nova postagem sobre a terceira parte. Aguardem!

terça-feira, 23 de abril de 2019

"Nas voragens do pecado"

Minha leitura atual se ambienta na França de Catarina de Médici!Uma rainha cruel, que sob o manto da defesa de Deus e da igreja organizou um massacre de luteranos e calvinistas. Sempre que leio ou assisto filmes sobre a  "noite de São Bartolomeu" sinto-me profundamente chocada com a capacidade de usar o nome de Deus para matar pessoas! Óbvio que essa foi uma boa desculpa para muitos se livrarem de desafetos seus, adversário políticos, rivais no coração de alguma dama, enfim...
Nesse romance espírita psicografado por Yvone do Amaral Pereira a história que se desenrola se dá após o ataque do capitão da Fé, Luis de Narbonne, a família de huguenotes Bretencourt de La-Chapelle. O ataque culmina acontece após o filho mais velho da família, Carlos negar-se a apresentar-se diante do capitão e renegar sua fé. A chacina não poupou ninguém! Foram executados adultos, crianças, patrões, empregados, vizinhos e amigos presentes no culto do evangelho que Carlos realizava todos os domingos para estudar o evangelho de Jesus.
Sem desconfiar de nada Luis de Narbonne  crê ter aniquilado a família, mas uma sobrevivente existe. Ruth Carolina, que após jurar no leito de morte da amiga de infância e cunhada Otília de Louvigny, vai a corte em busca de vingança.
Tramas na corte, jogos de interesse, uma Rainha que controla com mão de ferro os filhos fracos que herdariam o trono fazendo todo o possível para afastar os perigos de golpe de filhos bastardos ou sucessores indiretos, como os Valois. A primeira parte conta como se deu a chacina dos La Chapelle, como ficou Ruth desamparada e como arquitetou todo o plano de vingança a moribunda Otília de Louvigny, que teve seu sonho de amor ceifado pelo assassinato de Carlos, seu noivo e irmão de Ruth.
Esta parte também nos ambienta na Paris de 1572 e conta-nos o encontro entre de Narbonne e aquela que seria seu amor e perdição.
Yvone do Amaral Pereira nos dá muitos e ricos detalhes sobre as relações, sobre os locais e as pessoas. Vale muito a pena a leitura.
Outra obra que fala do mesmo tema é o livro de Rochester "A noite de São Bartolomeu" do qual falei aqui. Apesar de apenas estar no início da segunda parte posso perceber que a busca pela vingança aprisionou as almas destas três personagens de forma muito avassaladora. Assim que concluir venho até aqui comentar essa segunda parte!

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Quatro anos sem Claudia Hartleben

Sempre falo que a pior coisa que pode acontecer a uma mãe é ter um filho desaparecido. É não saber o que aconteceu, onde está seu filho! Deve ser a pior sensação do mundo para uma mãe não ter a certeza se o filho está vivo ou morto! Não sou capaz de dizer se é pior que saber que o filho desencarnou. Mas digo, com toda certeza de que é profundamente cruel, que é uma chaga que se abre continuamente, justamente pela "possibilidade" daquele desaparecido voltar.
O coração de mãe não se engana, mas ele não deveria viver este luto interminável! Fico tentando, sem sucesso,imaginar como não está o coração de dona Zilá, mãe da professora Cláudia. Tenho plena consciência de que a fé dessa mãe é que a ajuda a manter-se de pé e com a firmeza moral que lhe é visível, desde a primeira entrevista.
Dona Zilá é firme, é forte e consegue consolar e argumentar conosco para que não fiquemos revoltados contra a Justiça. Ela está resignada! Ela escreve a sua filha e a liberta confiando na Justiça Divina. E com essa grandeza e esse amor consegue tocar o nosso coração, nos fazendo pensar como seria nossa reação se estivéssemos no seu lugar.
Peço que Deus e a espiritualidade console o coração desta mãe que, pela crueldade de alguém, foi privada da companhia da filha amada! Que Cláudia seja protegida e auxiliada na espiritualidade, onde, tudo leva crer, já se encontra.
A seguir reproduzo a carta de dona Zilá, publicada no blog Para Cláudia!

"Cláudia minha filha, a Maria Júlia me disse: quer coisa ou motivo maior ou melhor que saber que os que amamos estão bem?!Procura a renovação mental, pensando em todas as coisas boas que vivencias no momento.

A justiça dos homens não é a justiça de Deus, então é preciso que vivas esses bons momentos na tua vida e deixa que aquelas folhas que se vão vão vão…
A alegria e a emoção me invadiram naquele momento, em saber que estás usufruindo tudo de bom que plantastes aqui na terra.
Aqui as homenagens se sucedem, nos enchendo de orgulho.
O nosso reencontro será lindo! Que Deus me ajude que eu consiga ir para onde estás filha.
A tua Paineira está toda florida e as Nogueiras cheias de frutos. Estás aqui em todos os lugares e momentos!
Te amo filha!
Que Jesus te abençoe e te guarde e Maria Santíssima te cubra com seu Sagrado manto.
Te amamos,
Mãe"

segunda-feira, 25 de março de 2019

A Casa do Rio Vermelho

Faz dias que não escrevo! Muitas coisas aconteceram e ao mesmo tempo eu sentia falta de assunto pra contar aqui. Então eu terminei hoje de ler o livro da Zélia Gattai e eu amei tanto que fiz muita propaganda pra todo mundo com quem eu conversei. E achei por bem, que deveria contar aqui mais um tiquinho do que li. Bem tiquinho, só pra vocês terem vontade de ler também.
Disse a minha sogra, que tenho certeza que se ela fosse escrever um livro de contos sua narrativa seria semelhante a de Zélia, cheia de pormenores e historinhas dentro da história maior. Acredito que ela contaria muita coisa interessante de sua vida lá no Capão do Leão, sua vinda pra Pelotas, além de várias histórias engraçadas que ela costuma nos contar nos encontros de família. Agucei o interesse dela e no outro dia da nossa conversa ela foi num sebo procurar alguma coisa da Zélia Gattai, encontrou Jardim de Inverno. Estou louca pra saber o que vai achar do livro!
Mas, voltando ao livro... O que mais amei foi poder estar tão próxima do Jorge e da Zélia. Saber de seus passeios e viagens, dos encontros com os amigos, que pra mim eram tão distantes como Pablo Neruda, por exemplo. Saber pelos olhos de Zélia sobre os tempos de ditadura militar no Brasil, coisa agora exaltada pelo atual presidente e seus eleitores. Perceber que eles se exilaram do país, mas nunca perderam a capacidade de amar o Brasil e que por onde passaram fizeram grandes amizades. Aliás, aprendi muito sobre amizade e amor neste livro! Fiquei um pouco mexida ao final quando Zélia conta o último encontro deles com Pablo Neruda e este lhe pediu: "não me pergunte por ninguém, já morreram todos"!
Uma vez ouvi alguém falar, numa entrevista da televisão, não sei se era Ariano Suassuna ou outro autor, que dizia que o preço de viver muito era ver todos aqueles que amamos partirem! Esse final do livro de Zélia é um pouco assim, cheio da saudade daqueles que se foram!
Mas não desistam de ler A casa do Rio Vermelho por este meu comentário, pois o livro todo é de uma leveza sem igual. Aliás, assim que percebo a autora, uma leveza, um sorriso nos lábios, um amor por seu Jorge, uma casa acolhedora para os amigos, seja onde quer que a casa estivesse Rio, São Paulo, Bahia ou Paris! Como costumava dizer o jardineiro deles, Zuca "Dona Zélia é tão interessante..."
É sim, interessante por demais!

quarta-feira, 6 de março de 2019

Vivendo a Bahia

Faz uns dias que estou vivendo na Bahia! Sim, na Bahia de Zélia Gattai e Jorge Amado!
Vejo a Salvador pelos olhos e lembranças de Zélia num período anterior a ditadura militar, posterior, durante e da época em que colocava as memórias no papel, lá pelos anos 90, contadas através das muitas histórias ocorridas na casa do Rio Vermelho. Tenho vivido entre artistas de todas as áreas nesta tão aconchegante casa da rua Alagoinhas, 33. São lembranças cômicas, outras tão ternas que sentimentos a emoção do momento, outras de fé, são memórias de todo o tipo que nos fazem sentir parte da família sentados na varando, ouvindo a máquina de escrever de Jorge e o miado do gato Nacib.
Já a Bahia de Jorge Amado é uma Bahia de luto, com um pelourinho repleto de homens e mulheres fortes, pelejando para que, como negros, fossem respeitados ali, naquele lugar que era tão deles quanto dos brancos com ideias anti-semitas retratada e interpretada lindamente em Tenda dos Milagres. Ontem assisti ao capítulo em que mestre Lídio é levado para prestar esclarecimentos sobre seu negócio ao delegado Francisco mata negros. Lembrava dessa cena vivamente! A ameaça de quebrar os dedos do artista, o espancamento, Zé Alma Grande seguindo a vida de capitão do mato perseguindo seus irmãos. Que agonia, que aperto no peito!
Minha memória de criança traz muito forte a emoção que senti ao assistir as cenas pela primeira vez. E minha memória mais antiga ainda, aquela das outras vidas, me faz sentir parte do terreiro de Magé Bassã! Lembro como a forma que a mediunidade dela acontecia, o jeito como enxergava o que viria a acontecer me encantava, apesar do certo medinho que acompanhava a possibilidade de uma visagem!
Confesso que não lembrava da história de Jerônimo e Rosa de Oxalá, tampouco lembrava de sua filha. Mas lembrava perfeitamente da Yaba! Acho que era pela beleza daquela mulher que surgia nua da cintura pra cima e com a cabeça raspada!
Essa Salvador nos encanta e ao mesmo tempo nos faz lembrar que não podemos parar de lutar. Hoje, vivemos momentos em que as pessoas pensam poder botar pra fora todo o preconceito contido em seus peitos. Ainda existe perseguição e racismo no nosso país! O mais triste é que é nas palavras e atitudes do presidente do país que estes preconceituosos acham apoio pra suas intolerâncias.
Acontece que esse povo de luta não se achica e não se entrega, dão sua vida pela liberdade, dão exemplos de amor e de solidariedade. E estes que lutam são a maioria! São eles que fazem as coisas mudar e acontecer. Tanto é verdade que no carnaval do Rio de Janeiro deste ano a escola campeã é Estação Primeira de Mangueira, que levou para a Sapucaí o samba-enredo Histórias para ninar gente grande e homenageou os esquecidos da história oficial do país!
Muito agradecida Mangueira por mostrar que sim, escolas de samba ensinam sobre muita coisa passando pela arte, pela história e pela política!

Samba-Enredo 2019 - Histórias Para Ninar Gente Grande
G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (RJ)

Brasil, meu nego
Deixa eu te contar
A história que a história não conta
O avesso do mesmo lugar
Na luta é que a gente se encontra

Brasil, meu dengo
A Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500
Tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não tá no retrato

Brasil, o teu nome é Dandara
Tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de Aracati

Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês

Mangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos brasis que se faz um país de lecis, jamelões
São verde e rosa as multidões